Vícios & Traições

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O corpo do investidor Marco Thompson é encontrado morto por sua filha no lago em frente a sua casa

Naquela semana, a maioria das manchetes de jornais, era algo relacionado com esse fato, muitos jornais relatavam informações pessoais da família, especulações sobre o que poderia ter acontecido, e até mesmo histórias consideradas falsas sobre o vício do homem em apostas e jogos.

- Muito obrigada - Disse a detetive para mais uma das pessoas que tinha pego o relato do acontecido - Isso não é bom, não estamos indo a lugar nenhum com esses relatos - Exclamou irritada.

- Por favor mantenha a calma - Pediu o assistente da detetive, sabia que ela não era uma pessoa muito paciente, ainda mais quando coisas como aquela aconteciam.

Outra pessoa entra na pequena sala para ser entrevistada, mas antes de começar a entrevista a mulher de cabelos loiros se põem a pensar sobre tudo que sabiam do caso. Alguns dias antes, em uma manhã do que poderia ser um dia perfeito, a mesma menina que estava sentada ali naquela cadeira com os olhos chorosos, presenciou o que pode ter sido a pior coisa de sua pequena vida, ao sair de casa para olhar o jardim pela manhã, Marta Thompson, encontrou o corpo falecido de seu pai, o homem havia desaparecido a alguns dias, mas nada fez com que a família suspeitasse, pois por conta de seu trabalho, passava dias e noites em viagens a negócios, era um investidor de alto risco. Voltando a Marta, a garota de apenas 13 anos, adotada pela família Thompson aos 10, chorava pela morte do homem, estava desesperada, se sentia culpada, apenas por encontrar o homem morto, antes de começar a entrevista, Carla Kuster, a detetive encarregada do caso, solta um suspiro pedindo mentalmente por uma xícara de café e uma conversa com sua falecida avó, que tinha se ido a alguns meses, mas mesmo assim ainda sentia sua falta, se senta em frente a garota antes de começar as perguntas.

- Boa tarde - Tenta começar de forma gentil e não agressiva com a garota para que a mesma se acalmasse, mas foi perceptível para todos que isso não funcionou, a partir do momento em que a mais nova lhe lançou um olhar de ódio.

- Não é um bom dia - A pequena mulher direciona o olhar a uma janela - Não mais, desde aquele dia - Abaixou a cabeça pronta para chorar novamente.

A detetive somente seguiu o olhar a janela, igualmente ao que a criança teria feito antes, viu o Sol se pôr, nem percebeu o quanto já havia passado tempo naquela sala entrevistando pessoas da casa onde o empresário morava, suspirando novamente reunia alguns fatos em sua mente, o homem já não era mais uma pessoa nova, tinha muitos amigos do alto escalão, não só na cidade onde moravam, mas no estado inteiro, logo, pondo muitos suspeitos na lista do crime.

- Já nos encontramos outras vezes - A detetive começa com o que parecia ser uma conversa informal - Lembro-me de jantares de gala na qual fui convidada em sua casa - A garota levanta a cabeça - Não sei se deve se lembrar, mas conversamos nesses jantares - Sorriu observando os últimos raios de Sol que atravessavam a pequena janela e adentravam a sala na qual o trio estava.

- Nós duas fazíamos de tudo para fugir dos jantares - A garota responde com um semblante não tão triste, pelo contrário, em seu rosto começava a se formar um pequeno sorriso.

- Sempre nos encontrávamos no jardim, você uma dessas vezes me falou que seu pai adorava lhe contar histórias.

- Sim, ele adorava jogar comigo e me contar histórias - Sorri leve, mas fica triste lembrando do ocorrido.

- Qual era sua história preferida? - Sem tirar o rosto da janela, olha de lado a garota.
- Tinha uma história - Faz uma pequena pausa pensando - Era sobre um de seus clientes, eu acho - Com o rosto confuso a garota se pôs a pensar.

- Se importaria em contar? - O assistente que observava a conversa se surpreendia a cada nova fala da detetive, não era uma mulher paciente, mas estava demonstrando grande calma com a de cabelos castanhos escuros.

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