Nos separamos brevemente para arrumarmos nossas coisas e aproveitei para tomar um banho, colocando minhas roupas mais confortáveis.Liguei para minha mãe para ter atualizações de meu pai e ela disse que ele voltara a ser internado e que o médico informara que realmente seria necessária a realização de uma cirurgia de angioplastia. Explicou que o hospital estava pedindo liberações para que um cirurgião viesse realizá-la, pois o Doutor responsável pelo atendimento do meu pai não tinha essa especialidade.
Fiquei nervosa com essa atualização e busquei manter a calma, me concentrando no que ainda precisava fazer.
Entrei em contato com a empresa e conversei com meu chefe, explicando a situação. Fui surpreendida com sua empatia! Ele me tranquilizou e disse que eu poderia ficar ausente até quando achasse possível retornar. Imagino que talvez essa compaixão se deva ao fato de ele ter perdido sua mãe para o mesmo problema alguns anos atrás.
Encontrei-me com Jamie que já estava pronto para seguir viagem e nos despedimos de Maise, sua irmã, que agora sobre uma nova ótica, parecia tão gentil e educada quanto o irmão.
Passei na creche para buscar Nina e nosso reencontro foi emocionante. Ela não parecia acreditar que eu estava de volta, me enchendo de carinho com os olhinhos cheio de lágrimas. Agradeci a sua cuidadora carinhosa e prometi retribuir o favor quando ela precisasse.
Pegamos o voo após Jamie conseguir sua passagem de última hora, e com a autorização do veterinário, dei um comprimido para minha pequenina, que não gostava de aventuras e dormiu tranquilamente no meu colo quase toda a viagem.
Jamie e eu dividimos o fone de ouvido, minha cabeça apoiada em seu ombro inalando seu perfume maravilhoso. Ter sua presença novamente me fez lembrar de quantas noites eu havia passado em claro, desejando seu toque em minha pele e o som da sua voz rouca e serena. O contato com sua pele me representa conforto e notei que ele já havia se tornado um lar para mim.
Trocamos diversos olhares que mostravam sentimentos não proferidos em palavras: saudade, alívio, paixão e muito amor. Seus dedos acariciavam meus cabelos e me passavam tranquilidade, o que nesse momento, era o que eu mais precisava.
Contei a ele da cirurgia do meu pai e percebi que ele ficou pensativo, como se analisasse a melhor forma de me apoiar perante a situação.
Adormeci na metade da viagem e acordei apenas quando estávamos prestes a pousar, sentindo meu corpo cansado, após tantos dias na rotina cansativa.
Dingle é uma cidade pequena, contornada por colinas e banhada pelo Atlântico, trazia uma sensação de aconchego para todos que a visitavam. Jamie por exemplo, ficou encantado com as paisagens e comentou ter achado muitas semelhanças com a Escócia, o que com certeza, foi positivo.
Fomos primeiro para a casa da família, onde encontrei meus irmãos. Nina ainda estava sonolenta, mas se empolgou ao ver para onde eu a trouxe e saiu animada para o quintal, onde foi brincar com os outros animais da casa. Apresentei Jamie que foi muito bem recebido e levei nossas malas para o meu quarto, enquanto eles conversavam e esperávamos o horário de visitas.
Todos já sabiam que eu estava namorando. Não conheciam Jamie pessoalmente e notei terem se surpreendido com sua aparência e altura de viking escocês. Mas gostaram muito de sua simplicidade e educação e ficaram extremamente gratos por Jamie ter me acompanhado até ali e pela sua boa intenção.
Após algumas horas fomos até o hospital e notei que ele parecia incomodado com o que estava por vir.
- Acha que ele está muito mal ? - perguntei, já que ao ver meu pai, ele como médico, poderia saber melhor do que eu.
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Apartamento 87
RomanceClaire é recém separada e vive em Boston no apartamento 86. Acostumada a uma vida monótona e sem novidades, ela tem uma grande surpresa quando chega um novo vizinho no apto 87. Qual será o motivo de o novo vizinho mexer tanto com suas emoções?