Cap. 14 - Ayad

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- você não pode fazer isso Iago.

- virou minha babá agora?! – continuo:
- quem sabe da minha vida sou eu – na verdade ele tem total razão, mas eu estava tribêbado, mais que bêbado, mas não posso dar o braço a torcer para ele achar que pode mandar em mim.

- vejo que a sua noite não foi tão boa assim. Seu humor está péssimo – ele revira os olhos.

Sophia chega á mesa. Linda e serena como sempre. Seus olhos me encaram e eu me levanto para ajeitá-la na cadeira.

- com licença. Espero o Senhor na sala de espera – Heitor se retira.
Sophia coloca o que deseja comer no prato e serve o seu café na xícara sem dizer uma palavra.

- Sophia – só então ela me olha – como se sente?

- sozinha – joga na minha lata, seu olhar parece um pouco triste e vago.

Ela beberica o seu café e come uma torrada.

- não sei como fazer isso Sophia.

- eu também não.

- sou capaz de te magoar.

- porque diz isso. Apenas tenta não me magoar.

- não sei se consigo – estou sendo sincero.

- eu me sinto em uma solidão sem fim.

Ela já esta á semanas aqui trancada nessa cobertura. Não estou sendo justo com ela.

- o que eu faço para tentar ao menos amenizar essa sua solidão? – quando percebo, já estou fazendo essa pergunta.

- posso mesmo dizer? – ela pergunta desconfiada.

- disponha.

- quero sair um pouco, conhecer a cidade, ir a praia talvez ... ligar para o meu pai.... – essa ultima parte sai baixa como se ela estivesse com medo. Eu jamais desejaria a separar do pai. Mas eu não tive outra escolha a não ser trazê-la comigo.

- não sei se posso fazer todas essas coisas – claro que posso.

- só tenta. Não estou exigindo nada – respira – só tenta, por favor.

Como negar um pedido desses.

- ok, vou ver o que posso fazer.

- obrigado.

Deixo-a terminar de se alimentar e saio da mesa com ela.

Seguro em sua cintura, ela se assusta com meu toque mais não me afasta, a conduzo a sala de TV. Acho que nunca estive tanto nessa sala como estou nesse ultimo dia.

- preciso conversar mais reservado com você – falo assim que entramos.

Ela me olha desconfiada. Alguns frash da noite passada surgem na minha mente. Quero prová-la novamente, quero tudo dela, mas não sei se devo. Volto os meus pensamentos para o que tenho que falar.

- vou mandar um telefone para você ligar para o seu pai.

Ela me dá um abraço e um beijo que quase pega em meus lábios. Desconsertada com esse gesto impulsivo, ela não para por ai e encosta os seus lábios nos meus. Não resisto e arrebato a sua boca. Quando percebo ela já está tirando a roupa.

- preciso parar – falo entre um beijo e outro. Já alucinado com as minhas mãos acariciando-a por inteiro.

- você não me quer?

- Sophia – sussurro – se recomponha – minha voz sai rouca – eu a quero, mas não me sinto merecedor.

Ela se afasta e começa a ajeitar as suas roupas.

- você pensa em me devolver – hammm – eu não te agrado?

- não, não mesmo – afirmo – jamais farei isso.

- eu não posso colocar a vida do meu pai em risco. Se me devolver, a dívida será refeita novamente.

- não se preocupe com isso. Isso jamais vai acontecer.

- obrigado – ela me abraça novamente, mais dessa vez ela não prolonga o abraço e nem me beija.
Saio dali antes que tudo desande e eu acabe comend’o ela do jeito que eu desejo.

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Mais um capítulo publicado ❤️

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Boa noite a todos.

Um Homem as Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora