Capítulo 25

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                                                                                        Anastasia


Os próximos onze dias se arrastam no ritmo de um caracol. Vou para o trabalho, venho para casa e trabalho no meu site de edição. Financeiramente, as coisas estão melhorando: recebi alguns novos clientes por meio de referências, um dos meus regulares acabou de me enviar um novo romance para trabalhar, e um autor que estava passando por dificuldades financeiras finalmente pagou o que me devia editando seu romance épico de mil páginas. Meus gatos não tiveram viagens caras ao veterinário, então, pelo menos uma vez, o saldo da minha conta bancária está nos quatro dígitos. Até paguei uma pequena parte dos meus créditos estudantis, fazendo com que o recente aumento da taxa de juros doesse um pouco menos.

Então, não há razão para sentir que estou caminhando por um pântano com um peso de 50 quilos nas minhas costas.

— Ligue para ele — Kate me pede novamente na manhã de quarta-feira, quando reclamo que tenho me sentido triste e com problemas para dormir. — Diga a ele que você mudou de ideia e quer vê-lo novamente. Ou, pelo menos, envie um rápido olá. Talvez ele ainda esteja interessado e responda.

Eu descarto a sugestão dela, alegando que o meu mau humor não tem nada a ver com isso, mas a quarta-feira inteira meu telefone me insulta, a capa rosa brilhante tão chamativa quanto uma capa vermelha para um touro. Eu não ligo – heroicamente, eu resisto ao desejo – mas naquela noite, eu sonho que cedi... e que Christian imediatamente veio. Eu acordo molhada e dolorida, pegando fogo do meu sonho ainda mais erótico. Sentando-me, acendo a lâmpada de cabeceira, e os gatos me encaram do meu travesseiro, aborrecidos por serem perturbados do sono profundo.

— Sim, tanto faz, lembra do vaso que você quebrou no meio da noite na semana passada? — Eu murmuro para o Sr. Puffs, e ele balança o rabo, reconhecendo o meu argumento.

Os gatos prontamente voltam a dormir, mas levanto-me, agitada demais para ficar parada. O telefone está na minha mesa de cabeceira, me provocando, chamando por mim. Eu o alcanço, mas puxo a mão de volta no último momento, dizendo a mim mesma que isso é uma má ideia.

Uma ideia muito ruim.

Ainda assim, não consigo tirar meus olhos do aparelho e estendo a mão para pegá-lo novamente.

Não faça isso, Anastasia.

Eu congelo, tentando atender a voz da razão, mas um segundo depois, meus dedos estão se movendo por conta própria, passando pela tela para localizar minhas mensagens com Christian. Meu coração bate furiosamente no meu peito enquanto eu digito "Ei..."

Não envie. Apague, apague, apague!

Eu mordo meu lábio, olhando para a tela, meu dedo pairando sobre o botão 'deletar'. Enviar ou não enviar?

Um miado suave me tira do meu dilema existencial, e eu olho para cima para ver Rainha Elizabeth graciosamente fazendo seu caminho até mim através do cobertor.

— Você acha que eu deveria enviar? — pergunto a ela, e ela mia novamente. — Mesmo?

Ela me dá um olhar que diz que eu estou sendo burra falando sobre isso com um gato.

— Bem, com quem mais eu vou falar no meio da noite? Ela se senta e começa a lamber sua pata.

— Ok, tudo bem, que seja. — Irritada, olho para o meu telefone e meu estômago se aperta.

De alguma forma, enquanto eu estava falando com o gato, meu dedo escorregou e pressionou 'enviar'.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora