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Episódio: Bandana

Louis não estava preparado. Ele só não estava.

Batia a caneta em sua mão no canto de sua mesa, naquela sala cheia de pessoas conversando e rindo alto fazendo a cabeça do garoto girar. Ouvia música em seus fiéis fones esperando o professor da próxima aula e seus amigos chegarem. Era aquela a rotina das últimas duas semanas.

As fofocas diminuíram. As com o nome de Louis, pelo menos. Então, sim : Estava mais fácil andar pelos longos corredores daquele prédio.

Mas nada o preparou para aquilo.

Harry entrou em seu campo de visão.

E estava lindo.

Os olhos verdes enormes pareciam a coisa mais brilhante que Louis havia visto em toda sua vida.

Aquele moletom que Louis não sabia dizer se era algum tipo de verde musgo ou cinza, mas que "obcession" estava estampado no meio do peito.

E "obcecado" com certeza era a palavra certa pra expressar o que Louis sentia naquele momento.

Obcecado pelo pequeno enfeite azul enlaçado no meio dos cachos chocolate de Styles.

_ Bom dia, Capitão!

Foram necessários alguns segundos e um sorriso com covinhas de Harry para que Louis pudesse agir.

_ O que é isso na sua cabeça? - aquilo saiu sem que Louis pudesse controlar sua boca. Ouviu a risada abafada de Zayn perto de si.

_ Ah! - Harry se tingiu de vermelho, coçando o nariz. O hálito de menta que saiu dos lábios molhados do garoto atingiu em cheio o rosto de Tomlinson. - É uma... Bandana? Lenço? Conhece?

_ Conheço. - murmurou ainda analisando a nova aquisição do garoto. - Ficou lindo, Anjo.

_ Obrigado. - Harry agradeceu envergonhado. - Foi uma medida pra organizar esse monte de cabelo sem cortá-lo. Sugestão de Eleanor.

_ Ela é ótima com isso. - Louis suspirou.

Harry deu um sorriso tímido, sem mostrar os dentes. E, antes que pudessem abrir a boca para perguntar a Louis como ele estava, seu professor de química entrou na sala fazendo todos que estavam em pé, incluindo Harry, irem para seus lugares.

-∆-

O tempo nublado daquela terça-feira era como um banquete para os olhos e planos de Louis. Planos esses que se consistiam em terminar de ver "Emily in Paris" com Plutão em seu colo, porquê, bem... Assistir aos problemas da garota em Paris era muito mais divertido do que vivenciar os seus em Eroda. E tudo bem que ele costumava querer morrer a assistir à aquela coisa clichê e que não iria agregar nada em sua vida. Mas, naquele momento atual, tudo o que ele precisava era de algo básico e aconchegante.

Eroda - Como Se Fosse A Última VezOnde histórias criam vida. Descubra agora