1| first day in NYC

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Rio de Janeiro, Brasil - 1 de Maio de 2015.
Aeroporto Internacional Santos Dumont.


S A M A N T H A

- Você tem certeza de que não está se esquecendo de nada? - pergunta a minha mãe, pela milésima vez.

Desde que saímos de casa, ela não para de dar sermões, de mandar eu me cuidar, lembrar de ligar pra ela todo dia e de perguntar se não esqueci algo. Segundo ela, é muito difícil ver seu bebê crescer e principalmente viajar pra longe dela.

Só de pensar que daqui a algumas horas eu estarei em Nova York, chega a me dar um friozinho na barriga.

Tia Cecília me chamou pra morar com ela por alguns anos, já que as oportunidades de arranjar uma faculdade e um emprego lá são bem maiores do que as do Brasil.

Eu aceitei na hora, mas o problema foi convencer os meus pais a me deixarem ir. Só tinha uma condição, se minhas notas abaixassem eu voltaria sem questionamento. Moleza!

- Maria, - papai repreende. - Você já perguntou isso mil vezes - diz, enquanto revira os olhos. Mamãe estala os lábios.

- Deixa de ser arrogante, Jorge! - ela esbraveja. - Até parece que você também não está apreensivo com a ida da nossa única filha à Nova York!

- Claro que estou! - exclama. - Mas não tô' paranóico que nem você. - diz, sinalizando que a mesma está maluca. Só consigo gargalhar.

"Atenção, passageiros do vôo 742 com destino à Nova York, embarque pela plataforma 3. O avião partirá em trinta minutos."

- É... - suspiro. - Acho que já está na hora.

Minha mãe corre e me aperta em um abraço longo e demorado. Ela chora, me fazendo chorar também, e sussurra incentivos em meu ouvido. Papai deposita um beijo em minha testa e me abençoa. Que Deus esteja contigo em toda a sua jornada, ele diz, e que ilumine o caminho por qual passar... Eu te amo!

Depois de todas as despedidas, eu finalmente me dirijo até o local de embarque. Faço o check-in e, depois do toda aquela burocracia de viagens, eu finalmente embarco rumo à Nova York.

[...]

Assim que desembarco, pego minhas malas e desço do avião. Do lado de fora, eu procuro por sinais da Tia Cecília mas minha atenção é completamente voltada para o cartaz escrito Samantha Orlea Cavalcanti em giz de cera.

Abro caminho pela multidão de amigos e familiares se reencontrando e ando rapidamente na direção da pessoa que segura o cartaz. Um homem, de mais ou menos cinquenta anos, se encontrava me esperando.

- Srta. Orlea? - franzo o nariz em reprovação. Eu odeio esse sobrenome.

- Sim, sou eu mesma - ele abaixa o cartaz, e sua feição parece relaxada.

- Me chamo Tom Hopkins e sou o motorista de sua tia - ele estende a mão e eu a aperto, por educação. - Dona Cecília não pôde vir pois teve uma emergência em sua empresa, mas pediu para que viesse lhe buscar.

- Então, podemos ir? - pergunto, animada. Com apenas um aceno de cabeça, ele se vira indo na direção da saída do aeroporto.

Andamos um pouco e entramos no estacionamento. O Sr. Hopkins para ao lado de uma Ranger preta e abre a porta de trás para quê me sente em meu lugar.

A vista do caminho até a casa de Tia Cecília é maravilhosa. Um fato, o qual fui saber agora, é que ela mora na grande Manhattan. Ela, segundo Tom, me matriculou no Colégio mais caro de Nova York, o Clarion High School.

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