único.

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oito mil palavras de pura enrolação porque descobri que não sou capaz de escrever de forma resumida o que quero dizer – lê‐se como: eu sou > muito < prolixo –, mas gostei do resultado dessa one apesar disso. além do mais, é minha primeira vez escrevendo algo em primeira pessoa, então me dou esse desconto sobre o tamanho.
espero que não tenha ficado algo cansativo de se ler também unheee ):








eu tenho saído com stacy.

e todo mundo dentro dessa escola pensa que estamos namorando.

honestamente, eu não faço ideia de como esse boato surgiu ou desde quando circula pelos corredores, muito menos porque ele se torna tão alto quando estamos caminhando juntos até o refeitório – talvez seja porque andamos de mãos dadas ou porque frequentemente passo meus finais de semana na casa dela e todo mundo sabe disso.

nós nos conhecemos no início do ano letivo. era meu primeiro dia de aula no segundo ano do colegial e ter mudado de escola logo quando havia me acostumado com a antiga não foi fácil, ser o novato nunca é fácil e eu infelizmente passava por isso com frequência, então ela ter se disposto a conversar comigo foi gratificante 'pra mim – desde então ela é minha melhor amiga –, conviver com ela tornou as coisas muito mais fáceis. stacy era inteligente, popular e fazia parte da equipe de torcida como capitã, então suas habilidades de interação foram extremamente úteis para que eu não me sentisse deslocado naquele ambiente. e mesmo que eu não fosse popular como ela, tinha aprendido, graças a ela, a conversar com os outros sem que tivesse um treco toda vez.

eu gosto dela. mesmo. ela é carinhosa e receptiva, sua casa é confortável e é bom passar um tempo ao seu lado.

— suas notas em química são horríveis, sério! quer que eu te ajude a estudar? — e esse é o preço que eu pago por ser o melhor amigo de uma das melhores alunas da turma — 'cê pode passar lá em casa depois da aula.

pelos deuses, eu preciso contar a ela. não agora, nem hoje e nem amanhã, porque a nossa relação é confortável dessa forma e eu não me incomodo com os boatos sobre nós – ela também parece não ligar. mas, quem sabe um dia, quando eu deixar de ser tão medroso, eu conte.

minha resposta vem como um revirar de olhos e ela ri. eu gosto muito da risada dela.

— 'tô falando sério, chay! eu realmente posso te ajudar.

eu me encosto nos armários, mas suas palavras passam longe dos meus ouvidos, minha atenção está voltada ao garoto que atravessou o corredor no mesmo momento em que ela disse a frase anterior com uma cara de desaprovação pelo convite feito. me cumprimentou com um sorriso amarelo e mesmo que isso, lá no fundo, tenha me incomodado, eu não consegui desviar minha atenção dele – e ele me olhava daquele jeito esquisito que sempre olhou. acho que ela percebeu, e eu torço para que sim, mas então ela segura minha mão e me arrasta em direção à sala, porque a próxima aula está prestes a começar e ela detesta se atrasar, e eu noto que preciso contar a ela logo.

no entanto, ainda prefiro que pensem que stacy e eu estamos em um relacionamento.

— você devia parar de fingir. — eu me assusto com a voz sussurrada em meu ouvido, porque estava distraído demais com as vozes da minha cabeça, me viro em direção a ela e faço‐me de desentendido — 'tô falando da stacy.

— não sei onde quer chegar com isso. — é óbvio que eu sei. odeio como macau me conhece bem demais para reconhecer meus pensamentos apenas pelo modo que me comporto.

୨ i'm in love with stacy's brother ୧Onde histórias criam vida. Descubra agora