Capítulo 31

723 86 27
                                    

Maiara

depois  de caminharmos bastante, passamos mais uma noite no frio. Acordei com o sol batendo no meu rosto e fui acordar minha irmã.

Mai: Maraisa, já amanheceu ― chamo e ela não dá nenhum sinal ― irmã? Vamos, é hora de acordar...

Toco em sua testa e percebo que a mesma está suando muito e ardendo em febre. Afasto algumas mechas de seu cabelo negro do rosto com cuidado. 

Mara: Maiara... ― tenta abrir os olhos ―

Mai: calma, eu  vou tirar a gente daqui... ― acaricio sua bochecha suada ― eu vou cuidar de você...

Mara: vai sozinha...me deixa aqui...

Mai: nunca! Até o final eu e você, lembra?

Mara: me deixa morrer aqui... ― abre os olhos com dificuldade ― cuida da minha filha...

Mai: você não vai morrer, Carla Maraisa!

penduro o cantil na cintura, como a manga que restava na minha sacola improvisada e vesti a blusa. Peguei a Maraisa no colo e continuei caminhando, até que chegamos em uma subida.

Mai: chegamos! É a estrada! Precisamos subir pra chegar lá

Mara: vo-você não vai conseguir....subir...comigo...

Mai: eu não vou te abandonar... ― colo nossas testas  ― nunca...

Olhei pra subida e tive uma ideia. Coloquei a Maraisa nas costas e mesmo fraca, ela conseguiu se segurar no meu pescoço e nós conseguimos chegar na estrada. Gentilmente coloquei minha irmã no chão e ela começou a tossir.

Mai: calma, calma...

Mara: metade... ― estica os braços e eu pego ela no colo ―

Mai: eu vou levar você pro hospital

uma viatura da policia para na nossa frente e dela sai um policial já conhecido por nós, um amigo do rabinha. Ele nos coloca na viatura e corre pro hospital mais próximo. Chegando lá, entrei correndo, carregando a Maraisa já desacordada em meus braços.

Mai: moça, a minha irmã gêmea precisa de atendimento urgente! Ela tá delirando de febre! ― digo em um fôlego só e com os olhos arregalados ―

A cara da recepcionista foi de espanto, muito provavelmente por ver a dupla Maiara e Maraisa nesse estado, uma toda suja e machucada carregando a outra desacordada. Até eu ficaria surpresa se nos visse assim.

― o-o médico está vindo, se-senhorita Maiara...

o médico chegou com uma maca e me pediu pra colocar minha irmã sobre ela. Eu o fiz com cuidado e assisti ela sendo levada pro atendimento. Foi a última coisa que vi antes de desmaiar.

....

Maraisa

acordei em um quarto de hospital, muito arrumado por sinal. Olhei pros lados aflita, procurando a minha irmã, e felizmente respirei aliviada ao vê-la na cama ao lado da minha. Nós duas já estamos limpas e com cheirinho de hospital.

Mai: você acordou...

Mara: você já tava acordada faz tempo?

Mai: só alguns minutos, os médicos disseram que eu tô muito fraquinha e desidratada...

Mara: e o que falaram sobre mim?

Mai: você tá com uma gripe muito forte por conta do frio que passamos, também tá fraquinha

Mara: posso deitar com você? ― faço bico ― essas camas estão muito longe...

Mai: vem cá, meu bebê manhoso... ― faz uma vozinha fofa ―

levanto da cama com um pouco de dificuldade e caminho até ela me apoiando no pedestal do soro. Ela se afasta um pouquinho e eu deito ao seu lado, acaricio sua bochecha levemente e sorrio boba, olhando nos seus olhos.

Mara: você é minha vida, sabia? Você me salvou...

Mai: você que é minha vida.... ― seus olhos brilham ―

demos um selinho carinhoso e dormimos abraçadas.




Nunca ● Maiara e MaraisaWhere stories live. Discover now