Talvez eu esteja ficando cega, ou talvez seja apenas alguma manifestação de algo existente secretamente no meu subconsciente. Não sei, poderia ser qualquer coisa.
Mas, sendo o que for, o mundo perdeu completamente a cor. Tudo é envolto por uma cortina cinza de fumaça, distorcendo até mesmo os sorrisos que finjo acreditar.
Não escrevo com o intuito de que alguém goste, nem mesmo de receber elogios. A função da minha escrita é apenas duas: escrever e desabafar.
Caso alguém passe os olhos por essas humildes palavras sem organização, eu agradeço, talvez ser lida seja mais uma função pela qual escrevo.
Isso não é uma história fictícia, mas não se espante com o teor real.
Eu sei o quão horrível é ter que viver no mundo real, onde só há pessoas exibicionistas, narcisistas, egoístas e qualquer outra coisa que você pensa não ser, mesmo sabendo que é exatamente como todos.
Você - que se declara pelas músicas que escuta, os livros que lê e frases como "eu não me encaixo em lugar algum" - é exatamente o que todos pensam ser.
Mas não estou aqui para falar de quem você é ou não. Estou aqui por outro motivo.
O vazio.
Antes, pensava que o maior vazio sentido era aquele que ocupava o lugar onde costuma ficar o coração, mas me enganei. Estou tão vazia quanto a cabeça de um embrião. Mas minha mente está tão cheia...
Não quero alguém que me pergunte o há de errado comigo, muito menos quem diz me entender. Quero apenas transbordar. Por que o vazio é dolorido, e os pensamentos são as melhores armas de tortura.
Certa vez li o poema "Pássaro Azul" de Charles Bukowski - um do meus preferidos aliás - e fiquei pensando se meu pássaro azul-acinzentado estava morto, ou se havia me deixado como tudo que eu costumo chamar de "meu". Talvez, na melhor das hipóteses, só tenha se cansado de cantar. E o entendo, já que sempre o ignorava.
Agora, sendo tarde demais para voltar atrás e ter alguma vida em mim, creio que só resta-me o que eu tinha antes de nascer: absolutamente, um pedaço de nada.
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Algo entre a insanidade e a insegurança
RandomQualquer coisa que poderá ou não mudar alguma coisa.