23 - Nem o amor e nem a tosse

1K 159 111
                                    

Atualmente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Atualmente.

Connor está jogado no sofá, as roupas da noite anterior em seu corpo, garrafas de cerveja vazias sobre o mezanino e o semblante vazio enquanto me observa parada na porta.

Meu cabelo está molhado e apesar de usar as mesmas calças, a blusa que visto não é minha e tem duas vezes o meu tamanho, denunciado claramente de onde posso ter vindo.

— Você parece péssimo —digo.

— Você parece ótima — rebate de mau-humor. — suponho que seja o efeito Peter Brooks.

Beatrice não tem apenas pernas longas, mas uma língua cumprida também.

— Talvez.

— Pretendia me contar em algum momento ou iria deixar para o dia do casamento de vocês? Ou quem sabe quando tivessem filhos — a acidez na sua voz me incomoda, contudo sei que se trata da mais franca e inadiável mágoa.

— Não seja dramático — adentro a sala e jogo minha bolsa de ombro ao lado das garrafas. — Quando ia me contar que subornou nosso professor? Depois do crime prescrever? — arqueio uma sobrancelha e isso o faz fechar a boca.

Ele quer bancar o espertinho comigo? Então nós vamos fazer assim.

Prefiro não ter esse tipo de atitude passivo-agressiva, não estou com raiva, só não posso deixar que ele se sinta no direito de estar.

— Quer me contar como Peter sabe mais dos seus podres do que eu ou devo perguntar diretamente a ele? — Não elevo a voz, mas quero que note a firmeza nas minhas palavras. Ele pode estar se sentindo magoado, Também estou.

Com olheiras escuras abaixo de seus olhos, ele se senta e passa a mão no cabelo desgrenhado. Seus olhos estão avermelhados e opacos.

— O que ele te disse?— sua preocupação é palpável.

— Ele falou sobre o seu suborno e que ele incendiou a garagem do professor  — o conto. — nada mais.

— Que galante da parte dele omitir certos fatos — dá uma risada amarga.— Ele não falou  nada a respeito da nossa briga? De como eu o mandei sumir da sua vida depois dele foder com suas notas? Não disse nada sobre a ideia de que ir até a casa do professor foi minha, entretanto, ele foi quem teve coragem o bastante para executar o plano?

O que?

— Eu quem fui tocar fogo naquela droga de casa depois de dar rios de dinheiro para aquele professor, ele aceitar e ainda assim rir da minha cara se negando a cumprir com o acordo — Connor ri ainda mais, embora só veja cansaço em seu rosto. Não acho que ele tenha dormido está noite.  — Eu, Rose, eu que ia incendiar aquela merda, porque você estava tão desesperada pela possibilidade de perder a bolsa que parecia inaceitável não tentar de tudo.

— Mas... Como?

— Eu ia te avisar que ia fazer algo a respeito — admite. — quando cheguei no seu prédio Peter estava fumando um cigarro, então eu simplesmente explodi. Era culpa dele, o relacionamento com ele não te fazia bem.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora