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O dia amanheceu diferente hoje

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O dia amanheceu diferente hoje. Ao invés de acordar com os seus beijos e aquele sexo matinal que eu tanto amo, encontrei o seu lado da cama vazio e Thor não estava em lugar nenhum do quarto, para completar, o cômodo foi invadido pelas mulheres da casa, inclusive a grávida da Júlia. Acredita que elas me forçaram a sair da cama, a tomar um banho rápido e nem sequer me deixaram tomar um gole de café? Um absurdo isso, a final, eu estou faminta! Logo estávamos fora de casa e dentro de um carro em movimento. Tudo bem que já é quase dez da manhã e não que eu não goste dos nossos encontros. Na verdade, eu amo esses momentos só de mulheres, mas acontecer assim do nada, sem um aviso, sem combinação me deixou com o pé atrás. Quer dizer, a mamãe agora está casada e ela tem um marido e uma casa para cuidar, certo? A Júlia não está muito distante dessa realidade, a diferença  são as quatro crianças que ela tem para criar e uma gravidez um tanto avantajada. E a dona Helena? Cara, ela tem as suas obrigações com os treinamentos na corporação. Ok, não estou reclamando, pois estava mesmo precisando sair um pouco comprar coisas e rir dos comentários da mulherada que fala sobre tudo, tudo mesmo.
— O que deu em vocês? — questiono parando com o falatório da mulherada que se compara a várias metralhadoras disparando ao mesmo tempo, enquanto elas mexem em algumas sacolas e acreditem, essas mulheres praticamente montaram um piquenique no estofado com pães, sucos e fatias de bolos que fizeram o meu estômago agradecer.
— Resolvemos fazer um dia diferente para as mulheres. — Júlia explica e beberica o seu suco. — Você sabe, compras, mais compras, salão de beleza e quem sabe sair essa noite. — Sorrio para o final dessa sugestão.
— Gostei dessa parte! Por onde vamos começar? — indago assim que o carro para no estacionamento do shopping.
— Hum, vamos nos dividir em dois grupos e nos encontraremos na Sheldon em duas horas.
— Como assim? Que ideia tosca é essa dividir, dona Júlia?
— Tudo bem, eu estou prestes a ter essa princesinha aqui. — Ela aponta para a barriga. — E preciso concluir o enxoval. Só, que eu quero fazer isso com a madrinha dela. — Ela me encara e eu arqueio as sobrancelhas
— Com a madrin... Ai meu Deus! Está falando sério? — Sim, eu gritei como uma louca saltando para cima da buchudinha, que gargalhou com a minha reação.
— Sim, estou falando muito sério!
— Nossa, eu vou levá-la para comer muitos doces, faremos muita traquinagem juntas e...
— Nada disso, dona Nina Ferraz! — Ela retruca me fazendo parar de falar. — Você será a Dinda da minha filha, precisa dar bons exemplos pra ela. Deixe que os avós a estrague.
— Mas ela nem tem avós! — retruco frustrada.
— Isso não é perfeito? — Ela ralha e eu reviro os olhos. — Vamos fazer o seguinte. Dona Helena e dona Lolita vão comprar as nossas roupas, enquanto nos encarregamos do enxoval do bebê. — Ela olha as horas no relógio de pulso. — Nos encontramos no SPA em duas horas? — repete.
— Combinado! — As senhoras respondem prontamente e eu me pergunto desde quando a minha amiga tornou-se uma líder. Ah, quer saber, isso não importa! Estou empolgada demais com essa história de Dinda e de enxoval para contestar.
Como a Jú havia previsto, levamos horas entrando e saindo das lojas, revirando as araras e prateleiras, e escolhendo acessórios e mimos para o quarto da minha afilhada. Portanto, quando chegamos no SPA estou só o farrapo e antes de qualquer coisa, escolho uma bela massagem para enfim maratonar horas no salão de beleza.
Enquanto as delicadas mãos da massagista desliza pelas minhas costas banhadas em óleo terapêutico, com um perfume tão suave que é possível fechar os olhos e sonhar com ele, com o meu Thor. No entanto, isso se torna quase impossível pois o telefone da minha amiga ao lado não para de vibrar.
— Não havia percebido o quanto Yang era pegajoso — comento.
— Ah... é! Ele só está com cuidado em suas meninas.
Homens e suas paixões roxas por suas mulheres, e essa mania de proteção exacerbada. Vamos admitir que esse cuidado excessivo dos nossos maridos é gostoso, embora às vezes nos atrapalhe muito. Podemos dizer que é fofo e irritante na dosagem certa.
Após ficar de molho em uma banheira com águas perfumadas e uma refeição fora de hora, fomos para o salão de beleza e lá estava a Júlia com mais uma das suas ideias toscas.
— Como assim cuidados as cegas? — ralho para a sua sugestão descabida.
— As cegas sim! Estamos nas mãos de excelentes profissionais, certo? Então por que não deixa que eles nos surpreendam?
— Eu concordo! — Mamãe fala e eu a fito com uma análise profunda.
— Vocês estão aprontando! — acuso.
— Como assim, Nina? Tudo bem, você quer acompanhar o processo, então acompanhe! Eu vou me entregar nas suas mãos, Silvio. — A filha da mãe dissimulada diz se acomodando na cadeira do cabeleireiro.
— O que o Yang vai pensar disso? — ralho com humor referindo-me a frase que tem um duplo sentido.
— Que ele vai amar o resultado no final de tudo — bufo audivelmente.
— Ok, eu não vou estragar a brincadeira de vocês, mas que estão esquisitas hoje, ah vocês estão! — rebato e me sento na cadeira de costas para o espelho. Contudo, assim que eles terminam o cabelo, a maquiagem e as unhas, eu mal tive tempo de me ver no espelho, pois fui praticamente arrastada para uma sala e começamos a mudar de roupa.
— Júlia, esse é o seu vestido e Nina, esse é o seu.
Branco? Resmungo mentalmente. Sério?
Minutos depois, mamãe fecha o zíper em minhas costas e eu me viro de frente para as três. Dona Lolita me fita um tanto emocionada e acredite, eu nem sei o porquê de tanta comoção, até eu finalmente me olhar em um espelho de corpo inteiro. Meus olhos passeiam perplexos pelo vestido longo, de alça única, colado ao meu corpo e com um cinto feito com o mesmo tecido. E na sua lateral tem um delicado arranjo de flores. Meus cabelos ganharam cachos largos e uma linda presilha de pedras minúsculas prende algumas mechas na lateral da minha cabeça. As minhas unhas estão pintadas com um tom claro e tem alguns detalhes de minúsculas flores brancas.
— O que é isso?
— O que? — As três indagam em uníssono.
— Eu estou parecendo uma... noiva! —  gaguejo ainda extasiada. As mulheres se olham e balbuciam.
— É... estamos atrasadas. — Júlia tenta mudar de assunto.
— Atrasadas para o que?
— Nina, para de perguntar! — Elas reclamam ao mesmo tempo e agora sou eu quem balbucia.
— Precisamos ir! — Júlia praticamente me arrasta para fora do cômodo e não demora para estarmos no trânsito outra vez.
— Ok, o que está pegando? Para onde estamos indo?
— Nina, as vezes você é irritante, sabia? — A minha amiga rebate.
— Nós vamos curtir uma noite diferente, filha. Só isso.
— Diferente, como?
— No momento você só precisa saber que vai amar essa noite, Nina! — Dona Helena diz encerrando o assunto e eu decido não insistir para não estragar a surpresa delas.
— Tá bom!
— Tá bom? Simples assim? — bufo para minha amiga.
— Não é isso que vocês querem, que eu pare de perguntar?
— Exatamente, filha!
Ok, pelo menos dá pra riscar a danceteria da minha lista de curtida para essa noite, porque vamos e convenhamos que não dá pra dançar vestida quase como uma... noiva. Mas que merda! Por quê elas escolheram essa roupa pra mim? O carro para minutos depois em frente a uma restaurante luxuoso em uma área nobre da cidade e os meus olhos varrem cada detalhe do lugar. Paredes claras com folhagens douradas, luminárias de luzes amareladas, um lustre glorioso do centro do grande salão e mesas redondas espalhas exibindo elegantes arranjos de flores. O detalhe é que todas elas estão vazias... ou quase todas, se não fosse por uma mesa onde Maya e Jude estão lindas e bem acomodadas.
Ai meu Deus! Ai meu Deus, quando ela chegou aqui no Brasil? Meu sorriso ganha uma proporção enorme quando minhas irmãs finalmente percebem a minha presença e imediatamente apresso os meus passos para ir ao seu encontro. Contudo, o meu mundo para de girar quando ultrapasso uma pilastra larga e o encontro em pé na ponta da mesa comprida. Thor está usando um fraque negro com uma camisa branca e uma gravata borboleta. Os seus cabelos estão amarrados em um rabo de cavalo e Deus, ele como ele está comestível... digo, lindo e... sexy e... para, Nina! Bufo para mim mesma.
— Sabe, uma vez uma garota me disse que gostaria de ter feito as suas escolhas. — Ele sibila sério e eu arfo sem saber o que fazer. — O nosso casamento não foi como esperávamos, Nina e nem tínhamos certeza de que ele vingaria realmente. Mas, sabe a tal garota? Ela era tão birrenta que me tirava do sério, porém, ela conseguiu o que nenhuma garota com classe conseguiu em anos. Ela me domou, me amou, me contaminou e eu sou completamente viciado nela. — Forço um sorriso, mas as lágrimas querem vir à tona. — Eu me apaixonei de um jeito que não tem volta, Nina e juro que por nada desse mundo quero voltar o caminho que fiz até aqui. Não sem você.
— Thor, eu...
— Me deixe terminar, minha Fera. — Ele pede, se afasta da mesa e após mexer no bolso da calça social, se ajoelha aos meus pés. — Eu quero te dar o direito de escolher essa noite, Nina Ferraz. Será que você quer se casar comigo de novo? — Droga, o meu coração está tão acelerado que chega a ser difícil de respirar. Contudo, eu me ajoelho bem na sua frente e o olho de igual pra igual.
— Eu já escolhi você. — sussurro. — Mesmo que não acredite, foi naquela Serra que eu te escolhi. Então sim, eu quero muito me casar com você de novo e quantas vezes mais você quiser se casar comigo.  — Meu marido me abre um sorriso lindo, porém, para a minha surpresa ele não me beija e tão pouco põe a aliança no meu dedo. Thor simplesmente se levanta e me estende uma mão. Aturdida, eu a seguro e ele sibila: — Vem comigo.
— O que? Ir pra onde?
— Só vem, Nina! — De mãos dadas, seguimos por um corredor curto e Thor abre a primeira porta e... Cacete! É uma pequena sala ornamentada com ramos verdes, lírios, fitas e balões. E bem no meio dela tem uma mesa e um homem por trás dela.
— O que é isso? —  indago maravilhada.
— As testemunhas podem ocupar os seus lugares. — O homem pede.
— O nosso casamento, ninat. A nossa escolha. — Então eu o beijo, porque porra, não dá para não beijar esse homem!
Eu nunca pensei que esse momento chegaria para as mulheres Guerra, mas ele chegou e saber que agora temos vozes, que pudemos escolher os nossos caminhos, e mais, que Thor foi a chave para isso acontecer me faz amá-lo mais e mais. E após uma cerimônia curte, e emocionante estou sentada a uma mesa farta com a minha família tão feliz quanto falante, porém, os meus olhos estão grudados na aliança que recebi que todo prazer da minha vida. No entanto, as supresas não acabaram por aqui, pois assim que terminamos o nosso jantar, Thor praticamente me sequestrou para o lugar onde o nosso amor despontou pela primeira vez, embora nem percebemos o momento exato que ele penetrou os nossos corações. Sério que vocês não fazem ideia do que estou falando?  A Serra, claro! Porém, na metade do caminho a coisa não ficou muito legal.
— Você está bem, amor?
— Estou bem melhor!
— Tem certeza? Se quiser podemos voltar para a cidade e procurar um médico. — Sorrio e o beijo calidamente na boca.
— E perder os orgasmos fabulosos que só você pode me oferecer? Nem pensar!
— Nina, eu estou falando serio.
— Eu sei e eu te amo por cuidar de mim tão bem, mas eu tenho certeza de que não preciso de médico. Até porque para o que eu sentindo, não vou precisar de um... por enquanto. — Thor uni as sobrancelhas. Ele parece confuso.
— Como assim, eu não entendi. — Respiro fundo e dou dois tapinhas do meu lado no colchão.
— Você não percebeu nada, não é?
— Eu não percebi o que?
— Hum, seios maiores, quadril mais largo, alguns poucos mal-estar, fome excessiva etc, etc, etc...
— Eu ainda não estou entendendo, Nina.
— Hum, homens! — resmungo. — Vocês são tão desatentos aos detalhes! — ralho revirando os olhos. Então seguro a sua mão e a levo a minha barriga. Thor a encara em silêncio por alguns segundos e depois de um tempo ele procura os meus olhos.
— Você... v-você está... — Ele gagueja e o meu sorriso se amplia quando confirmo com a cabeça.
— Eu estou grávida. — Meu marido mexe os lábios, mas o som simplesmente não sai da sua boca. Contudo ele respira fundo, engole em seco e após sorrir trêmulo, ele me beija avidamente.
— Porra! — sibila sofregamente. — Eu vou ser pai? — Faço sim com a cabeça outra vez e volto a sorrir. — Caralho como eu te amo, mulher! Eu te amo muito! — E pronto, o beijo agora é completamente impróprio e fogosa do jeito que estou pode ter certeza de que não o deixarei dominar essa situação. Não mesmo!

Passando para desejar um ano novo todo especial para cada uma de vocês que tiram um tempinho para acompanhar as minhas obras

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Passando para desejar um ano novo todo especial para cada uma de vocês que tiram um tempinho para acompanhar as minhas obras.
Que o ano de 2023 seja repleto de muita:

⚜️ PAZ

⚜️ SAÚDE 

⚜️ FELICIDADES

⚜️ PROSPERIDADES

⚜️ AMIZADES

⚜️ HARMONIA

⚜️LUZ

⚜️ E MUITAS VITÓRIAS!!!

Esses são os meus  sinceros votos para todas os leitores e escritores do meu Brasil!

FELIZ ANO NOVO!
Nalva Martins

Nascidos da Máfia.Onde histórias criam vida. Descubra agora