𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐎

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1978

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1978

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- Não deveria ficar acordada até tarde - Albert diz

A cozinha de tamanho considerável tinha um ar de tristeza e solidão, a própria iluminação garantia isso, era estranho para Lizzie que mesmo com janelas era como se a cozinha não recebesse o ar da manhã, a cozinha sempre tinha aquela mesma energia pesada e assombrosa.

Albert então finalmente se senta de frente para Lizzie enquanto lia o jornal, de relance Lizzie nota na capa do jornal que outra criança havia desaparecido, Bruce Yamada, era um garoto muito bonito na visão da garota, ela já tinha o visto pelos corredores da escola e uma vez enquanto ia pra casa, o garoto até a cumprimentou por educação, parecia ser um garoto exemplar, a família Yamada certamente estava desolada, Lizzie gostaria de visita-los e prestar seus respeitos pelo garoto Bruce, mas sair de casa sem permissão do pai estava fora de cogitação, e ele não permitiria que ela atravessasse o bairro inteiro apenas para prestar solidariedade a estranhos.

- Estava estudando, tenho prova hoje - a garota diz comendo uma torrada - sinto muito

Ela olhava para a torrada mordida e sentia ânsia, estava sem fome, na verdade nunca foi de tomar café da manhã desde que se mudaram, mas dessa vez precisava se obrigar a comer algo, na noite anterior em uma das broncas do pai a garota acabou indo dormir sem jantar, se não comesse nada com certeza iria desmaiar durante a prova.

- Bom, traga boas notas pra casa - Albert diz virando a página do jornal - Vai ter que dormir na casa da sua amiga Kate hoje, tenho um trabalho pra terminar no porão e você não vai poder ficar aqui

Lizzie olha para a porta do porão trancada, sentia arrepios ao olhar pra lá e simplesmente virou o olhar.

- Sim senhor

A menina observava seu café esfriar e então olha para o pai, nota um arranhão em seu pescoço os pulsos também tinham algumas marcas pouco visíveis

- Pai, o que é um Grabber? - A garota pergunta

Albert parou o que estava fazendo, parecia ter mudado de uma hora para a outra, ele então olha para Beth, em suas mãos ele aperta o jornal com força, parecia estar olhando por toda a alma de Beth, como se enxergasse todos os seus pecados.

- Onde ouviu isso Elizabeth? - ele diz

A garota ficou totalmente muda, sabia que tinha falado alguma besteira, o olhar sombrio do pai a fez congelar, até que seu pai bate na mesa com força.

- Elizabeth! - ele fala alto fazendo-a se encolher

- O senhor resmungou esse nome a um tempo, eu só fiquei curiosa - a garota diz tremendo

Albert então se levanta de mesa de uma só vez e agarra os Beth pela nuca fazendo-a ficar cara a cara com ele, a menina tenta segurar nos braços do pai para se soltar, mas o homem apenas agarra com mais força.

Hoje eu quero ficar sozinha - Telefone PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora