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Não adiantava mais enganar meu pai

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Não adiantava mais enganar meu pai. Uma hora ou outra ele saberia de tudo. Fomos arrancados às pressas do parque. Quando chegamos, meu pai fez Bryce pegar suas coisas e ir dormir na sala.

Era oficial, meu pai estava me trancando em meu próprio quarto. Eu não querer falar só piorou a situação. Ele já sabia que eu estava envolvida com uma surfista, era só questão de tempo, com os contatos dele, até que descobrisse a identidade de Brooke. Mas eu não abriria o bico, tentaria ao máximo proteger ela.

Queria que houvesse alguma maneira que eu
pudesse falar com ela. Lembrei da vez que
discutimos sobre não poder ligar para ela no
telefone fixo e como nossas vidas seriam mais
fáceis se algum dia alguém inventasse algum tipo de aparelho individual. Assim poderiamos falar com o outro até quando estivéssemos longe.

Tentei dormir, era o melhor que eu podia fazer.
Fiquei me mexendo na cama, mas o sono não
vinha. Estava muito nervoso. Estava me dando
agonia aquela porta trancada. Então fui para a janela. Abri ela e fiquei sentado, observando o céu e sentindo a brisa até que pegasse no sono.

Acordei com a luz do sol na minha cara. Quase caí da janela quando assustei e vi que tinha dormido sentado no parapeito, mas me agarrei a tempo de me quebrar no chão. Coloquei a mão no peito, o coração acelerado e minha respiração ofegante.

Ok, eu ainda estava vivo.

Pela posição do sol devia talvez ser umas nove horas da manhã. Ouvi um barulho de destravando a porta do quarto. Minha irmā apareceu com uma bandeja de café da manhã para mim.

- Papai disse que você pode comer e depois ir ao banheiro. Então ele vai trancar de novo ela avisou.

-É sério isso? Linsay isso é loucura! Ele não
pode me prender aqui para sempre!

- Também acho. Mas quer que eu faça o que? Só fala logo quem é a garota que vai ficar tudo certo.

-Eu não posso falar quem ela é.

- Por que não? Depende de qual família entre os motoqueiros ela vier, nossos pais vão ficar muito felizes!

Não respondi ela. Aí que estava o problema. Ela não era motoqueira. Ela era surfista. Eu não podia ficar dando essas informações para eles, só iria piorar tudo.

- Você sabe que ele vai descobrir quem é ela em pouco tempo né? Papai é um cara influente, tem contatos e consegue com facilidade chegar até ela.

- E você acha que eu já não sei disso? - ela
suspirou.

- Só come e vai ao banheiro tá? Depois um trago a próxima refeição para você. Se estiver com muita sede ou vontade de ir ao banheiro, só bater na porta que eu venho destravar - ela encostou a porta para que eu pudesse sair depois de comer, mas continuou perto de meu quarto para depois me trancar.

Ah que ótimo, minha carcereira seria minha
própria irmã. Isso era realmente incrível não é
mesmo? Fui até a bandeja e peguei a torrada. Fui intercalando as mordidas com pequenos goles no leite. E pensar que uma semana atrás eu estava tomando caté com Brooke.

Terminei de comer. Ainda estava com fome, mas não tinha o privilégio de poder repetir a refeição, agora só me restava esperar pela próxima. Fui em direção ao banheiro, fiz minhas necessidades e depois fiquei me encarando no espelho.

-Como foi que eu vim parar aqui?- sussurrei
esperando que meu reflexo pudesse ter alguma resposta, mas era óbvio que não.

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