04

34 5 125
                                    

Enquanto todos descansavam calmamente, e meus olhos se fechavam involuntariamente, minha mente divagou até Lua. Pensando nas inúmeras possibilidades, inúmeros caminhos que ela poderia ter seguido. Pensando se ainda está viva, ou se nesse momento já está sendo digerida no estômago de algum desses monstros.

Descanso minha cabeça sobre meus joelhos e cubro meus olhos com o braço, enquanto meu corpo pede por alguns segundos de descanso. Respiro fundo sentindo os músculos doerem.

Minha missão na terra é clara, minha missão em Imperia precisa ser cumprida. Mas por que sinto que dessa vez será diferente? Que algo grandiosamente ruim está se aproximando, como uma tempestade que vemos no horizonte. Mas não posso me preparar nem, que eu tentasse.

Meus músculos tensionam quando um grito soa pelo horizonte, distante e agonizante, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Levanto minha cabeça em alerta, tentando entender se o grito na floresta realmente existiu, ou foi apenas uma ilusão. Na floresta, temos que ter cuidado com aqueles que imitam, ou tentam imitar a voz humana. Aqueles que atraem para a morte com um pedido de socorro.

Me arrasto para fora da caverna de neve, tentando não acordar os outros. Preciso saber se o que está lá fora é real, se Lua ainda está viva!

Outro grito, dessa vez mais desesperado, mais agonizante. Fecho os olhos e apuro a minha audição. Escuto galhos quebrando e passos pesados, respiração acelerada e coração disparado! Isso com certeza é humano, mas está cada vez mais distante.

-Pessoal acordem! Acho que encontrei um rastro da humana! -Grito do lado de fora, e logo vejo meu grupo despertar e cutucar aqueles que ainda dormiam.

-Laís? O que aconteceu? -Cris sai da caverna, sendo seguido pelos outros. -Esta muito escuro aqui fora!

O sol já se pôs a algum tempo.

-Eu sei, mas não temos tempo, vamos! -Ativo o escudo ao redor do meu corpo e com a audição apurada, corro em direção aos passos distantes, sentindo minha perna fisgar cada vez mais forte.

Sou seguida pelos outros, que ativam o escudo sem protestarem.

-Judy, vá pela árvores, não sabemos o que vamos encontrar, então precisamos de um ataque surpresa. -Ordeno, vendo ela ficar para trás. -Marcy, pela esquerda e Jhon pela direita. Cris, fique comigo!

Forço a visão noturna no limite. O feitiço falha e volta novamente em alguns segundos, fazendo minha visão se adaptar a escuridão.

O choro fica mais alto, ao ponto de ecoar pela minha cabeça, desativo a apuração e ainda sim posso escutar o som claro, parecendo a poucos passos de mim. Fico parada, olhando de um lado para o outro.

-Laís, aqui! -Cris aponta para uma árvore tombada no chão, formando um pequeno esconderijo entre as raízes expostas.

Me aproximo lentamente, e quando abaixo, posso visualizar a figura pequena e branquela encolhida. Ela me olha com medo e eu estendo a mão.

-Olá, Lua! Não vou machucar você. Sou Laís, e esse é o Crhistian. Somos luzes e fomos enviados para resgatar você.

A garota funga, enquanto as lágrimas banham seu rosto frágil.

-Não quero morrer, Laís. -Ela diz em meio os soluços.

-Vamos fazer de tudo para que saia daqui segura! É o meu trabalho. - Aponto meus olhos para minha mão ainda estendida a ela, e sinto os dedos minúsculos apertar a minha mão com força.

-Ele está lá fora, está me procurando! Eu quero sair daqui, prometo que nunca mais vou desdenhar das regras da vila! -Ela desabafa e eu me levanto, apertando os olhos quando minha perna pulsa. O olhar de Chris me observa julgador

Se a Luz apagar (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora