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Um pesadelo?

Capítulo 13

Entrei no carro com o Zack. Vi que a Kim saía disparada do condomínio a discutir com a alguém. Era o Harry. O Harry correu atrás dela e pegou-lhe na mão. Depois, disse-llhe qualquer coisa e puxou a Kim para o seu peito e beijou--a. A seguir, abraçaram-se e o Harry puxou-a para dentro do prédio.
Nada de que eu não estivesse à espera. Vou mesmo ter de o esquecer. Aquilo magoou-me muito mesmo. Como é que ele tem essa facilidade? Mesmo depois do que me disse, do que aconteceu... Opah... Não sinto nada. Só há vazio dentro de mim agora. Mas esse vazio dói imenso.
Não interessa. Não quero estragar a noite do Zack.
Chegámos a casa dele. Era num prédio mesmo próximo de Oxford St. Não era um condomínio privado mas o prédio tinha condições excelentes.
Ele escreveu o código de acesso à entrada e entrámos. Pelos vistos só entra quem souber o código. Entrámos no elevador e subimos. Cada piso tinha dois grandes apartamentos.Estou farta disto. Vou mesmo ter de o esquecer.
Zack: sê bem vinda. - diz, abrindo-me a porta.
Eu entro. Era um apartamento muito largo, com três quartos (cada um com a sua casa de banho), uma grande cozinha com mesa para as refeições, um escritório e ainda uma grande sala com uma mesa para jantar e com um plasma enorme.
Zack: sei que não é num condomínio todo 5 estrelas mas é onde eu moro.
Eu sorri-lhe.
Eu: é perfeito.
Ele sorriu-me também.
Zack: bom, eu vou preparar o jantar. Podes escolher aí o filme.
Ele atira-me o comando para a mão e vai para a cozinha. Decidi que o filme que íamos ver é Jessabele.
Eu: Zack!
Ele chega de tronco nu, vinha a vestir uma t-shirt lavada.
Eu: pode ser?
Zack: ya, na boa. Podes alugar.
Ele voltou para a cozinha.
Eu aluguei o filme e dirigi-me para a cozinha.
Zack: não, não. Nem penses.
Estava a tentar espreitar o que ele estava a preparar e ele estava-me a tapar.
Zack: baza.
Eu: ohhh mas porquê? Cheira tão bem...
Zack: óbvio, mas o que é que esperavas?
Eu: ahahah que engraçado, Zack. - ri-me sarcasticamente.
Zack: já amuou.
Eu: eu não estou amuada.
Zack: ai não?
Eu: não. - estou mesmo ahah.
Zack: okay. - ele vira-se para continuar a cozinhar,enquanto eu me dirijo para a entrada da cozinha.
De repente sinto que estou a ser agarrada. Viro-me contra o peito de Zack. Ele é muito mais alto do que eu, o que faz com que eu tenha de olhar para cima.
Zack começa a fazer-me cócegas. Eu riu-me tanto.
Depois ele pega-me ao colo e eu fico empoleirada no ombro dele, mas ele segura-me.
Dirijimo-nos para o quarto dele e ele atira-me para cima da cama e continua a fazer cócegas.
Eu: OH MEU DEUS PARA ZACK AHAHAHAH
Zack: NÃO!
Ele continua a fazer, mas a determinada altura deita-se. Eu respiro fundo e olhamos os dois para o teto.
Zack: ainda estás amuada?
Eu: não ahah.
Olho em redor. O quarto dele tem imensas fotografias. Levanto-me e vou explorar algumas das molduras.
Eu: és tu?
Zack: sou ahah.
Eu: oh meu deus, a tua cara não mudou nada. Tão fofoo!
Zack: obrigada.
Depois vi uma foto dele com os pais.
Zack: esta é a minha mãe.
Eu: tu és muito parecido com ela. Tens os seus olhos.
Zack: eu também acho.
Ele tinha fotos dele na parede. Não eram muitas.
Vi uma foto dele com uma rapariga e com outros dois rapazes
Eu: é a tua namorada?
Zack: não. Era a namorada do meu melhor amigo e a outra pessoa acho que te é familiar.
Eu: É o Harry! - ele estava tão diferente.
Zack: sim. Nós éramos amigos.
Eu: suponho que este seja o teu melhor amigo.
Zack: sim.
Eu encosto-me a ele e meto os braços à sua volta.
Eu: lamento imenso, Zack.
Zack: foi ele. - aponta para Harry.
Eu: ham?
Zack: ele apanhou a namorada com o Harry. Ele amava-a mais do que qualquer outra pessoa e matou-se.
Eu não queria acreditar.
Eu: não vale a pena pensar mais nisso. O Harry nem assim mudou. Ele não tem a noção dos efeitos que pode causar nas pessoas. Ele é um egoísta, mas tu não Zack. Está tudo bem agora. Vamos comer.
Ele acena com a cabeça.
Nem assim o Harry muda. É que nem assim.
Ajudei o Zack a pôr a mesa e finalmente consegui provar o que ele estava a preparar. Ele lá fez uma mistura de comida mexicana penso com libanesa. Estava tão bom! Eu pensei que fosse super pesado e picante porque a comida mexicana é bué gorda e picante, mas não. O Zack arranjou maneira de conciliar bem as duas.
Zack: também tenho uma surpresa especial para ti.
Ele chega com um grande bolo.
Zack: Bolo de bolaca - tenta pronunciar à portuguesa, mas ele não consegue fazer o som "ch"
Eu: AHAHAHAHAH BOLACA?
Zack: bolaca
Eu: bo-la-cha.
Zack: bo-la-ca
AHAHA parti-me a rir.
Continuámos a tentar fazer com que ele pronunciasse mas ele não consegue.
Zack: prova mazé.
Eu provei.
Creme de manteiga. Adoro.
Eu: está delicioso Zack. Nem és muito mau a cozinhar.
Zack: oh, obrigada.
Eu: posso fazer as pipocas?
Zack: claro.
Fui buscar o milho.
Coloquei açúcar e meti-as no micro ondas.
Estão prontas.
Olhei para o relógio. Eram 21 horas. Os meus pais devem estar a começar a stressar, tirei o telemóvel e vi que não tinha nenhuma chamada não atendida. É porque está tudo bem, suponho.
O filme começa. É de terror. O que eu gosto mais nestes filmes é da capacidade que eles têm para nos fazer cagar de medo.
O filme fala de uma mulher que sofreu um acidente qualquer e que regressa, de cadeira de rodas, à casa onde passou grande parte da sua infância. A casa está a cair de podre. Ela encontra umas cacetes da mãe e começa a ter pesadelos com a verdadeira jessabelle que era a filha verdadeira dela mas era negra porque era de outro pai então a mãe amaldiçoou a personagem e mais tarde ela morreu e era possuída pela jessabelle verdadeira.
Eu sou muito sensível nos filmes de terror, nem sei porque faço tanta questão de os ver. Este nem era muito assustador (segundo Zack), mas eu tive medo na mesma. Estávamos às escuras na sala dele e causava aquele receio. Eu escondia-me atrás da cabeça de Zack, sempre que sentia que me ia assustar, ou seja passei a maior parte do tempo escondida atrás dele.
Ele metia-me o braço à volta, deitava a minha cabeça no colo dele e fazia-me festas na cabeça.
Acabei por adormecer.
Quando o Zack acabou de ver o filme viu que eu estava adormecida no colo dele, acendeu as luzes e pegou-me ao colo.
Eu sou super sensível quando estou a dormir. Acordei.
Eu: Zack?... - digo a bocejar.
Zack: sim Tris.
Eu: levas-me a casa?
Zack: eu liguei aos teus pais a dizer que passas cá a noite.
Eu: ahhh - bocejo - okay.
O Zack pousa-me devagar na cama dele e cobre-me.
Zack: boa noite, Tris. - dá-me uma festa no cabelo e fica a olhar para mim.
Eu: vai embora. - faço um gesto com a mão para ele bazar, estou toda ensonada.
Zack: está bem. - ele ri-se e dá-me um beijo na testa. - Eu ainda vou ficar mais algum tempo acordado, se precisares chama.
Eu: okay, obrigada Zack.
Ele encosta a porta e vai embora.
Não consigo dormir.
Levanto-me da cama e dirijo-me à cozinha. O Zack já está a dormir, não o quero incomodar.
Tiro os cereais e meto-os numa taça.
Começo a comer.
Quando acabo, volto para o quarto. Já é uma da manhã.
Consigo, finalmente, adormecer.

**
Volto à cozinha.
Vejo um vulto e verifico que não é o Zack. Tem o cabelo mais volumoso.
Eu: Ha...Harry?
O Harry vira-se.
Eu assusto-me com a imagem dele. Tem os olhos amarelos num tom brilhante, em que as pupilas se destacam devido à cor preta, e o seu cabelo está todo despenteado e sujo.
Harry: Beatrice. - anda na minha direção.
Ele tem os olhos muito abertos.
Eu: Harry, o que te aconteceu?
O Harry acelera o passo. Eu ando para trás de forma discreta para me afastar dele. Bato de costas contra o plasma do Zack e este cai e parte-se. Caio no chão.
O Harry aproxima-se de mim, pega-me no braço e puxa-me para ele.
Ele agarra-me com força.
Harry: o que se passa connosco Beatrice?
Foi o que ele disse junto à máquina.
Eu: LARGA-ME!
Corro para o quarto do Zack, fecho a porta para o Harry não me encontrar.
Vejo outro vulto. Um vulto de duas pessoas.
É o Harry, outra vez, em cima da cama a beijar a namorada dele. Não é a Kim.
A porta abre-se, não sei como. Uma pessoa passa por mim.
É como se eu não existisse.
Quando Harry dá pela sua presença, arregala muito os olhos e mata-o.

**
Eu: NÃO! - grito na minha cama.
Ouço passos apressados.
Zack: Tris!
Eu: Zack, ainda bem que estás aqui. - atiro-me a ele e agarro-me. Ele agarra-me também.
Zack: o que se passa?
Eu: tive um pesadelo. - preferi não contar mais detalhes. Podiam magoá-lo.
Zack: eu fico aqui contigo até tu adormeceres.
Eu: não. Dorme aqui comigo.
Zack: não sei se...
Eu: por favor Zack, eu preciso de ti.
O Zack deita-se ao meu lado.
Eu pouso a cabeça no peito dele. O Zack mete o seu braço à minha volta e cobre-nos.
Eu agarro-me bem a ele e ele a mim.
Ao lado dele sinto-me segura. Sinto que nada nem ninguém me pode deitar a baixo, porque tenho o apoio dele e da Sarah.

Adeeuss ❤