notas: depois da porrada vem aí os refrescos"Hey!" Rotxo cumprimentou, acenando. Neteyam retribuiu com um breve sorriso forçado. Não era um momento bom para tê-lo por perto.
Aonung retornava à praia em seu ilu com duas aves abatidas nas mãos e um arco e flechas nas costas, surpreendendo Neteyam. Ele estava treinando a caça com o arco, assim como havia o ensinado há dias atrás.
"Ele tá treinando pra ser tão bom como você." Rotxo sussurrou para Neteyam. Ele comprimiu os lábios num sorriso leve ao saber do porquê de sua escolha para a caça.
"Você tá ficando bom nisso." Elogiou. Aonung olhou para ele mas apenas assentiu, como se não fosse nada demais. Desceu do ilu e colocou as aves em dois cestos, entregando um para Rotxo.
"Net-." Loak tentou chamá-lo, mas Tsireya deu um beliscão em seu braço, o assustando. Ela puxou ele pelo braço em direção oposta a que os irmãos conversavam, sussurrando que explicaria depois para Loak.
"Obrigado." Agradeceu, caminhando rumo à aldeia, Neteyam o acompanhou e Rotxo seguiu a alguns passos atrás. "Mas era sobre isso que queria falar?"
"Não." Parou à frente dele, impedindo-o de caminhar. Pela expressão fechada de Neteyam teve a impressão de que em estava ansioso, e desconfiou sobre o que poderia ser. Eram tantas hipóteses que recuou em alerta. "É algo mais... sério."
"Pode falar."
"Não aqui." Fitou Rotxo por cima do ombro de Aonung. "Seria bom um pouco de privacidade." Ele entendeu o que significaria.
"Rotxo, leva isso pra minha casa." Entregou o outro cesto ao rapaz.
"Você não vem comigo?" Ele estranhou.
"Vou dar uma volta com Neteyam."
"Com Neteyam?..." Rotxo estava genuinamente confuso. "O que vão fazer?" Ele apoiou o cesto em um lado da cintura e a mão no outro."Agora vocês saem juntos e excluem os outros?"
"Rotxo-." Aonung forçou um sorriso assustador. "Só vai, por favor."
Somente pela súplica, Rotxo gelou e empalideceu. Partindo do herdeiro do clã, a cordialidade era levada mais como um alerta de perigo do que a própria rispidez e a grosseria. Não costumava pedir por favor, então, significava que era sério. Imaginou o que poderia ser, e pelas inúmeras coisas que teorizou em poucos segundos, arregalou os olhos. Não ousaria se intrometer. Apenas assentiu e seguiu seu próprio caminho.
Eles caminharam pela praia até a costa de pedras que levava a alguns corais. Andaram sobre elas até uma parte onde aparentava haver uma pequena caverna, que nada mais era do que um vão entre duas grandes pedras apoiadas uma sobre a outra. Aonung andava à frente, liderando, já que conhecia bem o local. A luz do sol atravessava os vãos entre as pedras, iluminando o local em que água translúcida do mar atravessava à faixa de areia, chegando até a altura do tornozelo dos rapazes, e refletia a luz solar nas pedras que pareciam mármore polido. Neteyam deslizou as mãos pelas paredes, surpreendendo-se pelo quão eram naturalmente lisas, como se fossem esculpidas pelo mar. Era um lugar em que só se ouvia a acústica do som das águas e ondas do oceano.
"Aqui é incrível." Neteyam comentou.
Aonung se sentou no chão de areia e cascalhos de conchas e Neteyam sentou-se à frente dele.
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𝐀𝐖𝐀𝐊𝐄 • neteyam x aonung
Fiksi PenggemarApós escapar da morte, Neteyam se recupera e retorna a conviver no cotidiano dos Metkayina. O que não imaginava era que seria sua relação conturbada com o herdeiro do clã o que mais o atordoaria e ocuparia o espaço em seus pensamentos dali em dian...