Capítulo 2: Há algo por trás? (Parte 2.)

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Chegaram antes do anoitecer, poupando assim eventuais problemas com os buracos da estrada.

— Papai! — Laura entrou correndo na sala.

— Sem gritar, minha filha. — Catarina teve que ceder aos pedidos do filho e o trouxe nos braços.

— Arri, quanta energia! — Petruchio apareceu na sala ao escutar os gritos da filha. — Tô aqui!

— Que saudade, Papai! — ela se jogou nos braços dele. — Pensei que nunca mais fosse te ver! — dizia cada palavra com um tom amoroso.

— Engraçado que eu nunca tive essa recepção calorosa... — Catarina, claramente, demonstrou um "pouco" de ciúmes.

— Nunca mais me ver? — Petruchio estranhou. — Por que que é que é que ocê pensou isso, Laurinha?

— Porque eu estava com muitaaaaaa saudade! — ela beijou a bochecha do homem. — Eu fiz até uma carta pra você, papai! Quer ver?

— Mai é claro que eu quero ver, ué! — Petruchio pôs a menina no chão e fingiu irritação cruzando os braços. — Onde é que tá essa carta, hein? Posso saber?

— Aqui! — A criança tirou o papel do bolso e o entregou com um enorme sorriso. — Foi a mamãe que me ajudou a escrever. Ela escreve muito bem! Muitoooooooooo bem mesmo, papai!

Catarina também colocou o filho no chão e ficou observando a menina. Normalmente, Laura era bastante carinhosa, mas algo dentro de si dizia que a filha estava um pouco "exagerada.

— Escreve, é? — Petruchio fitou a esposa.

Ela revirou os olhos e mandou o filho ir para o banho.

— Eu escrevi uma para você também, mamãe! — Laura tirou, inesperadamente, outro pedaço de papel do bolso e a entregou com um sorriso meigo.

— Pra mim? — Mas como? Catarina tinha visto com seus próprios olhos que a filha só usou a máquina na redação para escrever apenas uma carta.

— Sim! Para a melhor mãe no mundo!

A criança sentou no sofá e ficou esperando pela reação dos pais.

— Quando você escreveu isso? — de fato, tudo muito estranho.

— Na escola, eu tive muito tempo depois que... — a voz da jovem falhou. Recalculou o  rumo da frase e prosseguiu: — Depois que o recreio começou.

Ambos abriram as cartas. Na de Petruchio, uma ode com toda sua admiração pelo pai. Já na de Catarina, um texto extenso listando todas as qualidades que faziam dela a melhor mãe de todas. Em especial um tópico que dizia: "Melhor cozinheira..."

Julião Petruchio se emocionou. Agradeceu a filha pelo carinho com um forte abraço concluindo que aquela era a carta mais bonita que ele já tinha lido na vida. 

— E você, mamãe? Gostou?

Catarina sorriu sem graça e respondeu:

— Eu amei, filha. Muito obrigada!

— Que ótimo! — a menina levantou-se do sofá e desamassou o uniforme. — Agora se me dão licença, eu vou ir para o meu quarto arrumá-lo e depois tomar o meu banho antes do jantar. — sua voz soou forçada. — Até mais ver meus queridos papais! — e assim saiu.

— "Até mais ver meus queridos papais"? — Já era demais para Catarina. — Meu deus do céu, o que deram para essa menina na hora do almoço?

— Ela é muito educada, né? Puxou a mim. — Petruchio se gabou. Claramente, queria irritar a esposa. — Mai falando sério, qual o problema dela dizer "queridos papai", ué?

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⏰ Última atualização: Jan 08, 2023 ⏰

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