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Lá estava ele, o pequeno garoto loiro sentado à beira de um penhasco, encarando uma vila. A vila ao qual era obrigado a defender, desde que lembra, desde que se entende por gente.
Estava fugindo se suas obrigações como arma de Konoha no momento, em busca de um pouco de paz. Encarava tudo lá em baixo com um olhar distante, enquanto pensava em seu passado, seu presente e, muito provável, futuro.
— ...A guerra é um lugar....onde as pessoas se matam sem se odiar, por velhos que se odeiam mais não tentam se matar....gerando morte, tristeza e dor....num ciclo que não vai mais parar... - Comentou em forma de uma canção.
Sua expressão era tão cansada para uma criança como ele, era estranho seus olhos transmitirem tanta dor. Mas em épocas de guerra, como essa, era normal de se ver, o que era mais doloroso ainda de aceitar.
A muito tempo o mundo ninja está em uma intensa guerra, e aquele pequeno loiro sabe bem disso. Fora obrigado a lutar e a matar diversas vezes, até agora, onde finalmente todos haviam entrado em um consenso, parando assim essa era de caos, lutas e dor.
Mas as cicatrizes ainda estavam lá, sim. Sempre estiveram e sempre vão estar, não importando se você quer ou não. E com o loirinho não era diferente, por isso ele fugia de suas obrigações agora, cansado, tentando ter um mísero segundo de paz em sua vida conturbada.
— Os meus pais foram mortos...por ninjas de Konoha. - Disse em um filete de voz, deixando uma lágrima solitária escapar.
Lembrava-se com clareza daquela noite horrorosa. Seus pais, seus amados pais, sua família, foram tirados de si. Tudo isso por uma coisa tão fútil, um poder que havia dentro dele e somente ele era capaz de suportar.
As vezes o garoto se culpava pela morte de seus pais que lutaram para o proteger, em vão. Lembrava-se de cada gota de sangue e corte que fora obrigado a assistir defefirem em seus amados pais sem poder fazer nada.
Se sentia um inútil, um inútil sem chão, sem seu mundo, completamente abalado, destroçado. Mas então, ele logo sabia, algo dentro de si o lembrava de que aquilo não era culpa dele, e sim daqueles desgraçados ambiciosos por poder.
Isso fazia seu sangue ferver, mas ele não podia fazer muito. Não tinha força pra isso também, nem vontade. É cruel de dizer, mas aquele pequeno garoto tão novo só queria morrer, assim como fizera com as vidas que ceifou.
— Vagando na chuva, não tem quem me socorra....enterrar quem amo me traumatizou...essa foi minha primeira dor.
Comentou mais uma vez. Perder seus pais e não poder dar a eles a despedida que mereciam doida, oh se doida. Foi horrível, foi horripilante, foi doloroso enterrar ele mesmo seus pais com suas próprias mãos.
