capítulo único: plastifica meu delírio.

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quem está soprando delírios rente aos meus ouvidos? seria a personificação da minha ilusão ou você em seu estado de metamorfose que dissmula-se para me abandonar no seu primeiro bater de asas enquanto deixa-me afogar no mar lacrimal, minjeong?

as pequenas partículas de areia se movem pela ventania e acobertam meu corpo como uma espécie de armadura. mas ela é movediça, basta o toque singelo de uma criança obstinada para controlar como bem entende castelos de areia e batimentos cardíacos de um jovem emocionado no auge de sua dramaticidade.

e dei-lhe flores de plástico, para que elas não morressem, assim como a lembrança vívida do céu azul dominado pela brisa de suas madeixas que esvoaçavam com um sorriso singelo de minha parte, em reação a seu esplendor pueril como o sol caloroso de uma manhã.

rosas vermelhas rodeando meu corpo no caixão de vidro não são o suficiente pra resguardar a eternidade do meu amor por você, os espinhos perfuram cada parte do meu corpo putrefato e me transformam no receptáculo do fim. distanásia cruelmente dolorida que arranha meu peito e lhe devota meu coração, sem batimentos e cheio de sentimentos tão entranhados. de tal maneira, mantenho meu jardim resguardado enquanto lhe encaro derramar lágrimas dissimuladas no velório de 17 de abril.

"diciassette corpi sull'orlo della morte".

— retorno? bom, é a minha pretensão.

— e feliz ano novo atrasado!

sepulcro ✧ winrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora