cap 1

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Eu não conseguia parar de chorar, minha cabeça já estava doendo, meus olhos já estavam muito vermelhos e eu estava lá, do lado do caixão onde meu papai estava, morto. Estava vendo sua pele pálida, com flores em sua mão, com seu terno branco e um pano fino em cima dele. Acarisava seu rosto, e me lembrava de nosso momentos juntos , eu nunca ia ver ele. Desabei no choro novamente e cai ao lado do caixão.

-May! -Grita minha irmã. -Ei, vem aqui. -fala e me puxa para um abraço confortante.

-Eu quero ele aqui Elly, eu quero meu pai devolta. -Desabo em seus braços.

-Calma manhina, eu to aqui com vc. -fala e me aperta mais ainda.

-Eu não vou conseguir viver sem ele, não vou. -nego e choro mais ainda.

-Você vai conseguir, só tenha calma por favor. -fala com sua voz de preocupação.

-Eu preciso dele. -falo sentindo falta de ar.

-Ei calma respira, por favor, mãe! -fala e grita minha mãe.

-filha, ei calma sou eu, eu to aqui. -fala e me pega, ela não estava diferente de mim.

-Eu quero ir com ele, por favor.

-Vai ficar tudo bem, calma meu amor. -beija minha cabeça.

Vejo um dos caras que levam o caixão falar com minha irmã e pela sua cara não é coisa boa, até que vejo ela concordar. Vejo o cara ir até o caixão do meu pai e pegar a tampa.

-NÃO! NÃO DEIXEM ELE FECHAR! -grito e tento me soltar da minha mãe.

-ME SOLTA! EU QUERO IR COM ELE! ME SOLTA. -desabo novamente em seus braços.

-calma, calma. -foi a única coisa que minha mãe falou depois que ele fechou o caixão.

Como meu estado estava horrível minha mãe não queira me levar para o enterro e me deixou com minha irmã em casa. Tantas lembranças dele lá, ele me levantando pra cima, brincando comigo me dando comida, lavando eu e a Elly para passear. Chegando lá, vi suas coisas em uma caixa que a  mamãe deixou antes de ir para o velório, vi o ursinho que tinha lhe dado quando criança dentro da caixa. Peguei ele e fiquei observando o quanto esse ursinho era importante para ele. Ele dormia no escritório, em cima do sofá, sempre que eu ia lá ele estava lá, sentado no sofá.

Abracei ele e senti lágrimas na minha bochecha denovo. Senti alguem me abraçar por trás e me beijar no ombro.

-Eu vou ficar com ele. -falei virando para ela.

-Tudo bem, ele está feliz por vc guardar isso. -da um sorriso sem mostrar os dentes.

-Eu sinto falta dele. -minha voz falha.

-Eu tbm, ele vai fazer falta, mas pelo ao menos ele foi para um lugar melhor, tenho certeza que ele sempre ficará vendo a gente lá em cima. -fala acarisando minha bochecha.

-Eu te amo Elly.

-Eu tbm te amo maninha. -fala e me abraça.

Eu ainda tinha ela e minha melhor amiga, Sarah. Ela tinha viajo para a Inglaterra para visitar uns parentes lá, disse que voltava semana que vem. Não contei nada disso pra ela para não se preocupar, sei que ela não iria aguentar me ver chorando. Somos amigas desde pequenas, tenho 19 anos e ela 17,mas sempre ela foi a minha "mãe", sempre me apoiando e me portegendo. Tem a minha irmã também Erika Kerry, ela tem 20 anos e também é como a Sarah só que mais rigorosa.

Não gosto quando as pessoas me tratam como uma criança. Quando pequena,uns 14 a 16 por ai,fui diagnosticada com ansiedade estrema. Já me relacionei com um garoto, ele me machucou mais que nunca. Me batia, me estrupava e me traia. Nunca contei isso a mamãe, quem descobriu isso foi papai, ele ficou furioso quando descobriu isso. Ele falou para o garoto que ia matar ele se não se afastar-se se mim, mas ai como eu sou teimosa falei para o Natan ir embora e nunca mais olhar na minha cara.

Se passaram três anos e ele nunca mais falou comigo ou veio atrás de mim.

Papai sempre foi uma pessoa muito atenciosa,  responsável, trabalhador, confiante e nunca, nunca traiu minha mãe. Eles tiveram o casamento de 21 anos e nunca brigaram sèrio ou trairam.

Sempre se amaram, quando eles tiveram a Erika, papai começou a trazer coisas da rua como berço, leite, mamadeira, pipo entre outras. Ele fez isso comigo também, nunca deixava nada faltar em casa.

Sempre me ensinava várias coisas como, jogar futebol, a me defender a  lavar minha roupas e lavar o cabelo. Mas um coisa que em Ipotese alguma esquecerei é que ele me ensinava a nunca bater me mulher.

Ele me falava isso pois quando pequeno, seu pai batia na sua mãe e ele não ficava só olhando ele não deixava ele bater em sua mãe, ela não tinha culpa de nada. Com isso foi expulso de junto com sua mãe. Sorte que encontraram o vovô João, ele sim respeita à vovó.

Já a mamãe sempre foi a protetora com a gente, desde que a Elly sofreu um acidente quebrando o braço ela sempre Fica de olho na gente. O nome da nossa mãe é Larissa Bryes e o nome do nosso pai era Rodrygo Kerry, ou seja, pegamos o sobrenome do nosso papai.

Estava na cama pensando na vida, como ela passou muito rápido e meu pai não estava mais entre nós. Estava pensando como seria a casa agora sem ele, como eu iria aprender coisas novas sem ele, como sobreviveria sem ele. Esses pensamentos me fazem mal.

Levanto e vou até minha gaveta que eu sempre guardava minhas coisas que fazia com ele. Tinha um foto nossa em família que foi a  última foto que tiramos juntos, estavamos em Nova York passeando em família. Tinha a pulseira que sempre usamos no pulso e que a dele não estava no pulso dele no dia do acidente.

Guardo o ursinho dele na caixa e a coloco de volta no lugar, vejo um brilho do telefone e o nome "Sasa❤" na tela, respiro fundo e atendo.

-oi may, tinha te ligado mas vc não atendeu, ta tudo bem?

-Oi Sarah, desculpa não ter te atendido antes, tive um problema aqui. -falo e sento na cama.

-eu cheguei agora em Los Angeles, posso ir ai para falar com vc?

Não respondo.

-Ei, tem certeza que esta bem? -fala com um tom preocupado.

-Ele se foi. -minha voz não sai.

-Oque? Como assim Maya? Quem se foi? -Pergunta em um tom preocupada.

-ele se foi sasa, ele não está mais comigo. -não aguento e desabo.

-Ei calma não chora, estou indo ai. -fala e desliga.

Coloco minhas mãos no rosto e sinto minha cabeça voltar a dor, vou até o banheiro e me olho no espelho. Sinto raiva e angústia, pego a vaso que tinha lá e taco no chão. Ouço alguém bater na porta, ignoro.

Ouço denovo e resolvo abrir, minha irmã.

-Deixa essa porta aberta! Você ta bem? -fala pegando e  analisando meu rosto.

-Eu quero morrer.

-Ei não fala isso, vem cá. -me abraça, coloco meu rosto em seu pescoço e desabo lá mesmo.

Um tempo depois escultamos a campainha tocando.

-Fica aqui, vou ver quem é. -fala e vai até a porta.

Esculto passos apressados até meu quarto e vejo a porta ser aberta com um pouco de brutalidade, Sarah.

-Oh meu amor. -fala e choro novamente com ela vindo em minha direção. -Ta tudo bem, eu to aqui com você. -beija minha cabeça.

-Eu quero ele aqui sasa, eu quero ir com ele. -falo em soluços.

-Olha pra mim. -faço o que ela pedi. -Eu sei que é dificl para você isso eu sei meu bem, mas vamos ser fortes, ele não gostaria de ver você assim, eu vou ficar aqui com você até essa dor passar, eu não vou sair do seu lado, eu to aqui pra você ta, eu sempre vou estar.

Não falo mais nada e abraço a  apertando em mim. Não quero deixa-la ir, não agora.

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Minha salvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora