Capítulo Treze

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| Antony | 

- Beleza, eu vou gravar a nossa conversa por precaução, caso eu esqueça de anotar alguma coisa - Fernanda avisa fazendo algumas anotações e aperta o botão iniciar do seu gravador. 

- Tudo bem - eu respondo e espero ela começar  

- Bom, vamos começar com a pergunta mais clássica de todas depois de um jogasso: qual a sensação de fazer dois gols bem na copa da sua estreia? - ela direciona o celular para mim como um microfone e não consigo segurar a risada. 

- Eu vim confiante pra essa copa, mas sempre com o pé no chão. O professor nos treinou muito bem pra dar o nosso melhor, quando eu fiz meu segundo gol eu soube que 'tava no caminho pra chegar no melhor. - falo acostumado a responder perguntas a todo o momento. 

- Então ainda não vimos o seu máximo? - ela pergunta depois de anotar algumas coisas em sua agenda. 

- Vou soar muito arrogante se eu falar que ainda não? - digo e ela dá risada colocando o cabelo atrás da orelha, eu tenho muita sorte mesmo. 

- Talvez um pouco, mas nada exagerado - ela me fala voltando a anotar - É bom sermos confiantes no que nós fazemos. 

- Confiança eu tenho de sobra mesmo - eu completo e ela me encara. 

- Eu sei bem disso - Fernanda murmura e segue com as perguntas - Um dos gols foi dedicado ao Lorenzo, ligou pra ele depois da partida? 

- Com certeza, na verdade, ele me ligou antes - sorrio ao lembrar do meu pequeno, ele é minha razão de vida - 'Tava tão feliz que quase não parava de pular na chamada de vídeo. 

Fernanda sorri e percebo ela fazendo um coração pequeno no lado da sua anotação, ela 'tá escrevendo minhas respostas ou fazendo um diário? 

- Ele é muito fofo, vocês têm uma relação muito admirável. Você o viu antes de vir pra cá? 

- Ah sim, ele passou uns dias na minha casa antes de começar a correria pra viagem - lembro da semana que passamos juntos e eu levei ele para todo canto junto comigo - E pretendo repetir a dose depois de acabar a copa. 

- Tenho certeza que seus fãs vão querer muitas fotinhos de vocês nas redes sociais - Fernanda sugere e eu concordo. 

- Também vou querer registrar muitos momentos com ele.

- Bom, e falando sobre o fim da copa, já que você citou agora pouco, como 'tá o coração? Altas expectativas para estar na final? - ela pergunta passando para próxima página. 

Eu me ajeito no colchão, falar sobre o hexa sempre traz uma pressão ainda maior. Parece que eu acordo e durmo pensando na taça, seria uma conquista incrível para a nova geração que cresceu sonhando em viver isso ao vivo. 

- Cara, a gente sempre tenta manter a tranquilidade pra não perder o controle, mas com um país inteiro esperando que você traga algo pra eles fica difícil não colocar mais expectativa em nós mesmos, 'tá ligado - eu falo pensando nas palavras certas. 

- Sim, eu penso que não seja fácil conviver com essa pressão - Nanda concorda escrevendo mais - Mas ao mesmo tempo, você não trocaria a sensação de estar na copa por nada, eu imagino.

- Com certeza não, todo moleque que quer ser jogador sonha com isso - eu respondo pensando nos tempos de Cotia - Pra mim, é o auge ser convocado pra representar seu país do coração. 

Fernanda não para de escrever enquanto nós conversamos, a entrevista sai naturalmente e ela faz parecer fácil responder as coisas. A jornalista pergunta um pouco sobre minha trajetória, meu momento no United e sobre o último jogo contra camarões.

Game || Antony Onde histórias criam vida. Descubra agora