70: Refúgio

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S T E V E  R O G E R S

A bruxa do mal pairava me encarando com puro ódio naqueles olhos que tanto achava bonitos, e isso me dá enjôo. Mas logo a morena que voa se lança tomando velocidade e sai voando para longe, como uma faixa azul fluorescente que rapidamente se perde no horizonte.

Miranda, a mãe de Serena controla o corpo dela agora.

E pelo amor de Deus que não seja verdade o que ela disse. Serena não pode ter se perdido para sempre.

Eu não sei o que fazer. Tive poucos momentos em toda a minha vida estranha que me vi em um ponto sem saber o que fazer. E esse infelizmente é um deles.

Olho daqui de cima para o redor, para a destruição em todo o campo e terreno do complexo. Bruce não deixou a forma de Hulk mesmo apagado no gramado e sei que o complexo voltou ao protocolo porta do celeiro porque aparentemente Serena...

Miranda.

Bufo e coço meus olhos. Mais essa agora.

Miranda tomou o controle do complexo e da Sexta-feira.

Eu vou até a beira do prédio, subo no parapeito e calculo o quanto poderia me machucar se eu pular daqui para o chão. Bom, eu já saltei de umas boas alturas na minha vida.

Dou de ombros, respiro fundo e ando para trás tomando distância, pego meu escudo para amortecer minha queda, e quando acho suficiente, corro. Salto no ar afora do parapeito e despenco, mas presto atenção em minha trajetória para aterrisar direito.

No fim da descida encolho meu corpo, com o escudo atingido o chão e me fazendo aterrisar rolando, eu paro de rolar enfim jogado na grama desfeita.

Droga. Não deixa de ser um impacto forte.

Deus, o que fazemos agora?

Suspiro cansado me erguendo em meus braços e me ponho de pé. Tiro a grama e terra do corpo, acabo enquanto isso mirando o grande homem verde e apagado no gramado, e faço um bico. Mas que droga.

Coloco o escudo em minhas costas e ando até Bruce. Me sinto até pequeno perto da imensidão que o Hulk é. Cutuco com chutes de leve o seu braço vendo se acorda e nem um músculo se mexe.

Será que ele só acordará se... Miranda fizer ele acordar?

Penso no que fazer. Estou sozinho no complexo trancado, Stark perdeu o acesso à todo o sistema da Sexta-feira e agora estamos de mãos atadas contra uma bruxa milenar que não gosta de nós.

Quer dizer, de mim ela gosta, aparentemente.

Ouço um barulho, parece um carro e me viro para a estrada, que mesmo que rodeada de destruição ainda é uma estrada. Eu corro até lá e vejo que é um carro SUV dos modelos que a guarda Stark usa.

Espero estacionar e me surpreendo quando Tony sai do volante sozinho.

— E aí, conseguiu conter a bruxa? — Tony pergunta.

Stark anda lentamente em minha direção com roupas simples de calça e camisa cinza, e em contraponto ao seu porte de bilionário, o nosso amigo carrega uma caixa de metal que parece uma caixa de ferramentas.

— Não. — Sopro como um suspiro forte. — Acho que acabei nos envolvendo em uma guerra mágica ao invés disso.

Encolho meus ombros envergonhado com a perspectiva e Stark assente compreensivo.

— Encontrei os irmãos de Asgard com Wilson e Romanoff um pouco mais daqui, Happy estava comigo e os levou. Eu vim buscar aquilo. — Tony aponta e olho.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora