Os mais corajosos são aqueles que não temem acabar com a própria vida, aqueles que veem a dor física como um alívio, um bote expiratório a toda dor psicológica. Pq eles são corajosos se acabam com o milagre da vida? É uma das perguntas que muitos se fazem, e depois de muito tempo acho que sei a resposta, eles são corajosos por enfrentarem o medo que todos já nascem, a morte, eles não tem medo de enfrentá-la e de descobrir o que acontece depois dela.
Eles são corajosos por derrotarem a barreira que o nosso próprio cérebro cria, a barreira da automutilação, ela impede a pessoa de se auto machucar. A dor psicológica, a pressão infringida por si mesmos e pela sociedade, a privação de sentimentos é tão grande que destrói essas barreiras fazendo a pessoa se esvair em dor física como alívio. Muitos julgam quem carrega as cicatrizes que eu vou apelidar carinhosamente de "cicatrizes de livramento", enquanto eu, uma simples adolescente de 16 anos venero a quem os tem, pessoas corajosas que lutaram com os seus monstros interiores e hoje carregam as mais belas cicatrizes para mostrar que conseguiram vencer esse momento turbulento da vida.
Cada cicatriz, não importa se é recente ou não conta uma história, as vezes a história envolve a perda de alguém importante, o desespero momentâneo que muitas doenças mentais como a ansiedade e depressão podem causar ou até mesmo apenas um conforto que faz a pessoa se sentir mais viva, fazer a pessoa se sentir que realmente existe e que tudo não é somente um momento de alucinação.
A automutilação pode vir de várias formas: cortes, arrancar cabelos, fincar as unhas em algum lugar do corpo até sangrar ou até mesmo ficar arrancando as pelezinhas que ficaram na boca. Pessoas que encontram o refúgio na automutilação e abraçam a morte como uma velha amiga são as mais corajosas que existem