Capítulo 61

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Alguns minutos antes

Alfonso sentiu o coração errar as batidas quando conseguiu enfim entrar na casa mas não encontrou nem rastro de Anahi. A única coisa que ainda trazia a lembrança dela, era seu perfume suavemente no ar. Ele sabia que ela estivera ali não havia muito tempo.

Depois de vasculhar rapidamente os cômodos até perceber que não havia pista alguma de onde ele poderia ter levado ela, Alfonso finalmente desistiu e voltou a pensar em onde ele poderia tê-la levado depois dali.

Bastou poucos minutos pensando até ele finalmente juntar os pontos e conseguir pensar em uma possibilidade.

Já dentro do carro, ele dirigia como um louco pelas ruas. Temia não ter muito tempo e ele realmente não tinha. Em suas veias, seu sangue corria quente, tamanha era sua raiva e medo. Raiva por Velasco ter conseguido estar sob a posse de Anahi outra vez, e, medo só de pensar na possibilidade de perde-la.

Quando chegou ao seu destino, ele desceu do carro e sentiu seu celular vibrar, no visor piscava "Chris". Ele não só rejeitou a ligação como colocou o celular no modo "silencioso".

Alfonso entrou silenciosamente pelos fundos do local que parecia ser um galpão. Tinha bastante espaço livre.

Ele caminhou silenciosamente pelos fundos do local, prestando atenção nos detalhes e, com a arma que Mai emprestou em mãos. Ele deu de cara com um segurança enorme, mas por sorte, o homem estava de costas e não o viu. Então sem pensar duas vezes, Alfonso usou sua arma para atacar o homem com uma coronhada. Ele caiu inconsciente na hora, então Poncho aproveitou para revista-lo e pegar sua arma.

A arma que o segurança tinha, era mais fácil de manusear do que a que Mai havia lhe emprestado, então ele optou pela mais fácil mas ficou na posse das duas.

Ainda caminhando sorrateiramente, ele se escondeu atrás de uns tonéis grandes e ficou a espreita esperando o melhor momento, queria entender ainda o que estava acontecendo para atacar da melhor forma.

Mas ao ver Anahi com os braços amarrados e a cara abatida enquanto Velasco a guiava bem grosseiramente na direção de um jatinho, ele não se conteve.

-Solta ela!. -Gritou Alfonso apontando a arma na direção dele.

-Poncho... -Annie sussurrou em um misto de alívio e medo em reve-lo.

-Olha só quem resolveu aparecer. -Dissera Velasco que segurava Anahi por um dos braços e apontava uma arma para a mesma.

-Solta ela, Velasco, vamos resolver isso apenas nós dois. -Pediu Poncho se aproximando lentamente.

-Para ai!. -Ordenou Velasco e o outro parou. -Muita coragem a sua de aparecer aqui. -Ele dissera.

-Por favor não atira. -Anahi pediu a Velasco. Sentia seu coração dar saltos no peito. Seu rosto logo começou a ser molhado por lágrimas que rolavam em sua bochecha.

-Deixa ela. -Alfonso pediu mais uma vez. -Eu fico no lugar dela.

-E o quê exatamente eu faria com você? -Quis saber Velasco.

-Eu sou a causa de tudo. Anahi não se apaixonou por você porque ainda pensava em mim. Deitamos juntos quando ela ainda estava com você e mesmo com seus esforços, ela ainda voltou pra mim. -Dissera Alfonso. -Aposto que gostaria de uma vingança.

-Não. -Annie pediu em prantos. -Por favor, Poncho...

-É uma troca tentadora. -Começou Velasco.

-Eu sei. Deixa ela ir, e eu me entrego para que faça seja qual for a vingança que esteja passando em sua mente. -Tentou Alfonso mais uma vez.

-Ele não vai aceitar... Velasco, por favor, não. -Anahi implorava.

-É comovente a entrega que vocês tem um pelo outro. Se eu tivesse um coração, ele estaria derretido agora. Mas depois de passar tanto tempo nutrindo um amor por uma pessoa que sequer merecia, agora eu sou movido a vingança. Vocês não tem idéia de quantas noites eu passei elaborando uma vingança diferente a cada dia. Em quantas vezes me pegaram sorrindo pensando que eu imagina alguma cena bonita mas na verdade eu só estava imaginando o dia que eu teria vocês dois assim, nas minhas mãos. -Ele fez uma pausa. -E não é que esse dia chegou? E sabem o melhor de tudo? Eu não precisei nem atrair seu namoradinho, ele veio com as próprias pernas.

-Eu juro que você vai se arrepender de tudo o que me fez e fez as pessoas que eu amo passar. -Prometeu Anahi.

-Eu não me importo com o amanhã, eu não ligo eu se eu vou ser preso depois... tudo vai compensar depois que eu fizer você sofrer. Ver você assim, em prantos, com medo.. é tão delicioso que eu só consigo querer mais. O que eu te fiz até agora não foi nada comparado ao que vou fazer daqui pra frente. -Ele prometeu. -Começando por ele.

Velasco mudou sua mira de Anahi para Alfonso e, Annie deu um suspiro forte antes de prender a respiração.

Um estouro alto foi ouvido e Annie por alguns segundos pensou ter sido atingida, mas ao piscar algumas vezes e ver a camisa clara que Alfonso usava, começar a ficar em um tom vermelho escuro na parte do abdômen, ela preferia ter sido ela mesmo.

O mundo parecia ter parado de girar, Anahi se sentiu tonta e por longos segundos, não teve reação. Alfonso a encarou com os olhos tristes como se pedisse desculpas por não ter conseguido. Ele caiu de joelhos no chão mas Anahi sentiu tanta raiva que nem pensou. Ela não saberia explicar como, mas em algum momento, mesmo com as mãos amarradas, ela foi para cima do ex marido. Ele não estava esperando essa atitude vinda da loira, e por isso,  por um momento não soube o que fazer e assim ela conseguiu tirar a arma da mão dele para depois apontar para o mesmo que caiu sentado no chão.

-O que você vai fazer, Anahi?. -Perguntou o homem em choque, levantando as mãos em sinal de rendição.

-Eu te odeio! É uma pessoa nojenta e eu espero que queime no inferno. -Ela dissera furiosa enquanto o encarava com os olhos ardendo em fúria.

-Anah...

Ele sequer teve tempo de falar quando Anahi começou atirar na direção dele até todas as balas serem usadas.

Ela acertou a maioria dos tiros. Velasco ainda tinha os olhos abertos mas sequer se mechia.

-Acabou... -Anahi ssussurou antes de largar a arma e correr na direção de Alfonso para socorre-lo, mas não tinha certeza se ainda tinha muito tempo.

Ele estava no chão, com uma poça enorme de sangue se formando a sua volta e ela mesmo com as mãos amarradas, alisava o rosto dele pedindo que ele permanecesse acordado.

-Eu levei um tiro por você... -Ele dissera com a voz falha, quase que em um sussurro. Ele estava pálido e parecia estar lentamente se aproximando da morte, mas mesmo assim, ainda tinha um sorriso no rosto aparentando zero arrependimentos.

-Eu matei alguém por você. -Ela devolveu e ele esboçou um sorriso. -Se depois disso você não sobreviver e não casar comigo, eu te mato. -Ela dizia em tom de brincadeira mas temia que fossem as últimas palavras suas que ele ouviria. -Eu te amo tanto, por favor, fica comigo. -Ela pedia entre um soluço e outro.

-Eu te amo... -Ele dissera com a voz ainda mais falha antes. Quando lentamente fora fechando os olhos.

-Poncho!. -Anahi tentava mante-lo acordado. -Por favor, meu amor... -Ela chamava mas parecia ser em vão.

Anahi estava desesperada, mas ao fundo ouviu sirenes que pareciam ser da polícia se aproximando, então ela o deixou por alguns segundos para chamar ajuda.

...

Reencontro De Seis Almas - RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora