N. A.: Hey! Que saudades! Voltei com o epílogo depois de alguns pedidos e talvez algumas ameaças kkkk Espero que gostem, essa é a parte I. Beijos e boa leitura!
Insegurança não era uma palavra presente na vida de Carol, tampouco a caracterizava. Porém, o sentimento cutucava seu peito havia alguns meses. Nos últimos três ou quatro, não sabia dizer. Nada tinha a ver com a última discussão com Anne, aquela em um jogo, resolvida em capítulos de uma outra estória. Pelo menos acho que não. Há quase um ano tinham renovado o amor que sentiam, através de palavras, gestos e um novo pedido de casamento. Mas ali estava, ainda noiva e sem saber se a holandesa ainda mantinha tal interesse.
A central se remexeu na cama, odiava quando aquele pensamento invadia sua mente. Não sabia explicar de onde vinha. A única coisa que sabia era que os preparativos do casamento nunca chegavam ao fim e toda vez que parecia próximo, precisavam adiar. O motivo? Jogos pelo clube e convocações pela seleção brasileira. Claro que era grata por tudo que acontecia em sua vida profissional, contudo, uma outra parte sua, aquela bem pessoal e íntima, pedia por um descanso e atenção. E uma cerimônia de casamento.
Ela amava Anne, mais do que imaginou que fosse possível, e casar com a outra mulher era um de seus sonhos desde o momento que disse que a amava, se bem lembrava. O problema então era que a holandesa simplesmente havia parado de falar na cerimônia e nos preparativos. Não que conversassem diariamente ou semanalmente, mas meses? No mínimo deveria se preocupar.
Pensando nisso, Carol alcançou seu telefone e discou para Gabriela, sem se importar se era meia-noite na Turquia. Não tem jogo hoje. No quinto toque a ponteira atendeu, um pouco ofegante. Em outra ocasião, a central teria dito alguma piadinha, pois havia aprendido com a melhor, mas preferiu ser direta e nos dez minutos seguintes despejou todos seus receios na amiga.
Gabi precisou de uns minutos para responder, primeiro porque estava um pouco atordoada pelo horário e depois pelo excesso de informação. A ponteira conteve uma risadinha, embora tenha sido percebido por Carol.
- Você precisa parar de pensar tanto – disse Gabi. – Não faz sentido o que me disse. Talvez esteja muito cansada e precise de férias, Carol. Anne te ama e ela sempre foi muito honesta. Preciso ir, te amo!
E assim a ponteira desligou, deixando a central confusa. Ela era mais receptiva, aposto que tá acompanhada. Outra vez sozinha, já que Anne estava no mercado, Carol decidiu levantar e tomar um banho demorado. Talvez Gabriela estivesse certa, ela precisava de férias, um descanso. Pode ser um excelente momento para o casamento. Tal pensamento a animou e proporia isso à holandesa no aniversário dela, dali a dois dias.
Ainda naquela noite, esperou a noiva para jantar, tudo transcorria bem, conversas aleatórias e esquivas de Anne em responder perguntas como "onde você foi?". O desânimo já alcançava Carol, mas o aniversário da ponteira seria em breve, no sábado, e não seria legal não festejar. A central estivera animada anteriormente preparando mentalmente o que faria no aniversário da noiva. Imaginou que um jantar a duas seria perfeito, com direito a vela, flores e todos os pratos favoritos da holandesa. Mas a verdade é que Anne, ainda que presente e amorosa, parecia distante, sempre saindo entre ou após os treinos. Antes que pudesse propor qualquer coisa sobre o dia especial, Anne disse:
- Falei com as meninas, achamos que é uma boa ideia comemorar meu aniversário e o da Jineiry juntos. Brayelin confirmará amanhã o aluguel da chácara. O que acha?
- Acho que já está decidido, afinal faltam dois dias. Não fará diferença alguma minha opinião – respondeu Carol, chateada. – Além disso, o aniversário é seu e você faz o que bem entender – levantou-se da mesa, levando seu prato e deixando-o sobre a pia. – Estou cansada, boa noite.
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Fiksi PenggemarA temporada 2016-17 estava prestes a começar e uma nova jogadora se juntou à equipe do Rexona Sesc Rio. A ponteira holandesa Anne Buijs tentava se adaptar ao país e ao estilo de jogo e iria contar com a amizade e companheirismo da central, Carol. (E...