𝔻𝕒𝕞𝕒 𝕕𝕒 𝕝𝕦𝕒 / 𝕊𝕙𝕒𝕫𝕒𝕞

ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 4

𝕋𝕖𝕤𝕥𝕒𝕟𝕕𝕠 𝕡𝕠𝕤𝕤𝕚𝕓𝕚𝕝𝕚𝕕𝕒𝕕𝕖𝕤.

Achei que o dia não podia ficar mais estranho, mas acontece que eu estava enganada.

Desde que saí daquele templo bizarro, tenho sentido uma vibração em mim, como uma corrente elétrica percorrendo todo meu corpo, ou uma maré seguindo a lua ao anoitecer.

E agora, do nada, eu descubro que posso usar magia e então nada mais faz sentido.

Meus avós sabiam? Ou meus pais?

Para que os poderes servem e como supostamente eu deveria usá-los?

Essas são todas perguntas que sufoquei na minha garganta e guardei para mim mesma, mas mantive fixa a intenção de averiguar isso assim que voltasse para casa.

Deixei de lado essas questões, por hora, e fui correndo na direção onde Billy debatia com uma senhora e um ladrão, acompanhada de Freddy.

— Temos que pensar em um nome pra ele. – falei baixinho, uma torrente de incredulidade e empolgação crescendo em mim.

— Que tal Trovoada? – Freddy  perguntou pensativo, já estávamos próximos o suficiente deles para entender que a moça não precisava ser salva.

— Esse nome não, sério, não. – respondi, rindo um pouco.

Billy não vai gostar desse nome.

Mas, meu melhor amigo nunca foi de me escutar, por isso, quando a senhora perguntou qual era o nome de Billy, Freddy disse com toda confiança.

— O nome dele é Trovoada! – quase tive vontade de cavar um buraco no chão e me enterrar quando vi a expressão desconcertada da moça.

— Eu te disse que esse não... – sussurrei para Freddy que estava na minha frente.

— Isso parece péssimo. – Billy afirmou, sua expressão mostrando claramente sua aversão ao nome.

— Sr. Filadélfia? – o Freeman tentou novamente, mas só piorava.

Numa tentativa vaga de manter o que me restava de dignidade, me escondi atrás de uma árvore próxima e observei como os dois patetas iriam lidar com a situação.

— Parece nome de cream cheese... – o Batson negou com a cabeça.

Pior que realmente parecia nome de cream cheese.

— Então... – Freddy ponderou. — Poderoso, tem todos os poderes.

— Poderoso, conhece este garoto? – a moça indagou, sem entender nada do que estava havendo.

— Tipo um pouquinho... – "Poderoso" sinalizou com os dedos. — Na verdade, não sei, ele é tipo um mini agente meu. – ele falou um pouco envergonhado e olhou ao redor, parecia procurar algo, enquanto isso, Freddy tinha um diálogo com a mulher.

Até que seu olhar encontrou o meu e sua expressão relaxou, ele sinalizou para que eu fosse lá e eu balancei a cabeça em negação e ri da sua expressão frustada.

Acho que ele precisa de ajuda, mas vou deixar ele e Freddy se virarem sozinhos pra variar.

Ele voltou seu olhar para o bandido que estava tentando escapar e, sem controle de sua força, arremessou ele longe, mas por sorte, ou azar, tinha um monte de sacos de lixo empilhados no local de sua queda.

Vendo isso, finalmente fui até lá e a mulher saiu correndo assustada, deixando um bolo de dinheiro com Freddy.

— Ei, moça, espera aí... – tentei chamá-la para dizer que não íamos ferir ela, mas ela já tinha ido.