café.

401 21 13
                                    

    Acordei com a cabeça latejando sobre uma cama qualquer, a única coisa que me lembro era de ir a uma festa junto a Amber. Nada mais que isso...

Sentei-me na cama colocando  minha mão direita sobre a testa enquanto tudo parecia girar graciosamente de forma dolorosa, fiquei de pé quase cambaleando e pude sentir um leve arder entre minhas coxas mas não me perguntei o porquê, estava preocupada em não voltar pra casa do jeito que havia conversado com meu irmão (vulgo meu segundo pai).

Caminhei lentamente com meus  saltos em mãos pela casa enorme, desci as escadas evitando os corpos bêbados jogados por aí, não faço o esforço de me lembrar rostos familiares porque com toda certeza falharia em lembrar de algo além de que tomei uns shots de tequila com morango e de Amber rindo da minha cara.
Logo no sofá pude encontrar a maldita Amber encolhida nós braços de uma mulher, fiz a questão de pegar meu telefone e tirar uma foto das duas, mandando uma mensagem dizendo que já fui embora.

Antes de ir passei pela cozinha da fraternidade tomando uma água e me deparando com um cara, na qual me lembrava algo mas ao mesmo tempo não lembrava. O ruivo estava sentado com sua cara colada na ilha da cozinha Americana, ao seu lado um copo qualquer de uma bebida esverdeada.

Não passei muito tempo observando a cena caótica, apenas segui meu caminho deixando a casa ainda de madrugada.
                             (⁠ㆁ⁠ω⁠ㆁ⁠)
       Depois de sair do táxi suspirei frente a porta da minha casa, em minha saia justa peguei do bolso um molho de chaves prateadas, assim que a porta se abriu pude ver o breu que cobria toda a casa.

Liguei a lanterna de meu celular e tentei me guiar sem fazer um piu para que não levasse um sermão, até que em meio a este percurso acabo  pisando em um brinquedo de cachorro acordando mocchi, meu Golden retriever. Ele saiu de sua caminha e pulou em cima de mim latindo feliz por minha volta, ouvi passos pela escada, e lá estava Aether com suas mãos na fina cintura me encarando com pura decepção.

— Lumine. — suspirou se aproximando. — que horário concordamos a sua volta?

— ah, Aether por Deus! — cruzei meus braços batendo meu pé no chão. — Eu apenas queria me divertir!

— Mas você prometeu! Nós temos trabalho amanhã e faculdade! — falou enquanto juntava as louças na pia. — você ao menos sabe que horas são?

Eu olhei discretamente pro relógio da parede.

— Quatro da manhã.

— Exatamente. — colocou suas mãos em meu ombro — Lumine, eu não me importo que saia. Desde que tome  cuidado para não voltar tarde e algo lhe acontecer.

No seu olhar não havia mais desapontamento, havia um olhar de preocupação e sua voz também tinha este tom.

— Foi mal. — o respondi, abraçando-o. — não quero te preocupar.

Ele sorri pra mim, bagunçando meus cabelos ja bagunçados e eu faço o mesmo com ele.

— Vamos pra cama. — ele caminha para as escadas. — você deve estar cansada.

— Estou.

— E amanhã não me deixe de contar quem borrou seu batom! — sorri ladino pra mim. — Pra eu matar esse desgraçado.

coffee without sugar Onde histórias criam vida. Descubra agora