Capítulo 8

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                  Maya - Sexta, 10 de março

— Acorda Maya, você vai se atrasar — gritou minha mãe da porta do meu quarto.

— Só mais um minuto, mãe, por favor!! — implorei.

— Maya, você já está atrasada, já não basta que você não foi ontem? — falou irritada.

— Tá mãe, estou indo, feliz? — respondi e não obtive resposta .

Levantei e fui direto fazer xixi, em seguida me despi e fui tomar banho. Sai do banheiro, parei em frente ao meu guarda-roupa pensando no que usar.

Depois de boas olhadas, encontrei minha calça skinny e uma blusa de manga lilás. Me vesti e calcei o All Star.

Desci, mas nem deu tempo de tomar café, mamãe tinha razão, eu estava muito atrasada.

Só deu tempo de pegar uma fruta e enviar mensagem avisando a Rebeca que estava indo para o ponto de ônibus.

— Bom dia, Beca — falei chegando no ponto de ônibus e vendo que ela já estava lá.

— Bom dia, Maya. Me senti sozinha ontem, apesar de não estudarmos juntas é bom voltar conversando sobre coisas aleatórias com você. Mas enfim, você me deve uma noite nossa e hoje, eu irei cobrar — falou.

— Como disse, sou toda sua por uma noite — respondi.

Nosso ônibus chegou, entramos e seguimos para faculdade.

Entramos na universidade e eu fui direto para a aula de neuropsicologia e Rebeca para sua aula de ciência política.

Entro na sala e já tem algumas pessoas ali

— Bom dia — falei enquanto adentrava o ambiente.

— Bom dia — eles responderam de volta.

Depois de alguns minutos já estavam todos em seus lugares e a professora tinha acabado de chegar.

— Bom dia, queridos e queridas! Espero que estejam bem — falou — Como combinado na última aula, hoje, daremos início a abordagem da matéria de neuropsicologia, ok? Façam suas anotações, pois podem ser úteis no dia da prova — finalizou.

A manhã passou e eu nem percebi, sai da sala e fui esperar Rebeca na saída, não demorou muito, ela chegou e fomos embora.

No caminho de volta, Rebeca me contou sobre a sua aula de ciência política e como era chata, disse também que saiu da sala com a desculpa de estar apertada várias vezes, só para não precisar ouvir aquilo — eu ri.

— Rebeca — chamei sua atenção.

— Você se sente feliz fazendo isso? — perguntei.

— Isso o que? — respondeu com outra pergunta.

— É que sabe, você já disse várias vezes que não sente prazer em estudar para ser advogada, que tudo isso é só porque esse é o legado da sua família... — falei.

— Não, não me sinto feliz. Mas os Machado já nascem destinados a isso, eu não posso refutar os desejos dos meus pais, é o legado deles. Não estou feliz, mas fico feliz por estar fazendo esse esforço por eles — respondeu.

— Bem, tá legal. Mas, deixa eu te contar uma coisa...... Você não tem que fazer algo sem ser feliz, essa é a escolha da sua carreira e uma carreira em que você não irá ser feliz é pior que a decepção de não seguir o legado da família. Rebeca, temos muitas obrigações, porém, deveríamos fazer um pouco mais por nós mesmas as vezes. Você é a melhor filha que seus pais poderiam ter! Os dois ficariam felizes se você prosseguisse com a história de estudar direito, mas, eles não iriam querer que você sacrificasse seus sonhos só por medo de decepcioná-los — falei.

A GAROTA DO CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora