Capitulo 10 - Passeio

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Caminharam em direção ao píer, passando por uma dúzia de mansões à beira-mar, todas com enormes varandas e degraus que chegavam até a praia. Em uma das casas, havia uma festa; todas as luzes do terceiro andar estavam acesas, e dava para ver três ou quatro casais no parapeito da varanda, olhando para o reflexo da lua no oceano.

Não falaram muito ao caminhar, mas, por algum motivo, o silêncio não os incomodava. Sakura ficou distante o suficiente para que não se tocassem nem mesmo acidentalmente. Seguiam olhando para a areia ou à frente. Houve momentos em que Sasuke pareceu ver um sorriso nos lábios dela, como se tivesse lembrado de algo engraçado. De vez em quando, ela parava e abaixava-se para pegar conchas meio enterradas na areia, depois as examinava à luz do luar e jogava a maioria fora. As outras, guardava-as no bolso.

Havia tanto sobre ela que ele não sabia – ela era um enigma para ele sob tantos aspectos. E mais uma vez, era totalmente o oposto de Shion. Shion não era nada além de segura e previsível; com ela, Sasuke sabia perfeitamente aonde estava indo, mesmo que não tivesse a menor vontade de ir. Mas Sakura era diferente, indubitavelmente, e, ao dar-lhe um sorriso inesperado e sem desconfianças, ele teve a sensação de que ela lia seus pensamentos. Perceber isso o tranquilizou e, quando finalmente resolveram voltar para o ninho de tartarugas, por um instante ele conseguiu imaginar-se passeando ao seu lado na praia todas as noites, em um futuro distante.

Quando chegaram em casa, Sakura entrou para falar com seu pai enquanto Sasuke tirava as coisas de seu carro. Colocou seu colchonete e outras coisas ao lado do ninho, desejando que Sakura pudesse ter ficado para cuidar do ninho com ele. Mas ela já tinha dito que não tinha como seu pai permitir que isso acontecesse.

Pelo menos, ele estava feliz pelo fato de ela dormir na própria cama naquela noite.

Tentando ficar confortável, esticou-se no colchonete, pensando que pelo menos tinha sido um início. A partir daí, qualquer coisa poderia acontecer. Mas, ao virar-se, lá estava ela na varanda, acenando um boa-noite. Sentiu um sobressalto ao pensar que ela também estaria imaginando ser aquele o início de alguma coisa.

-Quem é esse cara?

-Ninguém. Só um amigo. Cai fora.

Sasuke fez um esforço para se lembrar de onde estava ao ouvir essas palavras vagando pelos corredores obscuros de sua mente. Com os olhos semicerrados por causa do sol, viu que havia um garotinho encarando-o.

-Olá - disse Sasuke.

O garoto esfregou o nariz.

-O que está fazendo aqui?

-Acabei de acordar.

-Dá pra perceber. Mas o que você estava fazendo aqui ontem à noite?

Sasuke sorriu. O garoto era tão sério que até parecia um juiz, o que era um tanto cômico, levando em conta a sua altura e a idade.

-Dormindo – disse.

-Ahã.

Sasuke deu um impulso para trás para conseguir sentar e percebeu que Sakura estava por lá, porém um pouco mais afastada. Usava camiseta e um shorts jeans rasgado e tinha a mesma expressão sorridente da noite passada.

-Meu nome é Sasuke – apresentou-se. - Quem é você?

O garoto apontou para Sakura com a cabeça:

-Sou o companheiro de quarto dela. Já nos conhecemos há muito tempo.

Sasuke coçou a cabeça, sorrindo.

-Dá para ver.

-Esse é o Konohamaru, meu irmão.

-Ah?

A última música - SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora