É dia, os raios solares atravessam a fresta da cortina para encontrarem seu caminho até os lençóis perfeitamente brancos que cobrem o meu corpo nu, os lençóis pertencentes àquele que ainda dorme ao meu lado, que apesar de ter bagunçado todo o meu mundo e ideia que eu tinha sobre sexo, parecia tão angelical quanto qualquer anjo que eu já tenha visto em igrejas. Como alguém tão carnal como ele poderia aparentar tão santo eu nunca saberia explicar, mas não me cansava de admirar.
A todo momento, em que o observar parecia mais íntimo do que tudo que fizemos, eu desviava os olhos para seu quarto, este que era de um tom cinza, não um cinza triste e sem vida, mas suave e confortável. A cama era grande demais para uma pessoa só, e era de frente a uma grande janela com vista para a cidade. E mesmo com uma vista tão bela, eu me via pensando o quão caro o apartamento onde me encontro deveria ser. E então meus olhos estão nele de novo, enquanto me pergunto com o que ele trabalha, ou se cinza é sua cor favorita, e qual seria os tipos de filme que ele vê na tv ao canto do quarto, e que tipo de roupas há em seu guarda roupa. Tantas perguntas, tanta coisa para descobrir sobre ele, e ainda sim tudo que sei é seu nome, este que soou tão bonito entre meus lábios ontem a noite.
— Sinto seus olhos em mim, garoto bonito. — Gosto do apelido, gosto mais do que admitiria, faz com que eu me sinta jovem.
— Desculpe, é que você parece diferente enquanto dorme.
Os olhos dele se abrem, e quando ele me encara eu sinto a eletricidade e a ansiedade em ter sua atenção para mim. Ele sorri pequeno e se levanta apenas o bastante para ficar de lado enquanto a cabeça descansa no braço levantado. Ele parece curioso, e parece estar se divertindo comigo. Me sinto tão jovem, ele parece tão jovem.
— Ah é? E qual é a diferença Prem?
Ele se lembra do meu nome, isso é bom, pensei que tivesse se esquecido.
— Acordado você tem essa aura dominante, sensual, mas dormindo parece mais um cara gentil e angelical.
— E de qual lado você gosta mais?
— Honestamente? Gosto de uma contradição. — Ele ri, na verdade, gargalha, e o som é contagiante.
— Você é muito interessante, sabia?
Não, sempre achei que eu fosse do tipo tedioso, o que um professor de literatura poderia ter de tão divertido ou de um interessante bom? Não vejo como as coisas poderiam se conectar. Talvez se ele me visse de óculos mudaria de ideia. Me sinto velho de repente.
— Não, você está sendo gentil.
Sua mão de repente está em minha pele, seu dedo acaricia meu ombro nu, e seus olhos não se desviam de minha imagem, mas eu não me sinto como a sua presa como ontem, eu me sinto mais como uma obra que você precisa estudar minuciosamente. Ele está me analisando.
— Acredite, não digo nada da boca para fora. — Não consigo responder ou reagir com sua mão em meu corpo. — Você é bonito, jovem, pelo linguajar é inteligente, não parece ser do tipo que frequenta boates apesar de ter estado em uma ontem, e ter com certeza chamado a atenção de muitos — Sua mão agora vai para o meu rosto, e quero deitar em sua palma, mas me impeço. — inclusive a minha.
— Qualquer um pode ser assim.
— Está dizendo que não sou exigente?
— Você é?
— Muito.
Me calo.
— Muitos achariam que você não ver o quão bonito e instigante é, não é algo atrativo, mas eu acho charmoso.
— Por que?
— Não sei, é semelhante a uma borboleta. Não importa o quão lindas sejam as suas asas, elas não podem vê-las, então não sabem seu próprio valor.
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One more night
RomanceEu não consigo tirar meus olhos dele, mesmo que minha cabeça diga não, meu corpo teima em o dizer sim, ele tem controle sobre mim. E eu não deveria ver um aluno da forma que eu o vejo, mas quando suas mãos estão em meu corpo, não penso direito, apen...