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“Você sabe que está apaixonado quando não consegue adormecer porque a realidade é
finalmente melhor do que seus sonhos.” - Dr. Seuss

Eu preciso admitir que o começo foi bom, Sadie.

Realmente foi.

Depois de ficarmos vários minutos nos beijando naquela maldita parede, você me acompanhou
até em casa. Nós não falamos muita coisa. Você tinha um sorriso estúpido e convencida nos lábios e eu estava tentando não ficar te encarando fixamente. Eu gostava de olhar para você. Gostava até demais. Eu abri a porta do meu apartamento e você deu um passo à frente, tentando entrar. Eu coloquei a mão em seu peito, te impedindo.

– O que você está fazendo? – perguntei, te olhando com as sobrancelhas erguidas.

– Você não vai me deixar entrar?– Você perguntou, franzindo as sobrancelhas.

– Não. Por que você acha que eu faria isso?

– Bem, eu achei que nós poderíamos continuar o que nós começamos alguns minutos atrás. –
Você disse, sorrindo torto.

–  Sinto muito, mas aquilo foi tudo. Além do mais, meu apartamento tem uma regra super restrita que não permite a entrada de cachorros.

O seu sorriso se alargou e você me encarou com um olhar malicioso.

– Eu não me importo em quebrar as regras, anjo.

Eu rolei os olhos e tentei evitar a vontade de sorrir.
Você era tão clichê.

– Até mais, Sadie. – Eu disse e estava fechando a porta, quando você colocou o pé na frente, me impedindo.

Você empurrou a porta e deu um passo à frente. Você ignorou totalmente o meu espaço pessoal
e me tomou em seus braços. Você me beijou e novamente eu me derreti. Quando você tirou os lábios dos meus, eu estava ofegante.

Droga, Sadie, você beijava bem para caramba.

– Até mais, Charlie. – Você disse, me lançando um sorriso torto.

Eu fiquei estática, te observando ir embora.

– Aquela era Sadie Sink? – perguntou a minha colega de quarto baixinha e gótica. Ela estava na cozinha, bebendo uma cerveja e me olhando com uma cara engraçada.

Eu assenti com a cabeça.

– Legal. – Ela disse, sorrindo em aprovação.

Aquelas foram as primeiras palavras dela dirigidas a mim naquela semana. Ela era quieta e na dela e eu gostava disso. Nós raramente nos falávamos, na verdade. Era como se eu morasse sozinha. Mas
até a minha colega de quarto gótica te achava atraente.

Eu sorri e fui para o quarto. Mas o meu sorriso foi embora quando pensamentos bombardearam
a minha cabeça.

O que aquilo significava?
O que estávamos fazendo?
Agora que eu havia finalmente cedido, o que aconteceria?

Você definitivamente não era o tipo de cara que namorava. Mas eu também não estava
procurando por uma namorada.

Aonde aquilo nos levaria?

Fui para a cama tentando tirar nosso beijo da minha cabeça.

Não consegui.

(...)

No dia seguinte, você me surpreendeu quando se aproximou de mim na faculdade e colocou seu
braço ao redor dos meus ombros, como se eu já fosse sua.

Talvez eu já fosse mesmo.

– Já comeu a pizza do Jonny's? – Você perguntou sem ao menos dizer "oi".

– Não. Onde é?

– Perto da faculdade. Nós podemos ir depois da sua aula ou... – Você sorriu maliciosamente
e disse: — nós poderíamos ir para o seu apartamento e nos ocupar com outras coisas mais interessantes, como...

– O que te faz pensar que eu quero fazer qualquer uma das duas coisas com você? – Eu perguntei, te interrompendo antes que você começasse a falar besteira.

– O modo como você me beijou ontem me fez pensar que você está muito interessada em fazer
várias coisas comigo. – Você sussurrou perto do meu ouvido.

Eu tentei não corar, mas falhei imensamente.

Você era tão cafajeste, Sadie. Com aquele seu sorriso torto, sua boca suja e suas cantadas
baratas. E por qual maldita razão eu tinha uma queda tão grande por tudo aquilo?

– Você é uma imbecil. – Eu disse, rolando os olhos.

– E você adora.

Você estava certo, eu adorava. Adorava para caramba.

– O que você está sempre fazendo aqui, afinal? – Eu perguntei, mudando de assunto. – Você
não faz faculdade aqui.

– Eu costumava vir porque muitos dos meus amigos estudam aqui, mas agora eu tenho uma
razão muito melhor. – Você justificou, os seus olhos fixos nos meus, com intensidade.

Novamente, eu tentei não corar.

Novamente, eu falhei.

Droga, Sadie, eu nunca corava. O que você estava fazendo comigo?

Um grupo grande de pessoas estavam vindo em nossa direção no corredor. Você me puxou e me
colocou contra a parede. Você me beijou pela terceira vez em vinte e quatro horas e eu me senti tão fraca e hipnotizada como na primeira vez.

Quando você tirou os lábios dos meus, percebi que as pessoas nos encaravam.

– Eu te pego depois da aula, anjo. – Você disse e se afastou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

E, simples assim, você me tomou.

O décimo sétimo motivo pelo qual eu te odeio é:

Você não me deu escolha.

Quando eu vi, já era sua.

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espero que gostem :)
Até mais!! ☔✨

30 reasons to hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora