Sonhos | Hanako × Leitora (REESCREVENDO)

01. Banheiro Feminino

---------- S/N P.O.V. ----------

Eu estava correndo no jardim da escola. Bem, eu não estava correndo apenas por diversão, era na verdade por medo. Senti que alguém estava me seguindo, então corri. Enquanto eu corria acabei esbarrando em um garoto, fazendo com que nós dois caíssemos - eu acabei caindo em cima dele.

— Desculpa, eu não te vi aí. Você está bem? — Eu disse enquanto me levantava, batendo nas minhas roupas para retirar a poeira.

Eu não conheço esse garoto. Ele era loiro, tinha olhos azuis e utilizava um brinco estranho em apenas uma orelha.

— Eu tô bem. Toma mais cuidado quando for correr da próxima vez. — Ele falou com uma expressão não tão agradável.

— Eu vou... Posso fazer algo para me desculpar adequadamente? — Falo torcendo para que ele apenas me deixe ir.

Não que eu não estivesse arrependida, tipo, eu não queria ter esbarrado nele. Só que agora eu tenho outra coisa pra me preocupar: a coisa que estava me seguindo.

— Bem... — Ele pensou por um momento, colocando a mão no queixo — Talvez dividir o seu almoço comigo? O tava segurando o meu, só que ele caiu no chão quando você esbarrou em mi-

Eu o interrompi dando-lhe um puxão para trás de um arbusto e tampando a sua boca ao sentir a presença estranha novamente. Falei em um sussurro:

— Por favor fica quieto, tinha alguém me seguindo e essa coisa está aqui de novo. Quero saber quem ou o quê é.

O garoto loiro apenas concordou com a cabeça e permaneceu quieto. Quando olhei através dos arbustos, eu vi... um coelho rosa?

Ah, sim, era um coelho rosa. Era ele que estava me seguindo?

Me aproximei aos poucos da criatura rosada, me abaixando para enxergar mais de perto. Porém, quando eu estava quase perto daquilo que parecia ser um coelho alguém segurou o meu ombro.

— Você consegue ver ele? — O loiro que estava comigo, dono da mão em meu ombro, me perguntou.

— Quem? O coelho? Se é dele que você tá falando, sim, eu consigo.

O garoto me olhou com um olhar que era uma mistura de surpresa e confusão.

Continuei me aproximando da criatura apenas para dar um pulo ao ouvir uma voz diferente.

— Quer doce?

O coelho falou. 

...O COELHO FALOU.

Ele... REALMENTE me ofereceu um doce? 

.

.

.

É claro que eu vou aceitar.

— Quero, obrigada. — Peguei a bala que estava nas orelhas dele.

Me sentei ao lado da criatura e desembrulhei a bala. Dividi ela no meio e dei a outra parte para o coelho, assim comi junto com ele. O garoto do brinco ficou nos encarando por um segundo antes de se sentar ao meu lado.

— Se você consegue ver os mokkes... significa que você vê sobrenaturais. — Ele disse olhando diretamente nos meus olhos.

— Mok- o quê? — Disse em completa confusão — Sobrenaturais? Quer dizer, fantasmas?

Eu não posso negar completamente, devo admitir que normalmente eu vejo coisas bem estranhas. Só que eu nunca tinha visto algo tão peculiar quanto esse coelho.