DÉBORA
Chuva do caralho.
Assim que o Thiago estacionou a moto na frente do prédio, a garoa que estava engrossou. Então ele teve que entrar comigo pra dentro do meu bloco.
Pra não acordar ninguém, sentamos nas escadinhas do térreo pra esperar a chuva estiar, como fazíamos há anos atrás.
— Aqui me trás lembranças. — Eu disse encostando as costas na parede lateral da escada.
Thiago riu fraco com o semblante nostálgico também.
— Boas e ruins!
— É.
— Débora?
— Eu?
Thiago demorou alguns segundos me olhando antes de dizer o que queria.
— Você tá realmente gostando desse Samuel?
Não era mais algo provocativo, ele realmente queria saber. Vi nos seus olhos.
— Não. Desde aquele jantar a gente nunca mais se falou, e nunca ficamos. — Sem nem saber o porquê, eu fui muito sincera.
— Por que você tava me provocando com essas história então?
— Porque você ficou com ciúmes, ué. — Dei de ombros.
— Não é ciúmes.
Ri alto e com bastante deboche. Se ele não tava com ciúmes eu posso mudar meu nome pra Rihanna.
— Não mete o louco. Você tava com ciúmes sim!
— Parça, queria ver se fosse com você. — Disse meio cabisbaixo. — Cê me chamou pra sair, faço você vir da puta que pariu pra me ver. Quando chega aqui eu digo: Tô indo ali ficar com a Dib.
Eu mataria ele.
— Parça, você sentiu ciúmes. Confessa?! — Cheguei mais perto dele sabendo que isso funciona.
— Não, porque eu não senti!
Ri fraco deixando meus olhos sem querer encararem a boca dele.
— Pensei que você fosse sincero. — Dei um beijo na bochecha dele.
— E eu sou, por isso digo que não foi ciúmes.
Mais uma fez a bebida filha da puta começou comandar meu cérebro, me dando uma vibração intensa de sinceridade em cada pensamento, palavra e atitude.
Eu não conseguia me afastar dele, muito menos tirar a minha atenção daquela boca.
— Você tá flertando comigo, parça. — Ele disse também olhando pra minha boca.
Tô ligada que ele quer no mesmo tanto que eu.
— Por que você acha isso? — Perguntei me aproximando mais do seu rosto.
— Se você chegar mais perto, eu vou desconsiderar o que você me disse. — Ele falou baixinho, quase em um sussurro.
— Eu não preciso chegar mais perto pra você fazer isso. Preciso?! — Falei no mesmo tom que ele.
Thiago mordeu o próprio lábio inferior, antes de segurar a minha nuca de uma forma firme e me puxar pra, finalmente, seu beijo glorioso.
A língua macia era lenta, mas parecia sedenta, assim como a minha.
Meu corpo tava pegando fogo, e os meus batimentos do meu coração deixava tudo em volta lento de alguma forma.
Arranhei de leve a nuca dele, e pude sentir ele estremecer. Era disso que eu gosto!
A intensidade parecia sufocar de tão densa.
De um jeito rápido Thiago levantou cortando o beijo me deixando sem entender, puta pra caramba.
— Mano...
— Cala a boca, e vem aqui?! — Ele me puxou pra junto dele. Em segundos a gente tava de pegando de novo.
A diferença dessa vez eram os nossos corpos colados. Eu sentia o batimento cardiaco dele, e o meu não tava diferente.
De maneira possessiva ele apertou com as duas mãos a minha bunda, me fazendo arfar no beijo. E como se não pudesse melhorar, ele subiu a mão pras minhas costas, passando os dedos devagar e me deixando toda arrepiada.
Filho da puta.
Mordi seu lábio inferior e prensei nossos quadris querendo sentir o pequeno volume que tava se formando lá embaixo.
Thiago me deu dois selinhos e desceu os beijos pro meu pescoço. Caralho, tudo isso só melhorava.
— Thiago, não deixa marca! — Disse quase sem ar.
Foi como falar com as paredes. A boca macia e quente dele, sugou lentamente a pele do meu pescoço me deixando numa brisa louca.
Eu tava quase pingando.
— Filho da puta...
— Gostosa! — Ele falou baixo no meu ouvido.
Desci uma das minhas mãos pra calça dele, e apertei sentindo ele preencher minha mão inteira e ainda sobrar.
Thiago mordeu o próprio lábio e voltou me beijar com ainda mais fogo.
Tava tudo perfeito, eu podia ir no céu só com os toques tão específicos dele. Mas pro nosso azar, escutei passos ecoando pelas escadas de cima. Foi automático me afastar pra outra parede.
Logo um parceiro meu desceu e nem se quer me viu ali, provavelmente tava brisado.
Encarei o Thiago que me media sem nenhuma vergonha.
— Eu não vou aguentar. Vamo?! — Eu me rendi pegando a mão dele e subindo as escadas.
— Tem certeza, mano?
— Tenho, só não fazer muito barulho. — Falei já sussurrando.
Subi as escadas até meu andar. E com todo cuidado do mundo eu abri a porta de casa. Por sorte não tinha ninguém ali, e muito menos pareciam acordados.
Puxei a mão do Thiago rápido pro meu quarto e tranquei com toda pressa dessa vida.
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Olá, boa noite. O jornal nacional hoje começa de uma forma diferente...
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MANDRAKA - Veigh
FanficDébora, vc me ignorar só mostra o quanto eu tô certo em pensar que cê tá sentindo o mesmo. Eu tô ligado que é em mim que você pensa quando vai deitar, mesmo que queira me arrancar da sua vida. E eu já não sei como fazer voce entender, ou pelo o meno...