𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 |01|

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Saindo da confortável pousada que tenho me hospedado para passar férias em Pocatello - em Idaho- ando até a escadaria que me dava vista de uma trilha que ninguém nunca frequentava. -provavelmente por ser mais afastada do centro.- 

O aroma fresco das árvores que dançavam seguindo o vento, não havia melhor vista para uma boa leitura. Me ajeito ficando confortável e abro na página 81 aonde tinha parado, me concentro, mas algo ainda tirava minha atenção, um reflexo vinha de encontro aos meus olhos. Algo brilhava sob a luz do sol, espremo os olhos mas não identifico oque é, será uma joia? Uma pulseira cara de alguém que a deixou enquanto caminhava na trilha? Com um pulo de animação eu decido ir ver o que era no meio das rochas que contornavam a trilha deserta.

 Corro em direção daquele brilho tão agitada que acabo tropicando, me recomponho e começo a tirar as rochas, haviam várias por cima do objeto reluzente, se eu não fosse alguém tão curiosa eu provavelmente desistiria.

***

 Gotículas de suor escorriam pelas minhas têmporas me ludibriando dos finos pingos de chuva, nem percebo quando o mesmo começa a engrossar estava determinada a descobrir o que havia ali. Minhas mãos começando a criar calos, meu corpo já não aguentando tanto peso, dou uma pausa, minha respiração tão desregulada quanto o vento forte que bagunçava meus cabelos, meu corpo fervendo completamente diferente da chuva que me encharcava.

 Minha cabeça longe e pensativa não me permite ver o rapaz que acabara de se aproximar pela trilha.

-- Pode tirar essas pedras do meio da trilha? - O loiro com regata branca molhada, pergunta.

-- Não. - Digo simples e continuo meu serviço.

- Pare de bloquear o caminho, não vê que quero passar?! - O homem insiste.

-- Está chovendo! Dê meia volta e vá para casa - Unindo minhas forças tiro a última pedra. -- Aha! Uma fivela de cinto? - Me pergunto frustrada.

-- Certo, estragou minha trilha por causa de uma fivela de cinto? Que ótimo! Espere, o que é isso? - Ele afasta mais uma pedra revelando manchas de sangue e um corpo em decomposição.  -- Puta merda!- Mas que diabos?! - Meu corpo estremece, estou diante de um caso de assassinato?

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