TITANIC (Romanogers)

10 de abril de 1912

Instantes após o RMS Titanic iniciar suas manobras para fora do porto de Southampton, a multidão antes junto ao guarda-corpo metálico para se despedir de seus entes queridos que ficavam, se dispersa e alguns entram para as dependências de Terceira Classe enquanto outros permanecem
no convés de passeio desta dita classe, que ficava localizada junto à sessão de popa (parte de trás) para tomar um ar puro.

Steve e Bucky se sentam em um dos bancos de madeira disponíveis enquanto Thor, seu colega de cabine, permanece em pé diante deles, para fumar seu cigarro e a fumaça se dispersar no ar gélido daquela manhã e não ir direto para eles.

-O que pretende fazer quando chegar aos Estados Unidos, Thor? - com as mãos unidas entre suas pernas, que estavam um pouco abertas, Bucky pergunta ao rapaz norueguês diante deles.

-Não saber... tentar a sorte - com seu sotaque bem carregado, Thor responde e dá mais um trago em seu cigarro e vira o rosto para o lado afim de soltar a fumaça mais uma vez. Thor então olha para Bucky e para Steve - og du?

-Minha mãe e irmã mais nova estão em Nova Iorque... ficaremos com elas até nos estabilizarmos, acredito eu - Bucky responde e Thor dá outro trago em seu cigarro, novamente soltando a fumaça em seguida.

Eles então embarcam numa conversa animada. Thor conta um pouco sobre o que fazia na Noruega, ajudando o pai idoso, na fazenda da família. Contou também que estava deixando para trás o pai, Odim, a mãe, Frigga, e uma irmã mais velha, Hela. Thor ainda tinha mais um irmão mais novo chamado Loki, que tinha emigrado aos Estados Unidos dois anos antes e o esperava em Chicago, no estado de Illinois.

Steve nem prestava atenção ao que Thor e Bucky conversavam. Estava distraído, observando três crianças pequenas, dois menininhos gêmeos, idênticos e vestidos de forma igual, e uma menininha de cabelos lisos e loiros brincando de pega-pega enquanto eram supervisionadas por dois homens que estavam em pé próximo à elas.

Um deles, que parecia ser mais velho, por volta dos trinta ou quarenta anos de idade, tinha cabelos loiros e lisos, pelo que Steve podia ver por baixo da boina marrom que eke levava posta na cabeça. O homem era bem alto, com quase dois metros de altura, e usava um par de óculos redondos. Vestia um paletó de estampa quadriculada pequena que parecia estar um pouco desbotado, e nos pés, calçava um par de sapatos marrons que aparentavam estar bem gastos, com sinais de uso constante na ponta e na sola que tinha descolado um pouco na lateral.

O outro rapaz, de cabelos castanhos escuros cacheados, parecia bem mais novo. Steve conclui que devia ter por volta dos vinte e poucos. Também era alto, mas não tanto quanto o loiro ao seu lado, e vestia uma camisa branca de gola colarinho americano e um casaco cinza escuro por cima, para protegê-lo do vento frio que batia neles. O rapaz também vestia uma calça cinza escuro com listas em branco e levava posta uma boina cinza escuro na cabeça e calçava um par de sapatos pretos que pareciam estar gastos.

Steve reconhece o rapaz de cabelos castanhos escuros e a menininha loira que corria com os dois menininhos gêmeos. A dupla tinha estado ao seu lado junto ao guarda-corpo durante a partida do porto.

O som das gargalhadas das crianças era alto e ecoava pelo deck, atraíndo olhares de muitos dos passageiros da Terceira Classe que passeavam pela popa naquele momento.

Um dos menininhos gêmeos corre em direção à uma jovem de vestido vinho que os assistia desde um banco de madeira próximo ao banco onde eles estavam. A jovem moça, de cabelos castanhos presos em um coque, pega o garotinho que não devia ter mais do que três ou quatro anos de idade nos braços e o senta em suas pernas, passando os braços ao redor dele e o enchendo de beijos no rostinho.