Namorada

238 36 10
                                    

Rafaella caiu no chão de madeira do apartamento de Gizelly, ela voltou a entrar pela janela novamente. Não fazia sentido para Gizelly, mas Jack achava incrivelmente emocionante, muitas vezes sentado perto da janela e esperando sua chegada. Ele sempre ouvia os passos dela na escada de incêndio, por mais leves que fossem. Desta vez ele não correu para cumprimentá-la como sempre fazia; em vez disso, ele a observou de onde estava encolhido na poltrona, a girafa de pelúcia enfiada sob a cabeça.

– O que há de errado com ele? – Uma carranca profunda gravada em seu rosto, a voz cheia de preocupação. Ela foi direto para seu garoto favorito e segurou seu rosto, acariciando suas orelhas macias.

– Nada, ele só está de mau humor porque eu o deixei por dois dias e não trouxe um presente para ele como costumo fazer. – Gizelly se sentou no sofá, mexendo em seu telefone, profundamente investida em algo.

– Ah, coitadinho. – Jack resmungou e abaixou a cabeça. – Tenho um presente para você. – A cabeça de Gizelly se levantou em expectativa.

– Espere, você tem? – Gizelly perguntou e Rafaella cantarolou abrindo o zíper da bolsa. Ela puxou uma camiseta e mostrou para Gizelly. – Oh meu Deus...

Ela tentou conter o sorriso, mas não conseguiu. Rafaella o vestiu e Jack abanou o rabo, correndo pelo apartamento com uma camiseta que dizia: 'Best Boy'.

– Eu também comprei isso para ele. – Rafaella puxou um sapo estridente, ele saltou e agarrou o brinquedo, levando-o para a cama para rasgá-lo em pedaços.

– Pare de tentar roubar meu cachorro. – Resmungou Gizelly

Rafaella riu e foi se sentar ao lado dela.

– Não fique com ciúmes porque ele me ama mais.

Gizelly ofegou em indignação,

– Ele não...

– Ele sim! – Rafaella riu, ela estava provocando Gizelly e ela costumava morder de volta, mas estava muito absorta em algo em seu telefone. – O que você está fazendo? – Ela perguntou.

– Hum? – Ela olhou para cima. – Oh, nada. Ela colocou o telefone no bolso de trás. Rafaella a olhou com desconfiança, mas deixou passar.

Rafaella planejou uma tarde inteira girando em torno de Jack porque ele ficou sozinho enquanto elas trabalhavam, bem, ele ficou com uma babá, mas não é a mesma coisa. Ela se levantou e puxou a mão de Gizelly

– Vamos, querida, vamos sair, vá se trocar.

Gizelly fez uma careta.

– Eu meio que quero sair com o Jack hoje, senti falta dele. – Gizelly parecia muito apologética.

– Achei que seria o caso, ele vem com a gente, se você quiser sair. Ou podemos ficar aqui, não me importo. – Rafaella deu de ombros.

– O que você planejou? – Gizelly perguntou.

– Bem, você claramente precisa retificar sua traição, então, pensei que poderíamos ir ao parque de cães. Talvez compre um sorvete e depois vamos à loja de animais; dê a ele algumas guloseimas, provavelmente alguns brinquedos novos.

Gizelly pensou sobre isso por menos de meio segundo.

– O que você acha, amigo? Quer ir ao parque? – A cabeça de Jack disparou de onde ele estava sentado. – Hein? Você quer ir ao parque? – Suas unhas estalaram no chão enquanto ele lutava para se levantar e pular em cima de Gizelly. – Bem, acho que temos uma resposta.

Rafaella o preparou e Gizelly foi se trocar.

Ela demorou mais do que o necessário para se arrumar, estava pensando no que vestir, mas estava pensando principalmente se deveria trazer o status de relacionamento delas agora ou mais tarde. Gizelly estava pensando nisso desde aquela manhã em Paris, ela não sabia se era a hora certa, mas finalmente criou coragem para conversar com Rafaella sobre tudo. Ou seria muito bom e então elas teriam um bom dia com Jack, ou seria muito ruim e elas teriam que usá-lo como uma distração.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora