palavras sem poder

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— Dylan vamos! Você tá demorando muito! Eu vou ir sem você! 

Faltava pouco tempo pra lua vermelha, eu chutaria uns dez minutos. Já faz meia hora que ele não sai do banheiro. Estou pronta a uma hora. 

— Estou saindo.

A porta do banheiro se abre e Dylan passa por ela igual uma estrela. Ele brilhava, sua roupa branca tinha um certo cintilar enquanto se movia, seus cabelos de cor caramelada brilhavam em perfeita sintonia com seus olhos verdes.

— Você vai vestido assim?! A ideia é não chamar atenção. Você parece que está indo para o mundo dos humanos comemorar o  réveillon. 

Ele sai do quarto para o corredor, me ignorando totalmente.






Murli tinha sido o primeiro a chegar. Não teria notado a sua presença se não fosse o brilho de sua pele branca refletindo a água da pequena lagoa sob uma grande ponte a atravessando de um lado a outro. A lagoa era conhecida por ser um lugar onde desejos são realizados, se desejasse algo ou alguém deveria atravessar a ponte até a metade e  então jogar alguma coisa significativa para si enquanto pensava em seu desejo. Dizem que se você realmente deseja aquilo e a lagoa te achar digno daquele desejo, ele irá se realizar, mas se não, você só irá ter perdido algo significativo em sua vida.

—Onde estão os outros? 

Murli descia a ponte devagar enquanto nós olhava esperando nossa resposta. Sua roupa era verde, uma toga escura o cobria.

— Só nós até agora. 

Digo me virando para Dylan, sua roupa cintilava com o brilho da água.

Barulhos de folhas rangendo surgiram atrás de nós. Nivy estava chegando, duas pessoas o acompanhavam, um menino baixo e ruivo, e outra pessoa que não sei quem é, seu rosto estava coberto por uma capa mas percebo que uma mulher, seus cabelos loiros batiam um pouco abaixo de seu ombro. Os três vestiam roupas pretas, igual a mim, a menina é claro tinha um adereço a mais, sua capa.

— Achou que eu não viria né?!! 

— Eu aprendi a não duvidar de você.

Dylan e Nivy se cumprimentam com um breve aperto de mão, um tapinha nas costas, algumas risadas e piadas sem graça.

—Olá, me chamo Bia, é um prazer finalmente conhecer a filha do grande guerreiro Martins— A menina tira o capuz e consegui ver seus olhos verdes esmeraldas, sua pele branca parecia porcelana— Ouvi dizer que você puxou a grandiosidade dele. 

Ela era simpática demais para uma bruxa, não que Odillia também não seja, mas Bia com certeza é mais.

 Murli parecia ter gostado do menino ruivo, ouço ele se identificar como Triston. Ele sim parecia um bruxo, poucas palavras e discreto.

—Está na hora de irmos, temos só até o amanhecer.

Quebro as conversas nada interessante de todos. O Chefe Bull está contando comigo, não posso decepcioná-lo, não de novo.

— Vamos começar por onde? 

Bia pergunta muito entusiasmada com a situação.

— Nohtingan.

Bia ergue os braços, suas mãos ficam acima da altura de sua cabeça. Ela recita algumas palavras difíceis de entender, provavelmente na sua língua nativa. Uma fumaça preta aparece à nossa frente e logo após ela se espalha, formando assim, um portal. 

—Vamos, ele não vai ficar aberto por muito tempo. 

Ela atravessa o portal nos deixando para trás. 

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