Meta

33 0 0
                                    


Denis gostava de se sentar ao lado dos funcionários, no gabinete compartilhado, enquanto trabalhava na empresa da família.

Já Gabriel, preferia trabalhar diretamente de seu escritório. Gabriel sequer gostava de se enturmar com os funcionários e criticava a atitude do irmão, Denis, de trocar um escritório confortável e reservado por um gabinete coletivo.


- Bati a minha meta!- Denis exclamou, alegre.


- Conseguiu vender todos os robôs, Seu Denis? – Um funcionário que estava a dois gabinetes de distância, perguntou.


- Consegui, Petrônio!- Denis respondeu com uma euforia que não cabia em seu peito.


Completamente eufórico, Denis levantou-se e foi até a sala de Gabriel. Denis bateu na porta.

- Entra. – Gabriel respondeu com indiferença.


- Olá, meu irmão! Eu consegui atingir a meta estipulada por Papai. – Denis diz.


- Fico feliz.- Gabriel respondeu, ainda com indiferença.


- Com licença, Senhores.- Diana, a secretária da empresa, disse ao abrir a porta da sala de Gabriel, interrompendo a conversa dos irmãos.


- Entre, Diana.- Denis respondeu com gentileza.


- Á pedido do Doutor Sebastião...- Diana disse, mas foi interrompida.


- Á pedido do Doutor Sebastião Ferreira, você veio recolher os relatórios da porcaria da venda dos malditos robôs inteligentes, Diana ! – Nós já sabemos.


- Tome aqui o meu relatório e o do Denis!- Gabriel esbravejou, arrancando o papel das mãos do irmão e juntando com o dele, os entregando para a secretária.


Denis e Diana olharam perplexos para Gabriel, que se mantinha com o queixo erguido e semblante sério.


- C... Com licença, Seu Denis.- Diana disse, deixando a sala do patrão completamente sem graça.


- Pode me explicar o que foi isso ? - Por que esse ataque de fúria agora?- Denis questionou chateado.


Gabriel respirou fundo antes de responder: - Não consegui vender todos os robôs. – Não consegui bater a meta que o grande Doutor Sebastião Ferreira nos desafiou.


- E por que não?- Denis perguntou, olhando fixamente para Gabriel.


- Alguns negociadores acharam minhas propostas absurdas demais.- Gabriel respondeu com desdém.


- Deixe-me dar uma olhada. – Denis disse, levando o Notebook do irmão para si.


- Ora essa, Biel! – Mas esses preços são nada absurdos!- Denis exclamou indignado.


- Eu sei disso.- Gabriel debochou.


- São abusivos! – Fora dos padrões de cobrança da nossa empresa!- Denis concluiu, irritado.


- Papai já deve estar a caminho. E, Diana, como sua principal secretária, vai adorar entregar o seu relatório para ele, como vingança pelo modo como você a tratou há pouco.


- E como sempre, você vai levar a melhor! E como sempre, eu vou sair prejudicado e levar os clássicos sermões de Sebastião Ferreira.- Gabriel exclamou.

- Merecidos sermões!- Denis advertiu.


- Eu, a Diana, nem os outros funcionários temos culpa pelo modo de como você vai com sede ao pote. Não somos culpados pela sua mania de grandeza exagerada. – Grandeza essa, que se você perder o controle, pode causar um estrago irreversível tanto aqui na empresa, como na nossa família.- Denis repreendeu o irmão.


Após um breve silêncio angustiante, Diana tornou a bater na porta.


- O Pai de vocês os espera na sala de reuniões.- Dado o recado, Diana fechou a porta e saiu apressadamente.

Amores Ardentes-O Preço Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora