70 - Tarde demais.

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GIZELLY

Naquela mesma semana combinei com Victória de irmos até a casa de Francisco, nosso afilhado em comum. Levamos alguns brinquedos, condimentos, roupinhas novas, calçados, e tudo que ele estava precisando. Conversamos com os pais do pequeno e brincamos com o mesmo. Chico crescia esperto e saudável. Com seus um ano e meio, já falava algumas coisas e aprontava todas dentro de casa.

Na volta para casa nesse mesmo dia, deixei a pediatra em frente ao condomínio onde ela mora e antes de me despedir, ela me convidou para sair qualquer dia, jogar conversa fora e beber um pouco. Eu até hesitei um pouco antes de dar a resposta, mas pensando em todo sufoco que o hospital nos coloca, acabei aceitando. Afinal, era só um programa de descontração.

Hoje, sexta-feira, estou eu aqui em frente ao seu condomínio mais uma vez. Havia acabado de parar com o carro, e mandei uma mensagem avisando. Não demorou muito para Victória apontar de longe, vindo em minha direção, toda elegante.

Ela andava não muito rápido e nem muito devagar. Na medida certa para que eu a avaliasse dos pés a cabeça, fazendo-me sentir um tanto estranha por ter vindo pouco formal, mediante suas vestimentas. Ela usava um vestido simples, tubinho com caimento a baixo dos joelhos, preto e alças grossas com o decote quadrado. Já eu, minha calça básica jeans e um cropped preto.

Assim que ela chegou próximo, destravei as portas e ela entrou sorrindo.

- Boa noite! Achei que desistiria.-

- Estou quase, só de ver você toda esbelta e eu desse jeito.- Respondi nos aproximando para o cumprimento de dois beijos.

- Mas o que tem você? Que jeito é esse que você fala?-

- Esse aqui, simpleszona. Foi a primeira roupa mais confortável que eu achei. Não estava muito afim de me enfeitar.- Falei com ar de risos, dando partida no motor.

- Está linda, Gi. Eu que sempre exagero.-

Rimos juntas de sua fala e mantemos a conversa amena até chegarmos ao lugar escolhido.

Optei vir de carro, pois não queria beber tanto. Ou quase nada. Esse fim de semana era meu com as crianças e então combinei com Rafaella de pega-los mais tarde hoje. Portanto, eu não poderia em hipótese alguma, exagerar na dose.

Chegamos ao Brasero Atlântico por volta das seis e quarenta da tarde. É um bar especializado em drinkes, a qual fica no bairro da Tijuca, próximo ao estágio Maracanã. Esse que no momento patrocinava um jogo de futebol. No entanto, devido a esse acontecimento inesperado por mim, tive um pouco de dificuldades para estacionar. Porém consegui uma vaga, mas não tão próximo ao bar.

Descemos do carro e seguimos caminhando.

- Você já veio aqui antes?- Perguntei me referindo ao local que estávamos indo.

- Não, mas já ouvi falar. Dizem que é muito bom! Tem simulações de drinkes de todos os países.-

- Sim! Um amigo meu é o dono, e eu estava devendo essa visita pra ele.-

- É sua primeira vez aqui também, então?-

- Digamos que sim.-

Após alguns minutos chegamos ao nosso destino. Alexandre, meu amigo de longa data, nos recebeu com um sorriso largo no rosto.

- Até que enfim apareceu.- Ele disse descontraído e nos abraçamos.

- Como vai, Babu? Saudades cara!- Falei assim que nos afastamos.

- Você ficou bonita, Gi. Achei que não ia vingar.- Sua fala divertida nos fez rir.

- Olha, essa é Victória, ela trabalha comigo no hospital.-

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora