O que era pra ser para sempre...
E quando dois destinos estão fadados ao fracasso. Como reconhecer aquilo que não se quer ver? Como nos contos de fadas, nas comédias românticas, nos romances "shakespearianos" em que duas almas se encontram, se acham no meio de tantas outras e se aproximam, pois algo de especial os une.
Como acreditar que o mesmo destino que os uniu os distanciou? Como aceitar que em meio a tantas diferenças que apesar de marcantes foram deixadas de lado em nome de algo que se sentia, apresentou-se de forma tão relevante em tão pouco tempo?
Eu combustível, ele comburente, dois pares altamente inflamáveis que, assim como, qualquer produtos químicos e elementos instáveis da natureza nos tornamos incapazes de reverter uma reação que deu origem a uma explosão.
Formou-se então um sentimento que ainda nos machuca, nos fere e que apesar disso é o que ainda nos une. A decepção do adeus, a desilusão da última noite, o fracasso por não ter conseguido reverter aquilo que deveria ter sido para sempre.
E como nos dramas mais rebuscados cheios de altos e baixos onde o desfecho é em sua maioria o desencontro ou a morte daquilo que deveria permanecer vivo, nos desencontramos, perdemos a chance de provar não aos outros, mas a nós mesmo que seria sim possível fazer brotar uma flor no deserto.
Éramos jovens demais quando nos conhecemos e contra nossos familiares, nos casamos com apenas 18 anos. Como almas gêmeas nos unimos naquele tempo que não volta, vivemos felizes por 4 anos, mas éramos imaturos demais para entender como um casamento deveria ser.
Hoje teremos nossa última noite compartilhando a mesma cama, a mesma casa, o mesmo sobrenome, a mesma vida.
Casamento não é o conto de fadas que imaginamos. Onde vivemos os melhores dias da nossa vida com quem imaginamos ser o amor verdadeiro, perfeito.
Mas o que nos contaram e resolvemos ignorar é que não é perfeito, somos humanos, fadados ao erro, a imaturidade.
Um ser cheio de defeitos.
Naquela época, nossos defeitos eram tão pequenos e nosso amor prevaleceu, passamos por tantas dificuldades para viver esse relacionamento e o que esperávamos era maturidade para enfrentar todos os obstáculos que apareceriam em nosso caminho, mas o universo quis contar uma história diferente.
A rotina se fez presente e nossos momentos em casa já não eram mais juntos. Brigávamos mais do que vivíamos em paz e isso desgastou nosso casamento.
Aceitamos juntos nosso fim e amanhã assinaremos nosso divórcio, mas quero marcar esse última noite como um lembrete do que fomos e do que desistimos de ser um para o outro. Quero mostrar que ainda somos capazes de amar, mesmo com todas as nossas diferenças.
O motivo? Eu ainda o amo desesperadamente e por um fim nisso está doendo mais do que eu achei que doeria.
Nós acabamos de chegar do último jantar, fomos ao restaurante do nosso primeiro encontro. Eu programei tudo em detalhes para que Jungkook vivenciasse novamente nosso amor, queria saber se ele ainda me ama apesar de tudo.
Estamos sentados no sofá em frente a lareira que arde em nossa frente, nos esquentando nessa noite de inverno tão fria.
Nenhuma palavra é dita, ficamos apenas olhando nos olhos um do outro. Em um impulso, me aproximo do seu corpo e ergo minhas mão em direção a sua nuca, era o lugar que mais amava fazer carinho, perto dos cabelos grandes que contornavam seu pescoço.
Ele não se distancia, pelo contrário, ele chega mais perto, passou seus braços pela minha cintura e me puxou para um abraço. Todas as lágrimas que lutei para segurar até agora inundaram meus olhos e corria pelas minhas bochechas como uma cachoeira.
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A última noite
FanfictionSinopse: Depois de quatro anos casados, Jimin e Jungkook terão a sua última noite com o mesmo sobrenome. A noite mais marcante que eles já viveram. Jikook | Oneshot | + 18