Já fazia tanto tempo que eu estava de férias, que havia me esquecido das aulas. Mas minha mãe bateu na porta e deixou meu uniforme passado em cima da cama. Eu não agradeci ela. Aliás, não falei com nenhum deles nos últimos dias.
Fico me lembrando de eu e Brooke gritando com nossos pais enquanto eles nos arrastavam para longe um do outro. Eu já estava chorando quando cheguei em casa. E meu pai estava furioso ainda.
- Garotos de verdade não choram – ele disse agarrando meu braço.
- Você está tentando tirar a garota que eu amo. Então é, acho que eu tenho o direito de chorar - levantei a voz o que só o deixou ainda mais irritado.
Conclusão, eu estou com um corte na boca e um olho roxo. Na hora só fiquei pensando em Linsay. Ela me ajudou a fugir por nada. Não sabia o que eu pai faria com ela. Mas ele não fez nada. Acho que minha mãe o convenceu de que ela só estava tentando cuidar do irmão mais novo, e meu pai a ama demais para fazer algum mal a ela.
Antes do sair do quarto minha mãe virou para
mim, olhei para ela esperando que ela dissesse alguma coisa.- Eu sinto muito por isso, querido - e saiu do meu quarto.
Eu queria gritar, socar ou quebrar alguma coisa, chorar de raiva. Mas eu já não tinha mais força pra İsso. Só sei que eu precisava dela, ou pelo menos de uma noite na praia para me sentir completo.
(...)
Acordei com Bryce me cutucando. Empirrei ele e murmurei algo como mais cinco minutos. Mas ele não me deu sossego então me obriguei a levantar. Ainda estava sonolento, mas acho que conseguir enxergar no relógio que era sete da manhā.
- Se troca, vamos na lanchonete pegar alguma comida antes da aula - ele disse.
Eu não estava a fim de colocar aquele uniforme. Calça social e blusa social, a parte de baixo cor de caqui e a de cima um bege desbotado. Eu parecia ter oitenta anos. Coloquei minha jaqueta por cima da blusa e olhei para Bryce que fez o mesmo.
-É, assim está melhor - ele riu.
Bryce não falou nada sobre a situação também. Apenas cuidou do machucado que meu pai fez no meu rosto e me deu um abraço. Mas não se pronunciou contra meu pai, o que eu achei melhor, não queria que sobrasse para ele.
Fomos andando a sala para pegar as chaves da moto. Meu pai esperava encostado no sofá
segurando a minha. Bryce me passou meu
capacete e fui andando em direção ao meu pai.- Vou precisar usar o capacete? Sabe, pra doer menos quando você for me bater de novo- debochei.
- Não brinca comigo, Vincent. Você não sabe do que eu sou capaz.
- Tem razão, eu não sei. Eu só sei que você é uma merda de pai que não se importa com a droga da minha felicidade. Você é só mais um cara abusivo que precisa que todos de idolatrem para se sentir bem consigo mesmo. Você não passa de um ditador de merda – soltei ríspido.
Ele cerrou os punhos e já pude sentir o gosto de metal na minha boca. Mas ele apenas respirou fundo e me entregou a chave da moto.
- Você não vai sair de perto do Bryce ou de algum dos seus outros amigos da gangue. Já conversei com a escola também. Se algum funcionário te ver
perto daquela garota ou de qualquer um de outra gangue, as coisas vão ficar séria entre nós dois.Puxei a chave da mão dele. Minha vontade era de socar ele, cuspir na cara dele. Mas eu não podia. Só caminhei em direção a porta.
- Entendido?! – ele gritou.
- Entendido! - gritei em respostas.
Chegamos na lanchonete ea primeira coisa que fiz foi cair em gargalhada ao ver Sab e Dixie na roupa do uniforme. A roupa delas era pior que a nossa. A mesma blusa, mas no lugar da calça elas tinham que usar uma longa saia de um tecido e cor igual ao da nossa calça. Se elas não estivessem usando as jaquetas eu ia achar que eram só umas menininhas filhas de papais comuns na cidade.
- Ha-ha muito engraçado - Dixie revirou os olhos e pegou o suco que Simon deu para ela.
- Já deixei pronto - ele disse me entregando o pão com café para mim e Bryce. Pegamos e fomos para a mesa.
- Vocês também estão lindos – Sab debochou.
- Eu acho que vocês estão realmente todos
muito bonitos - Nessa sorriu.- Você é uma fofa, sabia? - Bryce disse
apertando as bochechas dela e em troca recebeu um tapa no braço– Ai. Esquece me equivoquei - ele riu.- Temos uns quarenta minutos para a aula
começar ainda e eu não estou pronto - Anthony disse debruçado na mesa.- Fala isso, mas desde que estudamos juntos
você ó dorme nas aulas - Bryce disse.- Bryce - Anthony pousou sua mão em cima da de Bryce e disse com a maior calma – Reis não prestam atenção na aula.
- Reis... - Bryce disse segurando a mão dele - Não podem ser burros - Anthony se soltou dele e revirou os olhos. Depois voltou a deitar na mesa.
Estamos já no último período, passara um pouco da hora do almoço e minha barriga roncava. Eu não estava prestando atenção na aula. A janela parecia mais interessante. Realmente mais interessante. Me debrucei contra o metal da janela e olhei para baixo. A brisa estava boa hoje, mas não foi isso que me chamou atenção.
Brooke estava conversando com Quinton no andar debaixo. Eles estavam pisando na grama rindo. O uniforme caía bem no corpo de Quinton. A pele clara dele e de Brooke destacavam na cor da blusa. E Brooke. estava maravilhosa como sempre. Até a saia feia ficava bonita nela. E o cabelo preso em
um coque, destacava a beleza do rosto dela.Ambos me viram do andar de cima. De primeira eles pareceram assustados ao ver meu rosto machucado, e os olhos de Brooke perderam o brilho por uns segundos. Mas então ela sorriu para mim e sibilou "eu te amo". Fiz o mesmoe ela entendeu.
Senti as mãos de Bryce nos meus ombros.
Pareciam pesadas apesar de serem delicadas. Ele levantou até que sua boca chegasse perto do meu ouvido e sussurrou:- Não faz isso, por favor. Não quero ser o cara mal da sua história.
- Você não é, fica tranquilo -resmunguei.
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60's | V.H ✔︎
FanficOs anos 60 era divido pela rivalidade entre os motoqueiros e surfistas. Havia apenas uma regra em Califórnia: não se envolver com alguém de outra gangue. Até que Vinnie Hacker, um motoqueiro se apaixona por Brooke Scott, uma surfista. Agora ele vai...