capítulo único.

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Ano letivo de 1999.

Draco Malfoy:

Quando a vida parecia um monte de merda, e o mundo parecia prestes a cair em cima de Draco, ele usava a arte como rota de escape.

Ele não ousava contar a ninguém.

 Já era ruim o bastante ser chamado de monstro por toda escola, mas ser escorraçado pela única coisa que o mantinha são, já era demais.

E era simples assim. O furacão dele cessava em questão de segundos quando ele começava um desenho: como se a maré, que ao secar, levasse todas as preocupações do sonserino com ela até sua próxima enchente.

Hoje a sua inspiração vinha da janela de uma das salas, enquanto tentava mapear as constelações: Na mesa ao lado, havia conjurado as mais variadas cores de tintas, um maço de charutos, e uma garrafa de um firewhisky que havia sido presente de Theo.

O cheiro familiar de tinta, a textura de um quadro em branco e o mais delicado pincelar transformavam seu caos interior em uma montanha de nada.

As linhas traçadas por seu pincel transformavam suas mágoas em arte! E era uma coisa que parecia tão...

Impossivel!

Não parecia possível que um monte de linhas harmoniosas pintadas em tinta o óleo expressassem tudo o que sentia melhor que qualquer coisa que pudesse ditar. 

As constelações que estavam em ordem totalmente desconjunta na tela á sua frente não era erros.

Era uma metáfora com um certo quê de ironia para sua vida pífia.

Mesmo assim não conseguia ficar deprimido.

Ele estava desabafando.

 Transformando seus traumas em uma coisa celestial e linda.

Até que o furacão Granger virou sua paz do avesso.

Não a viu entrar, silenciosa como um gato, ela já estava no meio da sala quando Draco sentiu seu olhar fulminante e escutou sua voz estridente:

– Você está fumando?

Ele a olhou: Granger vestia o uniforme de monitora-chefe. Suas mãos pousaram em sua cintura, seu rosto se contraia em indignação, os cabelos  cheios se encontravam presos em um coque, firmados em uma pena.  Alguns fios escapando aleatoriamente.

– Deixe-me em paz, Granger! Vá transar com o Weasley. Ou com Potter! Não me importa,  desde que me deixe só.

Ela andou até ele, ignorando o comentário rude ou seu semblante de tédio, parando ao seu lado e examinando o quadro:

– Você fez isso? – Estava prestes a soltar outro comentário rude, mas algo o limitou a assentir silenciosamente.

– É lindo! – Ela passou a mão na tinta, já seca na parte de cima. – É uma árvore genealógica? Pois tem o mesmo formato.

– Não existem árvores genealógicas de constelações, Granger! – Se sentiu estúpido no momento em que terminou a frase.

– Bom... e a sua?

– Por que está tão interessada em meus desenhos? – Ele a olhou, soltando uma lufada de fumaça.

Ele não poderia acreditar que aquela menininha desajeitada, de dentes enormes, que carregava pra cima e para baixo uma pilha de livros se tornasse tão desejável, no entanto Granger era.

Seu rosto, que constantemente transmitia uma expressão artogante não era mais fofo, suas feições estavam mais definidas e suaves e repletas de sardas café, sua postura havia mudado: outrora desajeitada, estava muito mais graciosa  e suave, porém forte como uma guerreira amazona, seu uniforme delineava suas curvas magras, enquanto  seus cabelos cheios passavam um ar selvagem, seus olhos amendoados quebraram, lhe dando uma aurora angelical.

Colors- DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora