Não consigo tirar os olhos dele, é minha primeira aula do ano e já me sinto exausto, tentar o ignorar é cansativo, é como tentar nadar contra a maré. Ele não coopera, sinto seu olhar em mim, vejo seus olhos me encarando em desafio, seu sorriso ladinho. Quero ir até ele e tirar o sorriso de seus lábios. Quero ir até ele e lhe dizer para fazer o que quiser comigo. O desejo é tão perigoso quanto o loiro.
A sala é silenciosa, todos fazem anotações do capítulo do livro como eu havia solicitado, e uma onda de satisfação me invade por estar diante a uma classe tão centrada e comportada. E então sinto o olhar dele de novo, por cima do livro que eu não sabia se ele estava mesmo lendo. Encaro o teto da sala, tentando evitar contato visual, e me permito descansar no encosto da cadeira. Provavelmente se alguém me visse neste momento, achariam que sou um professor relaxado.
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(1) Notificação de Boun
Boun
Sente com as pernas mais fechadas professor, estou tentando ser um aluno comportado, não dificulte as coisas. :(Responder Ignorar
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Não achei que nossa primeira mensagem seria essa, o que eu tinha em mente era mais leve e descontraído, não cheio de tensão e frustração. Me sinto idiota por ser tão iludido.
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Chat
Você
Se concentre nas atividades e pare com essas mensagens provocativas, você sabe que não podemos fazer isso.
Boun
O que não podemos fazer?Você
Você sabe, pare com isso.Boun
Me encontre mais tarde e eu paro._____________________________________________
Enfim o olho, recebendo uma encarada desafiante, como se ele me dissesse que eu não me atreveria a o encontrar, e então ele poderia continuar com o que tanto lhe dava prazer. Me provocar.
— Com licença professor, o senhor poderia me ajudar com a página 4? Não sei se minhas anotações batem com o conceito apresentado.
Se eu dissesse que não, a sala toda pensaria estar nas mãos de mais um professor que está ali apenas pelo bom e velho dinheiro, que os jogará trabalhos e nunca os avaliará corretamente ou explicará a matéria. Quero o dizer não mesmo assim, mas quando me dou por mim, estou andando em sua direção.
— Me diga o que te aflige, senhor Noppanut. — Estou ao lado dele, o encarando de perto, tão perto.
— Este parágrafo, professor. Poderia me explicar? — ele toca em minha mão que estava em cima de sua mesa enquanto eu permanecia inclinado.
— Não se atreva a tentar nada. — Digo baixo ao garoto que apenas sorri mais largo.
— Parece que os papéis se inverteram, não é? Agora quem precisa ser um bom garoto sou eu. — A mão dele saí de cima da minha.
— Não há mais papéis a serem interpretados a não ser o de aluno e professor. — Digo mantendo o contato visual, tentando mostrar que estava sério.
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One more night
RomanceEu não consigo tirar meus olhos dele, mesmo que minha cabeça diga não, meu corpo teima em o dizer sim, ele tem controle sobre mim. E eu não deveria ver um aluno da forma que eu o vejo, mas quando suas mãos estão em meu corpo, não penso direito, apen...