Tenho a plena certeza de como sou manipulado pelo meu próprio cérebro. Há cinco dias, eu tive a minha reação alérgica ao remédio que consegui comprar com um colega de bloco do Yoongi. Passei dois dias sem sair do quarto, e os outros três, por preguiça mesmo. O Hospital liberou uma caixa de primeiros socorros. Acho que a minha mãe tem alguma coisa a ver com isso. Assim como fui rápido em ter uma reação alérgica, também fui rápido em me recuperar dela.
Normalmente dura uma ou duas semanas, dependendo do caso.
Agora que já estou renovado, e mais bonito. Deixo o meu celular no ---vivo a voz--- na bancada da minha mini cozinha, enquanto converso com a Yuna, sentado na cadeira, enquanto amarro os meus cadarços.
Só para constar, querido Diário, ela não para de me xingar. E isso não é um sonho, infelizmente.
-- Mas que merda, Jeongguk!
-- Olha a boca!
-- Ah, vai se ferrar! Vai se fuder! Merda! Eu já disse mil vezes que não saí de casa essa semana. Que saco, Urgh! Odeio você.
Acabo soltando uma risada.
Sempre disseram que nós dois éramos parecidos, em aparência, e manias. Eu sempre achei o contrário. Yuna é imatura, gosta das coisas do seu jeito, carinhosa, e também a mais mimada, mas também a mais social e amigável. Tirando a parte do carinho, ela herdou tudo que é ruim de mim. E eu nem sou o pai dela.
Felizmente, ainda bem. Felicidades.
-- Mas o meu sonho disse o contrário.
-- Fo-Da-Se!
Fico de pé, e me olho no espelho da parede.
-- Ok. Vou deixar passar dessa vez.- eu digo, colocando os meus piercings que tirei por ter ficado mal durante esses dias. -- A mamãe está bem?
-- Por que não pergunta para ela?
-- Ok, vou desligar.
Ela solta um suspiro longo, escuto barulho de portas se fechando do outro lado da linha. Não é que eu não queira vê-la, longe disso, eu me dou bem com a minha mãe. Porém sinto vergonha do que fiz, e olhar para o rosto dela me dá vontade de fugir de tudo isso, porque sei que não vou aguentar.
-- Olha... - ela solta o ar pela boca. Deve estar pensando. -- Ela vai estar na delegacia até às dez. Você tem folga hoje, né? Apareça por lá.
-- Não acho que seja uma boa ideia.
-- Não custa tentar. Se quiser eu te acompanho. - ela dá risada. -- Sei que você é uma bomba relógio que não sabe a hora de-
-- Valew! Falow! - desligo a ligação. Provavelmente agora ela deve estar batendo os pés no chão, emburrada, com um bico pequeno nos lábios de batom rosa. Eu tenho essa memória viva dela, que sempre está arranjando encrenca, mas no final, só quer se divertir um pouco longe de casa e de tudo.
São duas da tarde de um domingo ensolarado que requer muita energia da minha parte porque recebi um convite de aniversário de uma criança do projeto que a Jennie faz parte. Por isso, acordei mais cedo para correr, e agora estou aqui, pronto para ir até aqueles que colocam minha estima no chinelo. Pego a minha mochila/bolsa, e tranco o quarto. Chamo um carro de aplicativo, e sigo para o meu destino. A tarde vai ser cheia, e eu preciso estar preparado para isso. Desço do carro, depois de pagar ao motorista que não parou de me contar das setes vezes que foi atingido por um raio enquanto era marinheiro na Polônia em 1987. Eu nunca sei o que fazer quando isso acontece. Então acabo sempre ficando quieto e só concordando com a cabeça para não parecer grosseiro com a pessoa que só está trabalhando.
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̶,̶R̶e̶s̶p̶o̶s̶t̶a̶s̶ ̶C̶o̶n̶t̶é̶m̶ ̶P̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶.̶
ФанфикOlá leitores do meu Diário, aqui a quem vos fala sou eu, Jeon Jeongguk. Um Jovem que cresceu tendo um péssimo relacionamento com o meu pai biológico, que me deixou com minha mãe quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Tendo dificuldades de conví...