pensamentos impuros.

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Josh Beauchamp

Liguei minha moto após colocar o capacete, e arranquei em direção a minha casa. Saí da casa de Any me sentindo satisfeito, mas era algo distinto, o qual eu não sentia faz muito tempo. Um sentimento de cuidado e preocupação.

Ver ela naquele estado lamentável de não poder se mover com tanta facilidade dentro da própria casa, me deixava genuinamente triste. Fazer tudo aquilo, mesmo estando cansado e pronto para deitar e descansar, me deixava feliz e eu faria aquilo várias vezes se precisasse. O médico disse que ela precisaria ficar imobilizada durante uma semana, e ficaria de repouso por mais alguns dias até poder andar normalmente e voltar aos ensaios. Todo este período tomando alguns remédios para ajudar na dor, e até mesmo na melhora dela.

Any era uma bailarina diferente. Diria até mesmo que especial. Ela era encantadora, devo admitir. Seu sorriso era lindo de se ver, e sua risada me contagiava e alegrava aos meus ouvidos, e eu achava adorável a maneira que seus olhos se fechavam quando ela ria, ou quando sua mão cobria seu sorriso, mesmo que eu preferisse vê-lo. Any realmente ama o ballet, e dá para perceber que a cada passo realizado por ela, é um passo de felicidade e até mesmo liberdade. E após vê-la tão vulnerável hoje ao tocar no assunto de sua família, fez com que eu me sentisse mal por ela e por mim. Ver aqueles lindos olhos castanhos brilhando em lágrimas me deixou fragilizado de uma maneira estranha e incomum para mim, principalmente se tratando de uma aluna como as outras.

Dava para perceber que seus sentimentos por mim eram ao menos parecidos. Apesar de ser notório a qualquer um o quão cansado eu estava todos os dias, ela foi a única a se preocupar verdadeiramente comigo, e me aconselhar a procurar algo que me ajudasse, como um segundo coreógrafo. Mesmo sendo totalmente contra a trabalhar com uma pessoa do meu lado, eu devia admitir que seria o mais prudente a se fazer. Quando encontrei Wiley, vi que deveria contratá-lo, já que ele já havia trabalhado para nomes grandes dentro do ballet, e também era um excelente coreógrafo, então achei que seria uma boa escolha. Está sendo, na verdade, ele me ajuda mais do que eu pensaria.

Aos poucos, estou recompondo meu sono, e dormindo melhor do que antes. Dormia cinco horas por dia, e tinha vezes que até menos. Mas agora, estou dando um jeito de dormir pelo menos oito horas todos os dias, e às vezes me dou liberdade para chegar mais tarde na academia quando Wiley concorda em cobrir os ensaios sem mim por uma hora. Estamos trabalhando em ótimo conjunto, e eu estava feliz com isso. No fim das contas, Any tinha razão.

Chegando em casa, me sentei no sofá e tirei meus sapatos, os deixando no canto da sala. Era ruim chegar e não ser recepcionado, e ter que me contentar com o silêncio angustiante da minha própria casa, por mais que eu mesmo tenha escolhido viver sozinho. Encarei o vazio na minha frente, e após alguns segundos, liguei a TV.

Passava um filme estrangeiro, talvez fosse brasileiro. Tudo me lembrava dela, principalmente depois de ver uma atriz negra de cabelos cacheados. Suspirei, e continuei assistindo o tal filme, mal me dando conta que eu estava caindo para o lado de tanto sono, e decidi que ir tomar banho seria a melhor opção, e assim eu fiz. Tirei minhas roupas devagar e sem pressa, entrando para o box assim que liguei o chuveiro, vendo o vapor quente embaçar o vidro denunciando a temperatura que me aguardava.

Fechei os olhos e suspirei ao sentir a água quente me atingir, e me proteger da temperatura quase gélida que fazia em Paris. Meus olhos estavam fechados, e minha mente traiçoeira rastejou como uma cobra para o canto escuro das minhas memórias, chegando até o corpo de Any coberto por uma leggin apertada e que me fez ter uma generosa visão de sua bunda marcada e belíssima, me fazendo suspirar a cada vez que ela passava por mim. Pensei nas vezes em que quase pude experimentar seus lábios provavelmente macios nos meus, e do jeito que ela me encarava enquanto bebíamos café.

Sentia vontade de beijá-la, de tocá-la. Emaranhar meus dedos em seus cachos perfeitos, enquanto trazia seu corpo para mais perto do meu, sentindo seus lábios nos meus, ou morder sua pele negra e macia ouvindo seus sons de prazer ao pé do meu ouvido. Minha respiração começou a se pesar aos poucos, e meu pau aos poucos começava a se endurecer, resultado dos meus pensamentos impuros com a minha própria aluna que era onze anos mais nova. Mas era inevitável, principalmente quando ela nitidamente sente o mesmo.

Imaginava como seria bom sentir seu corpo se fundir ao meu, enquanto eu a beijava e acariciava sua pele perfeita sentindo seu prazer se emaranhar com o meu. Minha mão foi inconscientemente para meu pau necessitado de atenção, e eu fiz algo que há muitos meses não fazia. Me masturbei quase vergonhosamente enquanto pensava no quão bom seria se ela estivesse aqui, prensada no vidro embaçado sentido todo o meu prazer ser depositado nela. Não teria o mínimo problema em incomodar os vizinhos com os nossos sons, principalmente se eles viessem da maneira mais escandalosa. Estaríamos nos fundindo como um só.

Joguei a cabeça para trás enquanto sentia aquela sensação boa chegando aos poucos, e eu cada vez mais idealizava ela aqui comigo. Soltei um gemido fraco ao sentir uma pulsação forte e gostosa que anunciava meu orgasmo próximo. Seus olhos castanhos perfurando os meus enquanto eu a prensava no vidro e empurrava meu corpo contra o seu, ouvindo seus gemidos mais sinceros e profundos. Liberei todo o meu orgasmo enquanto gemia e fechava os olhos, sentindo o meu corpo quase cair. Com certeza me sentia sujo pelo o que acabara de fazer, mas não tinha como me enganar sobre isso. Eu a queria, e vou tê-la mais cedo ou mais tarde.

O ensaio de hoje correu bem. Apesar de ser difícil continuar sem Any, já que ela era a nossa protagonista, todos os bailarinos foram ótimos e colaboraram para que tudo ficasse mais fácil enquanto faltava a peça chave do espetáculo. Wiley havia ido embora primeiro, e eu fiquei encarregado de fechar a sala que usávamos para ensaiar. Recolhi minhas coisas, já me preparando para ir até a casa de Any, sentindo uma ansiedade tomar conta de mim.

Mesmo que eu fosse para realmente ajudá-la, eu gostava de ter a companhia dela. Ver seu sorriso era como uma dose de serotonina que eu mal sabia que precisava. Ouvir sua gargalhada, ou simplesmente vê-la já era ótimo. Me peguei pensando nisso enquanto pilotava minha moto em direção à sua casa, e quando parei em frente a sua porta, suspirei sentindo uma vontade quase incontrolável de ter ela para mim. Meu desejo carnal era maior que a minha razão. Mas vinha me parabenizando por controlar este desejo por um mês inteiro, apenas com insinuações sutis. A não ser pela vergonhosa ereção que tive em sua frente, sem poder me controlar.

Desci da moto me perguntando como iria fazer para controlar meus instintos de beijar seus lábios lindos e convidativos, sendo que era apenas o segundo dia que eu passava por aqui após os ensaios. Tirei o capacete e o coloquei na mala, ajeitando meus cachos que se rebelaram dentro do capacete. Bati na porta e após alguns segundos, ela se abriu, e Any apareceu na minha frente, fazendo com que eu tivesse que prender um sorriso satisfeito. Seu pé enfaixado estava apoiado no chão, e ela despejando o peso de seu corpo para a parede.

— Você vai vir todos os dias? — Ela perguntou divertida, e eu assenti liberando meu sorriso.

— Sim, e quero que aceite de bom grado. Eu cozinho bem, você vai gostar — Ela arregalou os olhos rindo, e negou com a cabeça enquanto ria.

— Eu só não nego porque sei que não iria adiantar de nada — Entrei na casa, vendo tudo muito bagunçado, já que ela não conseguia se mover para arrumar — Está com fome, não está? Ia pedir comida japonesa agora.

— Seria bom. Acho que vou ficar ocupado limpando por aqui.

— Não, Josh! Você está cansado, e eu consigo arrumar isso aqui depois. Aos poucos, mas consigo.

— Ainda tenta negar? Sente-se ali, e me conte o que fez hoje enquanto eu arrumo tudo.

Ela revirou os olhos mas vi um pequeno sorriso crescendo no canto de sua boca. Cada vez mais autocontrole para não beijá-la.

Sapatilhas Douradas - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora