Capítulo 95 - Construindo Sonhos

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Ponto de Vista de Team

Depois de me despedir de Hia, segui meus irmãos para onde quer que eles me levassem, eu não tinha o direito de questionar, uma vez que quebrei minha promessa e os abandonei, deixando-os preocupados comigo. P'Boss tinha pilotado minha moto até ali, então, eu fui na garupa por não saber o caminho, até então desconhecido para mim. Confesso que fiquei com um pouco de medo, do que poderia acontecer com nossa relação e, rezei em minha mente para que tudo se resolvesse da melhor forma possível. Quando chegamos a Bangkok fomos para o caminho oposto da casa que nos foi cedida por Tul, entrando em um dos bairros de classe média e, depois de rodar uns trinta minutos pela redondezas, paramos em uma casa grande que seria bonita se não tivesse em péssimo estado de conservação.

- Essa era a casa do meu tio... com sua morte eu a herdei, acho que podemos dar um jeito nela... - Boss me falou como se pedisse desculpas.

- Qualquer lugar em que estivermos todos juntos, será perfeito! - Eu respondi com um sorriso sincero deixando meu irmão mais aliviado.

Nós entraram na casa e, encontramos N'Can, N'Don e N'Ae já arrumando as coisas por lá e, assim que os menores me viram entrar pela porta, largaram o que estavam fazendo e, correram para me abraçar, quase me derrubando no chão. Foi difícil para nós cinco segurarmos nossas próprias lágrimas diante do choro dos nossos Nongs queridos, o que me fez me sentir culpado por provocar isso. E, quando as emoções se acalmaram eles me fizeram suas exigências para que eu jamais voltasse a fazer aquilo novamente, ao que prometi fortemente e, em contra partida eles prometeram, igualmente, estarem sempre ao meu lado me apoiando. Taticamente nenhum deles tocou no nome de P'Tul ou P'Max naquele dia, o que eu agradeci imensamente em meu íntimo, não estava ainda pronto para colocar em palavras os meus sentimentos.

No dia seguinte, nós sentamos depois do café da manhã, para uma conversa séria de como se daria nossas vidas dali para frente, principalmente sobre nossa família. Eu fui totalmente sincero de como estava me sentindo e, de meu desejo de não conviver com P'Tul, apesar do grande bem que ele fez a todos nós dando um lar, meus irmãos entenderam completamente meu lado sem nenhuma tentativa de me fizer mudar de ideia, então, partimos para planejar o que fazer em seguida para garantir que a família possa ficar reunida novamente. Foi, então, que Pharm se lembrou de um sonho de nossa infância que decidimos que estava na hora de realizá-lo e nós debruçamos sobre como fazer aquilo dar certo.

Naquela semana, o único que saia constantemente da casa era Don, apenas para ir trabalhar e, voltava cheio de cobranças de N'Pay , a qual ele enfrentava todos os dias tentando acalma-la e, pedir para ter paciência e transmitir isso aos demais. Os demais, apenas iam no comércio local comprar mantimentos e materiais, a maior parte do tempo ficaram comigo reformando a casa e me vigiando. Eu não podia nem reclamar daquele cerco, eu de fato merecia a desconfiança, mas acima de tudo eu me senti muito amado por eles. E, quando nosso objetivo estava traçado e bem desenhado, decidimos que já era hora de compartilhá-lo com os demais membros da família e, nossos amados nadadores, então meus irmãos foram fazer isso, me deixando ao cuidado de P'Boss.

Ponto de Vista da Terceira Pessoa

Win chegou o mais rápido que os limites de trânsito de Bangkok lhe permitiu, no endereço que Manaow o havia entregado. Era uma casa grande e antiga, mas parecia ter sido arrumada recentemente, pois a pintura estava brilhante e limpa. Ansioso o jovem desceu do carro e, sorriu ao reconhecer a moto estacionada ao lado de uma placa de vende-se estacada no jardim. O loiro correu para porta e, parou para respirar fundo antes de tocar a campainha, ele queria acalmar seus nervos para encontrar o amor de sua vida. E, depois de uns cinco minutos, Boss abriu a porta com um largo sorriso, ele deu passagem ao loiro, informando que o Nong que Win tanto almejava ver estava no último quarto do segundo andar.

Boss informou que iria se encontrar com a família, principalmente Pay que estava muito chateada com seu sumiço, já que Win chegou para fazer companhia a Team, fazendo o nadador desconfiar que seu pequeno estava quase em prisão domiciliar com o cuidado excessivo de seus irmãos, depois de sua tentativa de fuga. Win não condenou os menores por isso, pois ele pensou em fazer o mesmo quando estava para trazer o Nong de volta. Com o coração palpitante o jovem subiu as escadas, depois da saída do seu cunhado. As mãos do rapaz tinha um leve tremor quando abriu a porta do quarto indicado, mas sua ansiedade se acalmou quando viu sua criança parada perto da janela. Logo, Team se virou tomando uma grande surpresa em ver o dono de seus pensamentos materializado ali na sua frente e, ambos correram de braços abertos para se chocarem no meio do quarto, em um forte abraço, que veio junto com um beijo apaixonado.

- Oyyy eu quase enlouqueci sem notícias sua Nong! - Win declarou ao se afastar do beijo enquanto repousava sua testa na de Team para recuperar o fôlego.

- Me desculpe, Hia... meus irmãos estavam bem possessivos devido aos últimos acontecimentos e, ficamos ocupados planejando e organizando as coisas. - Explicou Team com um leve sorriso, sentindo o afago das mãos de Win em suas bochechas. - Eu também senti saudades! - O menino confessou fazendo o mais velho sorrir radiante.

- Humm... Já fico feliz só de saber disso! - Win salpicou o rosto do menor com vários beijinhos. - Agora me conta o quê vocês pretendem fazer. - O loiro pediu puxando o mais novo para se sentarem na cama, mas mantendo sempre suas mãos em volta de Team.

- Então... a primeira coisa é arrumarmos um lugar que caiba nossa família inteira. - Team começou a falar se aconchegando nos braços do namorado, ele nunca pensou que aquilo parecesse tão natural... - Essa casa aqui é herança de P'Boss, nós a arrumamos para vender e juntar com nossas economias para comprar um lugar bom, não precisa ser uma mansão como a outra casa, mas que possa ser confortável e nossa. - Ele explicou. - E, o mais importante é que tenha um imenso terreno, para construímos um orfanato, para ajudarmos outras crianças. - O pequeno contou orgulhoso.

- Pao... Isso é realmente ótimo, mas como pretendem fazer isso? - Win estava chocado e, igualmente orgulhoso de como seus pequenos conseguiam transformar a dor em forças para seguir mais a frente e, sempre com o foco no bem coletivo.

- Se temos o terreno, ninguém pode nos tirar e, para construir o prédio podemos contar com a ajuda da rede solidária para o financiamento e voluntários, depois de pronto podemos buscar financiamento do governo para se somar com nossa frente de ajuda, as Mães podem ficar como diretoras, para termos certeza que as crianças sempre estarão bem cuidadas. - Team contou empolgado.

- Vocês são, realmente, uma caixinha de boas surpresas! - Win gracejou feliz. - Vou ajudá-los a angariar fundos com certeza! - Ele prometeu abraçando o Nong mais forte, só afrouxando quando seu telefone começou a tocar, verificando que era o amigo Dean, o loiro colocou no viva voz. - Estamos te ouvindo, Dean. - O nadador atendeu a ligação.

- N'Pharm pediu para avisá-los que aqui estão todos de acordo e felizes, inclusive as Mães e P'Lawan fazem questão de contribuírem para comprar a casa. - Dean contou eufórico, ele também, estava feliz e orgulhoso.

- E, onde está N'Pharm , P'Dean ? - Team questionou curioso.

- Junto com os outros fazendo as pazes com os menores, eles vão ficar por aqui hoje e, amanhã vão levá-los para te ver. - Dean contou.

- Ok, Phi... diga que estarei aguardando ansioso por eles, bye P'Dean! - Team se despediu desligando a ligação.

- Bem ... isso significa que temos a casa toda só para nós dois? - Win sorriu malicioso.

- Hia, não seja pervertido, não temos nenhum item essencial para isso. - Team repreendeu o mais velho, mas riu quando o loiro fez beicinho magoado.

- Mas posso ficar aqui com você, certo? - Win pediu.

- Basta ser um bom menino! - Team brincou beijando a ponta do nariz do sênior.

Team mostrou a casa, as arrumações que tiveram que fazer e, o que faltava fazer para conseguirem um bom valor pela residência. E, depois do tour o loiro convenceu o pequeno a saírem para terem seu primeiro encontro como namorados.


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