◽CAPITOLO TRE

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◽ Violleta Moretti

Me dirigi até o salão do hotel, na tentativa de esquecer dos meus problemas que naquela altura me atormentava.

— Boa noite, senhorita. — O barman sorri.

Um gostoso por sinal. Se não tivesse tantos olhos a me observar, o levaria para um canto para me divertir um pouquinho.

Encho minha taça e começo a degustar a safra de 1945. Simplesmente divina.

A música ambiente me trás um ar de dejavu, me lembra dos tempos em que podia encher a cara  sem me preocupar em ser morta.

— Então além de tudo, você entende de vinhos?

Ouço a voz dele e me viro.

Salvatore chega perto do meu ouvido e sussurra pausadamente:

— Uma coincidência e tanto.

Sorrio de lado, levando minha taça até sua boca.

— Você não viu nem a metade de tudo que entendo, senhor Salvatore.

Ele sorriu, se sentou  ao meu lado.

Joe levanta o dedo, chamando a atenção do  barman que se aproxima, não sem antes me lançar um olhar.

— Me traga um Chateau Margaux.

— Como quiser, senhor.

Ele me encara mais uma vez antes de se retirar.
   Olho o cara se afastar e penso no desperdício que é não poder ficar com ele.

— Nem em público você consegue disfarçar.

Dou um gole no meu vinho.

— Desculpe se sou sincera,  não gosto de gente falsa. — ele me olha feio. — Gostaria de saber o que faz aqui, senhor Salvatore.

— Não sei se você sabe, mas esse hotel é meu.

Imaginei isso, afinal ele é um dos homens mais ricos da Itália… Essa não deve ser nem a primeira nem a última propriedade dele.

— Sendo assim, tem todos esses lugares para o senhor ficar, no entanto resolver vim me atormentar.

— Já que teremos que nos aturar por muitos anos, é melhor que nos conheçamos logo.

Cruzo minhas pernas e encho mais uma taça de vinho.

— Só assim pra te aturar. — Faço um brinde com ele. — Bêbada.

Não demorou muito até que o vinho chegou  e foi só um dos muitos.

— Afinal, o que você realmente quer comigo, Salvatore?

— Nada demais, quero apenas conhecer melhor a mulher com quem terei de me casar. Tomar alguns drinks.

Levo minha mão até o colarinho da camisa dele e sinto o mesmo estremecer ao meu toque.

— Está nervoso? — sorrio passando a mão pela sua nuca e penteando seu cabelo encaracolado. — Achei que estivesse acostumado com toques — chego perto do ouvido dele e sussurro: — É uma pena que seja tão babaca, sabia? Daria um ótimo petisco.

Passo a mão pela gola da camisa e me levanto, pegando minha bolsa.

— Se vuoi scusarmi
Se me der licença.

Caminho até às escadas, subindo em direção ao salão do segundo andar quando sinto uma mão na minha cintura.

— Poderia simplesmente ter me pedido para ficar.

— Não tenho interesse nenhum em você, senhorita Moretti. — diz, mas sei que é mentira.

Ele me vira de frente, me fazendo sentir sua ereção.

— Não é o que ele está dizendo.  — dou um sorrisinho, encaixando sua boca na minha enquanto sinto ele subir as mãos até minhas costas. 

Sua língua me invade, tornando o beijo mais intenso. Joe me imprensou na parede do  elevador.
De repente, ele para o beijo e sorri segurando a chave.

Reconheço a chave do meu quarto.

— Vim devolver suas chaves. — aproxima  o rosto do meu. — Isso foi pra provar quem manda. Precisa de mais provas?

Sorrio de lado, limpando meu batom que deve está borrado e pego minha chave.

— Se você realmente tivesse essa capacidade, não estaria tão agitado — olho para a calça dele e sorrio de lado.  — Boa noite, senhor Salvatore.

Me afasto, sabendo que não vou deixar isso barato.

LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES] Onde histórias criam vida. Descubra agora