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Pov Maraisa

- Aonde ele está? - Pergunto nervosa - Me fala aonde ele está?

- Maraisa, você não pode ir sozinha - O policial tenta me acalmar - Ele pode estar armado, pode ter mais pessoas com ele.

- Ele está com a minha esposa - Grito nervosa - Me fala o endereço, eu só preciso ir até lá.

- Novamente, não podemos deixar você ir sozinha - Ele fala devagar - Uma equipe já está indo para lá e nós vamos te acompanhar.

Começo a bater no carro com força, na esperança de tirar essa raiva, misturada com dor, que a muito tempo eu estou sentindo. A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada.

- Mara, não - Luísa me puxa do carro com força - Você vai se machucar.

Ela me puxa para fora, fazendo nós duas caírem no chão, minha cunhada me abraça e eu começo a tentar tirar suas mãos de mim, enquanto as lágrimas cai dos meus olhos.

- Henrique está com ela, Luísa - Tento tirar as suas mãos - Ele vai machucar a minha mulher, a minha filha, por favor...

- Ela vai ficar bem - Luísa fala com a voz embargada - Ela tem que ficar bem.

Maiara também está chorando, ajoelhada na nossa frente, tentando nós acalmar, mesmo transparecendo nós seus olhos que ela está morrendo de medo.

Em poucos minutos a polícia aparece e eu levanto dessesperada, deixando a minha cunhada no chão e eu saio correndo até os homens fardados.

- Me leva até ela - Falo dessesperada - Minha esposa esta lá, eu sei que está.

- Encontraram uma mulher - A única policial fala se colocando na minha frente - Não sabemos se é ela, mas estão tentando fazer o resgate do corpo.

- Do corpo? - Pergunto confusa - Por que do corpo?

Ela não respode e só isso é necessário para me fazer entrar em dessespero novamente.

- Me fala aonde ela está - Grito nervosa - Eu não estou pedindo, me fala aonde ela está.

- Tem uma equipe lá - A mulher tenta me acalmar - Nós vamos te levar, mas precisamos da confirmação, que não vamos colocar vocês em perigo.

- Eles estão no restaurante abandonado - Outro policial entra correndo - Do lado da farmácia, tem um carro parado na frente.

A mulher olha com raiva para o outro, a minha única reação é sair correndo até o carro, mas Luísa me segura pelo braço.

- Eu vou com você - Ela fala pegando a chave da minha mão - Eu dirijo mais rápido.

Concordo com a cabeça e saio correndo para o carro, Luísa dirige rápido, tão rápido que eu não consegui colocar o cinto de segurança. Não consigo enxergar as ruas direito, pelas lágrimas que inundam meus olhos, estou sentindo falta de ar, uma pressão atrás da cabeça, mas não posso desistir agora.

" - Desculpa... eu só... eu acho que meu maior medo é você me deixar.

- Eu nunca vou te deixar - Ela fala me olhando e sela nossos lábios - Eu prometo.

- Eu te amo...

- Eu também te amo, Carla Maraisa."

Você prometeu, Lila...

Quando chegamos, vários carros da polícia estão em volta do lugar e nos barram com as mãos.

- Vocês não podem entrar - Ele fala me segurando - Não estamos conseguir fazer contato com ele.

- Minha irmã está lá dentro - Luísa grita nervosa - Eu vou entrar e acabou.

- Vocês não vão entrar - Ele repete novamente - Não vão e pronto.

Marília em perigo, não posso ficar parada, esperando que eles façam algo, não posso, a vida da minha esposa e da minha filha estão em jogo. Passo no meio dos carros e saio correndo para dentro do lugar, eu deixei de se importar comigo a muito tempo atrás.

Quando entro, está tudo um completo silêncio, ando devagar, para ver se eles realmente estão lá dentro.

- Felizmente, você não vai ver Maraisa envelhecendo - Escuto a voz do Henrique - Mas ela vai estar feliz ao meu lado.

- Vai se fuder... - Marília fala baixinho.

Meus olhos enchem de lágrimas, quando vejo Marília caída no chão, o corpo inteiro de sangue e ela está tão pálida, que eu me preocupo.

- Deixa a minha esposa em paz - Grito com ele - Acabou para você, seu filho da puta.

Quando Henrique me vê, solta um sorriso confiante e se aproxima de mim, passando a mão no meu rosto.

- Você veio...

Tento passar para ir até Marília, mas ele segura meu braço com força e força meus olhos irem até o seu.

- Deixa eu ver ela - Falo com a voz embargada - Deixa eu cuidar dela, eu vou embora com você, mas deixa eu salvar ela.

Henrique me olha por longos segundos, até se aproximar de mim e selar nossos lábios.

- Eu não acredito em você, Maraisa - Ele segura meu rosto - Você vai ser minha, mas ela vai morrer.

Quando vejo Henrique se aproximando dela, com uma arma na mão, a minha única reação é sair e vou até Marília, segurando seu rosto. Sua boca está coberta de sangue, suas mãos também, mas ela ainda respira, mesmo que fraquinho, ainda respira, as lágrimas descem pelo meu rosto, quando eu percebo seu rosto todo machucado. Abraço ela com força e protejo o seu corpo com o meu.

E um tiro é disparado. Quando escuto o gatilho, eu abraço a minha esposa mais forte.

Pelo menos ficamos juntas até o fim, assim como eu prometi para ela.

" - Você é a minha esposa, Mara...

- Você é a minha vida, Lila - Falo com a voz embargada - Tudo que eu fiz, foi porque eu te amo..."

O tiro é disparado e um corpo cai, mas não é o meu. Quando olho para trás, Henrique está no chão, se contorcendo pelo tiro na sua perna. Os policiais entram em ação e a equipe de socorristas arrancam ela dos meus braços.

- Nós vamos levar ela - Ele avisa me olhando.

- Leva ela para o hospital Henrique Mendonça - Mando com a voz embargada - É o meu hospital.

Ele concorda com a cabeça e tira a minha esposa, levando ela para longe. A polícia prende o homem, que me olha antes de ir.

- Você é minha, Maraisa - Ele grita antes de ser levado - Você sempre vai ser minha.

Luísa saí correndo até mim e me abraça, beijando meu rosto e apertando meu corpo contra o seu. Começo a chorar nós seus braços, o fim do alívio desse pesadelo, mas o inicio de mim, Marília estava espancada, não tenho dúvidas que a infelizmente a nossa filha não sobreviveu. Marília não vai aguentar, não depois de tudo isso.

- Vamos até ela - Luísa fala me ajudando a ficar de pé - Minha irmã precisa da gente.

Saímos correndo até o carro e novamente Luísa dirige na velocidade da luz e chegamos em poucos minutos até o hospital.

- Marília está em uma cirurgia - Naiara me para com as mãos - Ela está viva.

- E a minha filha?

- Nós sentimos muito, Mara.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora