Thaís
— olha aqui, existem pessoas ao seu redor — falei pra ele que tinha um sorriso no rosto, encostado na batente da porta, sem camisa — e essas pessoas querem e algumas até precisam dormir — oque não é o meu caso pra nenhuma das situações — mas elas não conseguem, porque o bonito aí fica fazendo barulho à meia noite — disse pra ele tudo no deboche mas com muita verdade envolvida.
Eu terminei de falar e ele me olhou de um jeito que chegou a causar arrepios, ele fez um caminho dos meus pés, que por acaso tava descalça, passou por minhas pernas quase nuas, já que eu usava um short coladindo minusculo —— e cor de rosa, —— subiu por minha barriga exposta, ate meu peito médio que indicavam os bicos já que eu não usava sutiã.
— olha aqui, bonita — diz cruzando os braços e desenhando aqueles músculos que eu olhei sem dor na consciência, ele me secou vou secar ele também. — eu preciso relaxar e isso só acontece com música — falou e depois deu um sorriso sem mostrar os dentes.
— Ahh, mas que triste — Thaís Deboche, esse devia ser meu nome — só que eu sinto muito em te informar, que no inicio do século XXI criaram fones, você escuta sua música e não atrapalha ninguém — sorri falso pra ele também cruzando os braços.
— uhmm — deu de ombros — os fones não têm o efeito que eu quero. — desencostou da batente da porta — então bonita, boa noite. — sorriu pra mim.
— não vou embora antes de você abaixar esse volume — bati o pé no chão e ele pareceu surpreso, não entendi porque — chamo até a polícia, mas hoje eu durmo na paz e sossego. — sorriu cínica.
Ele revirou os olhos e deu meia volta, desligou o som e voltou.
— a bonita tá satisfeita? — sorriu falso.
— claro — sorri vitoriosa — durma bem, bonito — acenei pra ele, que não tirava aquele, sorriso alinhado, branco e falso do rosto.
Pensei em entrar no elevador, mas preferi descer as escadas, elevadores dão me náuseas e tonturas então, como é só um andar de diferença vou de escadas mesmo.
Cheguei, fui entrando pra o meu quarto e dormi na maior paz e silencio, do jeitinho que eu gosto.
[...]
Sinto um tapa forte na minha cabeça me fazendo engasgar com o sumo que eu tava tomando.
Olhei e vi Lewis todo engomadinho indo pra o outro lado.
Levantei e fui devolver seu tapa, dando um na sua cabeça.
— você sabe que não fica barato — falei rindo e lhe dando outro nas costas, digamos que a força que estava na minha cabeça foi diferente daqui eu exerci, ele virou irado e me carregou que nem um saco de batata.
— MANOOO — gritei vendo ele me jogar de qualquer maneira no sofá e ainda me deu um tapa bem ardido na minha bunda. Até fez barulho.
— Lewis — choraminguei passando a mão na minha bunda. — você me bateu na bunda? — fui me sentar — olha que isso é incesto.
— incesto — repitiu e depois gargalhou enquanto tomávamos café só que sem café. — conheço tudo isso aí antes de você saber que existia menina, inclusive quando eu saí não estava desse tamanho, não — me olhou sorrindo malandro — o que você andou fazendo?
— fiquei dando — falei rindo e ele me olhou estranho — porque essa cara? Achou o que? Que eu fosse a irmã Cecília?
— não — disse — só nunca é fácil ouvir que a caçula já sabe fazer essas maluquices — fez drama e até limpou uma lágrima falsa.
Gargalhei — aham, sei.
— eu já tô indo — falou se levantando — fica bem ouviu, e lava a loiça.
— não vou lavar loiça nenhuma.
— porque não? Claro que vai.
— não vou porque vou dar um passeio turístico — mandei beijo.
— pode dar seu passeio turístico, mas antes você vai lavar loiça. — veio me dar um beijo na testa. — fica bem e até logo.
Mostrei a língua quando ele saiu. Vê se pode, tô na Alemanha lavando a loiça.
Levantei e fui lavar a bendita loiça.
Fui tomar um banho, usei um calção jeans claro, uma t-chirt preta acima do meu tamanho e depois de horas e horas, consegui deixar meu cabelo com ondas ao envés de cachos, deixei o cabelo solto mesmo e usei uma Aïr nike branca e cinza. Peguei minha, bolsinha e óculos e fui pra o meu tão aguardado passeio turístico.
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Vizinhos de Trabalho
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