Pov Penny
Eu estava dirigindo em círculos há algum tempo, fazendo retornos e passando em frente á entrada da minha rua algumas vezes, até ter certeza de que não estava sendo seguida.
Já tinha virado rotina, mas em certos dias como hoje, em que chovia forte e incessantemente, isso me irritava.
A minha casa ficava ao fim de uma estreita estrada de terra no meio da rodovia, quase tão escondida quanto eu.
Desliguei os farois e segui até a entrada da casa, deixando o carro na rua já que a garagem estava me servindo como oficina. Não seria agradável com essa chuva.
Coloquei a jaqueta sobre a cabeça e sai do veículo pegando o pequeno caminho de pedra até a varanda.
Foi aí que eu o vi, se abrigando embaixo do telhado, estava o maior cachorro que eu já encontrei, seus olhos amarelos brilhavam e seu pelo negro quase se misturava a noite.
Fiquei parada por um instante, o cão me encarou e depois se arrastou, como se abrisse caminho para que eu passasse.
- Por favor, saí daí - não que eu tivesse medo de cachorros, mas aquele era realmente assustador.
Ele se levantou devagar e caminhou mancando até o canto da varanda deixando a entrada totalmente livre.
Resolvi arriscar, o cão não ia mesmo sair com essa chuva e minhas roupas já estavam encharcadas.
Quando passei por ele andando bem devagar, vi que lambia a pata sem parar e meu coração ficou apertado.
Eu entrei, coloquei uma lasanha no micro-ondas, subi e troquei de roupas. Alguns minutos depois, quando eu já estava comendo, ouvi um uivo baixo que me fez perder a fome.
Tirei o talher e levei a bandeja com mais da metade da minha lasanha para o lado de fora, coloquei no chão e usei um cabo de uma vassoura para empurrar até o animal.
Ele fez uma reverência, seus olhos estavam baixos como se agradecesse.
- Você é adestrado - eu me agachei na porta enquanto ele comia - está perdido?
Ele parecia um bom cachorro e agora que a luz da varanda estava acesa, eu podia ver um grande ferimento na sua pata traseira.
- Se prometer não me morder, eu deixo você entrar - o cão latiu baixo mas alegre, eu ri e me levantei deixando a porta aberta.
O cachorro mordeu a bandeja e a arrastou até o lado de dentro onde continuou comendo.
Eu tranquei a porta e verifiquei novamente as outras portas assim como as janelas e me sentei no sofá em frente á tv, um minuto depois troquei de lugar, ficando onde podia ver todas as entradas da sala.
O cachorro voltou a lamber o ferimento.
- Posso dar uma olhada para você - ele se ajeitou esticando a pata - você é mesmo muito esperto.
Eu fui ate o banheiro e peguei o kit de primeiros socorros, me sentei no chão na frente dele e avaliei a ferida.
Era grande e profunda, mas não conseguia identificar o que havia feito, era estranha no formato, parecia uma meia lua.
- Vai doer um pouquinho mas tenta não me morder, está bem?!
Comecei a limpar o ferimento, o cachorro deitou a cabeça no assoalho e fechou os olhos, ele parecia entender que aquilo era necessário.
- Bom menino, agora só falta enfaixar - eu enrolei sua pata com uma faixa cirúrgica a prendendo com esparadrapo - olha só essas almofadinhas que você tem aqui - eu apertei levemente a parte macia da sua pata - acho que vou te chamar assim o que acha? Almofadinhas.
Ele latiu mais alegremente, e olhou por um tempo para o curativo.
- Eu sou Penélope, a propósito. Ou só Penny - eu me levantei, joguei a manta do sofá sobre o tapete e algumas almofadas também - e você é o primeiro ser vivo que eu recebo em minha casa, sinta-se honrado.
Eu subi para dormir, logo depois e adormeci rapidamente, de alguma forma, Almofadinhas no andar de baixo me fazia sentir mais segura.
Pov Sirius
Eu esperei algumas horas antes de subir as escadas e conferir se minha anfitriã estava mesmo dormindo.
Ela estava quase totalmente descoberta e vestia um pijama claro de bolinhas, nada sexy apesar de ser uma mulher bonita.
Desci as escadas e voltei a forma humana, estava faminto. Abri a geladeira e peguei tudo o que encontrei que pudesse ser colocado em um sanduíche.
Por sorte, o curativo que Penélope fez, se ajustou perfeitamente, eu não sabia como curar esse ferimento, foi causado por um feitiço que eu não conhecia então precisava curar naturalmente.
- Droga - eu bradei alto demais e precisei verificar se ela ainda dormia.
Preciso me concentrar, tenho que conseguir ficar aqui por uns dias, olhei para ela na cama, agora deitada de bruços, a curva de seu quadril bem desenhada embaixo do tecido de algodão.
"algo me diz que não será assim tão ruim."
Não esqueçam os votos, por favor.
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Cão Negro
FanfictionO que o destino reserva a dois fugitivos de coração partido? Uma fanfic Sirius Black